domingo, 29 de junho de 2014

O encanto perdido nos livros digitais

Olá meu amigo caminhante dessa rua que é meu blog! Desde a última postagem muita coisa tem acontecido que merece/mereceu o registro do blogueiro, e em que pese gostar de escrever nesse blog, ultimamente ando meio que preguiçoso para tal.
Assim, depois de um longo e tenebroso inverno que você pode traduzir por "Esse blog anda desatualizado pra cacete-, voltamos a nos encontrar em mais um passeio por essa rua. Agradeço muitíssimo por sua companhia.

Ler e escrever tem sido, desde longa data, uma das minhas ocupações mais prazerosas, e como quase todo usuário de computador só escrevo meus textos na forma digital, entretanto não gosto de ler na telinha do micro.

Não gosto da leitura na mídia digital!... Nostálgico, eu? Sim.

Gosto de ouvir meus discos de vinil, gosto das série e desenhos antigos e gosto de ler no papel! Seja bula de remédio, revista ou jornal. E muito mais ainda se a leitura for um livro.

Reconheço que as vantagens dos e-books são muitas, tais como: preço menor que os livros tradicionais - quando não são grátis; toda sua biblioteca pode caber na palma da mão - o que é uma extraordinária vantagem se você for professor ou professora; poder comprar a qualquer momento, mesmo se estiver um temporal e as ruas alagadas; trocar de um livro pra outro rapidamente se usuário de e-readers, isso sem falar da sua "pegada ecológica", pois o consumo de livros digitais poupa papel e contribui para preservar o meio ambiente.

É, os e-books tem suas vantagens, mas ler um livro de papel tem magia e encantos que o livro digital está a uma distância abissal de possibilitar. E não é só pelo prazer que causa aos olhos e ao tato, mas porque nos presenteiam com metaleituras. Sobretudo se for um livro usado, desses que a gente compra nos sebos ou pega emprestado.

Veja um exemplo. Outro dia comprei num sebo o "Poemas dos Becos de Goiás e Estórias mais", esse que foi o primeiro livro da sensacional poetisa Cora Coralina. Livro surrado,capa dura,editado pelo antigo Círculo do Livro - do qual fui sócio durante a segunda metade da década de 1970.

De cara, o livro de Cora Coralina traz, nalgumas pequenas manchas, as marcas de sua história. Logo ao virar a capa, uma dedicatória diz "De: Priscila para um grande amigo. Que você leia esse livro com muito carinho". Na página seguinte, a folha de rosto, outra dedicatória, diz: A minha amiga Gracie Carvalho, como lembrança do amigo Domingos F. Mendonça".

E lá pelo meio um velho marcador ficou esquecido na página 113, "Oração do milho":
"Senhor, nada valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobre."

Duas dedicatórias num único livro, e nenhuma data... Isso é curioso! Qual deve ser a primeira? - creio que a da folha de rosto, pela posição e caligrafia. Mas não vou agora divagar sobre tais dedicatórias. E o marcador? Foi posto ali por acaso ou estaria indicando onde o último leitor parou?

Noutros livros encontro anotações manuscritas no pé da página ou na borda, algumas palavras sublinhadas ou contornadas por um risco de caneta, que me fazem querer saber o que pensava o dono daqueles registros, qual a importância daquela informação para ele e coisas assim. 


Nalguns livros há sinais que não compreendo, como interrogações, asteriscos etc. e, as vezes, há surpresas gratificantes, como da vez em que encontrei um antigo bilhete manuscrito e assinado por ninguém menos que Raquel de Queiroz. Esse bilhete acho que esqueci dentro de algum livro, e o livro perdi nas diversas mudanças de endereço que já fiz...        

Eis aí, caro amigo que me acompanhou até aqui, porque a leitura de e-books não me apetece.





No TOP BLOG 2011 ficamos entre os 100 melhores da categoria. Pode ser pouco para uns, mas para mim é motivo de orgulho e satisfação.
Sou muito grato a todos que passaram por essa rua que é meu blog e deram seu voto. Cord ad Cord Loquir Tum

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