Esse inicio de semestre, depois das já saudosas férias de julho, sempre vem carregado de trabalho, mormente para nós que lidamos com formação de professores.
Hoje (18/08) as escolas estaduais paralisaram suas atividades como forma de protesto pelo não cumprimento do prometido pelo governo (PT) na greve do mês de maio passado, quando 95% das escolas estaduais ficaram fechadas por cerca de 45 dias. A greve, como era de se esperar, foi considerada abusiva pelo TJE, e a categoria saiu sem receber o que almejava e ainda tendo que repor as aulas perdidas com a paralisação.
Talvez por isso, o curso de Formação de Professores em Tecnologias na Educação, com carga horária de 100h (72 presenciais e 28 a distância), que o Núcleo de Tecnologia Educacional-NTE (SEDUC) começou na semana passada, esteja hoje com apenas 6 dos 15 professores inscritos. Enquanto isso, o Núcleo de Informática Educativa-NIED (SEMEC), começou hoje mais um curso de formação para professores que pretender ser lotados nas salas de informática de escolas da rede municipal de ensino, com uma participação maciça, também com CH de 100h, mas presenciais.
Ambos são ministrados na plataforma Linux. No NTE empregamos o Linux BOTOSET, uma solução desenvolvida pela SEDUC e UFPA, e os inscritos recebem a apostila “Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC” (135 pgs.); no NIED usamos o Linux Educacional 2.0, do MEC e os cursistas também recebem uma apostila volumosa e um CD com todo material do curso.
Cursos como estes que ministramos nestes dois órgãos, quando são executados por instituições privadas (como acontece aqui com uma universidade particular) tem um custo que pode dificultar a participação de alguns professores, por isso ficamos um tanto decepcionados quando vemos uma turma ficar com um número tão reduzido de participantes.
Pode ser impressão, mas tenho observado que, em se tratando de Informática na Educação, os professores do município mostram-se mais empenhados que os da rede estadual. Não sei se é porque eles trabalham com alunos do Ensino Básico e Alfabetização; se é porque a rede de servidores é menor e o professor(a) fica mais próximo da Secretária de Educação, ou porque a cobrança da Coordenação do NIED é maior, tanto no planejamento das atividades da sala de informática quanto no atendimento aos aluno.
Também não sei se é porque o uso de computadores na educação pública estadual já vai para duas décadas sem que tenhamos resultados satisfatórios., ou porque as políticas públicas para o setor sejam deficitárias na rede estadual. Só sei que me dói ver tanto investimento em equipamentos e em recursos humanos não chegar ao aluno e nem propiciar melhorias na forma de ensinar e aprender.
*A ilustração é a área de trabalho do Linux BotoSET, com destaque para o paneiro de açaí.
4 comentários:
Faça os mesmos questionamentos que você, também iniciamos 05 turmas (rede estadual) do Curso de Introdução a Inclusão Digital e o número de desistentes so aumenta, questionei se era a forma como organizamos os encontros, ou as atividades para realizar a distância que era muitas....porém o mesmo curso foi oferecido as escolas municipais, advinha, todos os professores estão realizando todas as atividades, sem faltas nos encontros e já estão pedindo outros cursos.
Das 05 turmas , apenas uma delas ainda não houve desistência, fazendo outras observações esta é a escola que possui o melhor IDEB.
Oi Franz!
Seu depoimento me chamou atenção porque aqui em São Paulo acontece o mesmo! A Informática Educativa das escolas da Prefeitura, embora tenha seus entraves, há escolas com trabalhos maravilhosos! Já na Rede Estadual, não conheço nada que me chame atenção, infelizmente! Pelo menos aqui na minha Diretoria (Carapicuiba), nem formação de professores existe! Eu até me prontifiquei para realizar um trabalho,mas as decisões são muito complicadas, é uma pena mesmo! Abraço,
Josete
http://jmzimmer.blog.uol.com.br
Prof. Franz, a impressão que dá, é que na rede municipal por ter uma dimensão menor, as cobranças parecem maiores, mas, acredito que o interesse dos professores do RMB seja bem maior, pois a informática educativa usada de forma adequada torna-se um forte aliado na aprendizagem dos nossos alunos.
Oi Franz!
Interessante reflexão, eu trabalho nas duas esferas posso confirmar. Vamos pra frente quem sabe conseguimos contagiar com bons exemplos. Que tal publicação das experiências desenvolvidas nas escolas do município?
Cilene
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