Quem vier (melhor dizendo, for) a B. Aires deve reservar um tempo para visitar Colônia de Sacramento, no
Uruguai, do outro lado do magestoso e gigantesco Rio da Prata. Fica apenas a 1 hora de barco. Em linha reta, de margem à margem, Colônia está a cerca de 54 km de B. Aires. Em dia claro se pode ver o contorno dos prédios de B. Aires.
Ruínas da Plaza de Toros de Colônia |
O garçon, seus chapéus e Leca |
De Sacramento a Montevidéu gasta-se cerca de 2,5 horas de ônibus, através de uma excelente estrada, ladeada de fazendas ou ranchos até onde a vista alcança. Todas as casas que vi tinham pequenas chaminés, provavelmente de suas lareiras. Gostei de ver que na zona rural as
casas não possuem muros, o que revela uma tranquila e fraterna vizinhança.
Montevidéu nos recebeu com um Sol alegre e uma temperatura de cerca de 23 graus. A cidade é toda
voltada para o Rio da Prata, e recebe esse nome, ao que parece, devido a uma má interpretação de uma anotação numa antiga carta marítima, onde o cartógrafo anotara o 6º monte avistado a
Oeste do Rio da Prata assim: “Monte VI de O”. (Há! Essas gostosuras que nos traz a História!...)
Me decepcionei um pouco com a questão de limpeza das ruas do centro, mas é uma cidade muito
arborizada, com predominância de plátanos, árvore símbolo do Canadá (para quem não sabe, na bandeira do Canadá há uma folha dessa árvore). Também tem boas e amplas praças. Um detalhe são as calçadas da cidade. Todas elas são feitas de um ladrilho de cimento quadriculado, e niveladas. Pagando 20 dólares por um citytour você conhece toda costa de Montevidéu e pontos turísticos em pouco mais de 2 horas. E você pode ver o Estádio Centenário, onde aconteceu a
primeira Copa do Mundo, em 1938.
Nos enrolamos no início com
o preço das coisas, até descobrirmos que bastava dividir por 10 para ter o valor em reais: 10 pesos uruguaios vale 1 real. Um simples cafézinho custa 35 pesos e um prato de frango e batatas fritas (ou pollo y papa fritas) sai por 280 pesos, ou 28 reais. Aqui, como na Argentina, uma refeição é composta do prato principal (carne, frango ou peixe) e, quase sempre,
batatas (ou papas), fritas ou purê. Só! Mas se come bem.
O mercado de artesanato (ou artesania) nos pareceu melhor que o da Argentina, que é
mais de suvenires. Contudo, não há uma miscigenação dos aspectos indígenas, afro e europeu evidenciada na cultura local. Há 7% de cultura afro no Uruguai, mas aqui todos os índios foram
exterminados. Dos índios só restou um monumento aos Charruas, numa das praças da cidade.
Casapueblo e hotel de mesmo estilo e nome |
Punta del Leste, onde as águas do oceano se encontram com as do rio, nos lembrou a Ilha do
Marajó. A cidade tem cerca de 8 mil habitantes, mas no verão, que vai de dezembro a maio, sua população chega a mais de 400 mil. Agora é uma cidade fantasma, com magníficas casas e prédios
totalmente fechados. Particularmente, eu prefiro assim, apesar do frio e do vento cortante... Se você vier, em qualquer época do ano, certamente vai gostar.