quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Produção científica e lixo acadêmico no Brasil

 Transcrevo abaixo a matéria publicada pela Folha de São Paulo. (clique aqui para visitar o site)
.................................................................................
ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE
TENDÊNCIAS/DEBATES

Produção científica e lixo acadêmico no Brasil

A resistência dos medíocres e a falta de coragem política das autoridades impedem o crescimento da ciência de alta qualidade no nosso país
Dois artigos publicados recentemente pela revista britânica "Nature", especializada em ciência, deixam o Brasil e, em especial, a comunidade acadêmica brasileira, profundamente envergonhados.
A "Nature" nos acusa, em primeiro lugar, de produzir mais lixo do que conhecimento em ciência. Nas revistas mais severas quanto à qualidade de ciência, selecionadas como de excelência pelo periódico, cientistas brasileiros preenchem apenas 1% das publicações.
Quando se incluem revistas menos qualificadas, porém, ainda incluídas dentre as indexadas, o Brasil se responsabiliza por 2,5%. O que a "Nature" generosamente omite são as publicações em revistas não indexadas, que contêm número significativo de publicações brasileiras, um verdadeiro lixo acadêmico.
O segundo golpe humilhante para a ciência brasileira exposto pela revista se refere à eficiência no uso de recursos aplicados à pesquisa. Dentre 53 países analisados, o Brasil está em 50º lugar. Melhor apenas que Egito, Turquia e Malásia.
Tomemos um exemplo. O Brasil publicou 670 artigos em revistas de grande prestígio, enquanto no mesmo período o Chile publicou 717, nessas mesmas revistas. O dado profundamente inquietante é que enquanto o Brasil despendeu em ciência US$ 30 bilhões, o Chile gastou apenas US$ 2 bilhões.
Quer dizer, o Chile, que aliás não está entre os primeiros em eficiência no mundo científico, é 15 vezes mais eficiente que o Brasil. Alguma coisa está errada, profundamente errada. A academia brasileira, isto é, universidades e institutos de pesquisas produzem mais pesquisa de baixa do que de boa qualidade e as produz a custos muito elevados. Há certamente causas, talvez muitas, para essa inadequação.
A primeira decorre de um "distributivismo" demagógico. É evidente que seria desejável que novos centros de pesquisas se desenvolvessem em regiões ainda não desenvolvidas do país. Mas é um erro crasso esperar que uma atividade de pesquisas qualquer venha a desenvolver economicamente uma região sem cultura adequada para conviver com essa pesquisa.
Seria desejável que investimentos maciços fossem aplicados em pesquisas em instituições localizadas em regiões pouco desenvolvidas, mas cujo meio ambiente é capaz de absorver os benefícios dessa inserção.
O segundo mal que é causa inquestionável da diminuta e dispendiosa produção de conhecimento é o obsoleto regime de trabalho que regula a mão de obra do setor de pesquisas em universidades públicas e na maioria dos institutos.
O pesquisador faz um concurso --frequentemente falsificado-- no começo de sua carreira. Torna-se vitalício. Quase sempre não precisa trabalhar para ter aumento de salário e galgar postos em sua carreira. Ora, qual seria, então, a motivação para fazer pesquisas?
O terceiro problema é o sistema de gestão de universidades públicas e instituições de pesquisa, cuja burocracia soterra qualquer iniciativa dos poucos bem-intencionados professores e pesquisadores que ainda não esmoreceram.
Pois bem. Há uma fórmula que evita todos esses males e que já foi experimentada com sucesso em algumas das instituições científicas do Brasil: a organização social. A resistência dos medíocres e parasitas e a falta de coragem política de algumas de nossas autoridades impedem a solução desse problema.

    sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

    À ESQUERDA DA PESQUISA À DIREITA DA PRÁTICA: UM NOVO REFERENCIAL PARA O PROFESSOR TENDO POR BASE AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

    Esse artigo, cujo link vai abaixo, foi escrito em 2004 para um projeto literário (coletânea). Infelizmente o livro não saiu, mas eu trabalhei com esse texto em alguns cursos que ministrei, e mesmo certos amigos que conheceram o artigo e gostaram, tiraram cópias que depois foram utilizadas e referenciadas noutros cursos. 

    Hoje, preparando material para uma disciplina que ministrarei na Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade EJA-PROEJA, no PRONATEC da UFPA que se inicia na próxima semana em Belém e Abaetetuba, resolvi rever e trabalhar esse texto, que apesar de ter 10 anos, ainda mantém-se atual. Confira pelo link abaixo.
    Clique na imagem para ler o baixar o texto
      



    No TOP BLOG 2011 ficamos entre os 100 melhores da categoria. Pode ser pouco para uns, mas para mim é motivo de orgulho e satisfação.
    Sou muito grato a todos que passaram por essa rua que é meu blog e deram seu voto. Cord ad Cord Loquir Tum

    Powered By Blogger
    Petição por uma Internet Democrática