sexta-feira, 24 de junho de 2011

Professora corajosa numa escola no meio da floresta

Um educador está sempre atento e de ouvidos abertos para  aprender e ensinar. Tudo aquilo que pode servir de lição, de suporte a um conhecimento, de instrumento de ensino-aprendizagem, desperta no educador a atenção.

No feriado de ontem, quinta-feira, ligamos a TV ainda na cama, no exato instante que passava uma reportagem no programa Mais Você, sobre uma comunidade no interior do Amazonas chamada Novo Airão. A reporter é uma gracinha e a reportagem é bem intreressante, do ponto de vista cultural e antropológico. Mas o que me chamou a atenção e motivou essa postagem foi quando a reporter e toda equipe foram para a comunidade Velho Airão, cerca de 100km distante de Novo Airão, e abandonada a 100 anos. Lá, segundo foram informados, só existia dois habitantes.

Depois de horas de barco pelo Rio Negro, chegaram a comunidade abandonada de Velho Airão e, para surpresa geral, foram encontrar abrigo exatamente numa escola... que estava funcionando! Com professora e alunos!... 

D. Socorro, é uma professora de fibra e coragem (o que aliás deve ser predicado de todo educador), que decidiu levar a educação para as poucas crianças daquelas brenhas quase inóspitas, daquele hinterland amazônico. Ela mora na própria escola, dorme na própria sala de aula, e tem apenas 9 alunos... Ela me causou um puta incomodo quando comparei sua realidade e seu comportamento profissional com a realidade profissional e atitude de muitos professores que conheço aqui em Belém. Perguntada se sonhava em ser professora, D. Socorro respondeu:
Ai é que tá! Eu fugi do colégio pra não ser professora... Eu não queria ser professora. Ai , pá! surgiu a Faculdade de Letras da UNIS?...(não consegui entender). Vou fazer essa faculdade. Não vou ficar parada. Quando eu terminei senti assim uma vontade tão grande de lecionar.(...)  No ano passado, quando vim passear (...) eu me apaixonei por isso aqui. Eu disse: eu vou ser professora dessa escola... Pedi, e tô aqui na escola."

Só esse depoimento, singelo e simples, já me ganhou. Eu também jamais sonhei em ser professor. Entretanto, como acreditam os arabes (e eu também), tudo está escrito: maktub!. Mas, o que gostei mesmo foi quando ela disse: "Eu gosto de ensinar com uma vestimenta a caráter. Pra fazer a postura, né? Não é propriamente uma elegância, é a postura do professor". Isso foi um arraso.

 Para ela, naquelas brenhas da floresta amazônica uma professora deveria manter a diginidade; para ela é  uma honra ser professora e receber seus alunos como o sacerdote recebe os fiéis: nos trinques. Tirando a malfadada e danosa idéia de que o magistério é um sacerdócio e não uma profissão, Socorro nos passa a imagem de uma verdadeira educadora.

Postura de professor. Será que é isso que falta nos professores atuais? Quem desconhece as adversidades que os professores enfrentam para exercer sua profissão com a paixão que ele exige? Quem não se lembra da professora Amanda Gurge, que comoveu o Brasil com seu depoimento no Rio Grande do  Norte? Gurge e Socorro, uma altamente  politizada e investida de elevado espírito profissional,  outra prenhe de idealismo, mas ambas dedicadas a mesma causa e ao mesmo sonho: educar, formar cidadãos.

Eu gostaria muito que a reporter tivesse entrevistado melhor a professora Socorro. Tenho certeza que depois ela seria convidada do Faustão, do Jô, do Fanttástico, e daria entrevistas, faria parte de comerciais do governo, os quais atiualmente tentam restaurar a diginidade da profissão de professor.
Veja a reportagem no link abaixo, se tiver paciência para aguentar mais de 30 minutos:

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Humor: Mentiras que já ouvimos

E chegamos a quinta-feira, ante sala do fim de semana, como diz o Edgar Augusto na sua Feira do Som (Rádio Cultura FM/Belém -Portal Cultura). E o FDS pŕomete, minha gente... Inda mais que entramos no verão amazônico e Belém encontra-se ensolarada e calorenta - e com as abençoadas sombras de suas mangueiras - mas ainda com pancadas de chuva, chuva grossa, no decorrer do período.

A postagem de hoje é uma amenidade que provavelmente você, meu amigo leitor, já viu na sua caixa postal., mas se ainda não recebeu por e-mail, certamente vai gostar de ler aqui. Até porque trata daquelas  mentirinhas que todos já aplicamos ou já nos aplicaram, nalgum momento. Assim, da série "Mentirinhas que todos já ouvimos ou... já contamos", pincei estas: 

Algumas mentiras muito contadas:

1. ADVOGADO
Esse processo é rápido
2. AMBULANTE
Qualquer coisa, volte aqui que a gente troca.
3.ANFITRIÃO
Já vai? Ainda é cedo !!!
4. ANIVERSARIANTE
Presente? Sua presença é mais importante.
5. BÊBADO
Sei perfeitamente o que estou dizendo
6. CASAL SEM FILHOS
Visite-nos sempre; adoramos suas crianças.
7. CORRETOR DE MÓVEIS
Em seis meses colocarão: água, luz e telefone
8. DELEGADO
Tomaremos providências.
9. DENTISTA
Não vai doer nada.
10. DESILUDIDA
Não quero mais saber de homem.
11. DEVEDOR
Amanhã, sem falta!
12. ENCANADOR
É muita pressão que vem da rua.
13. FILHA DE 17 ANOS
Dormi na casa de uma colega.
14. FILHO DE 18 ANOS
Antes das 11 estarei de volta.
15. GERENTE DE BANCO
Trabalhamos com as taxas mais baixas do mercado
 Claro que faltam algumas mentiras nesse rol. Vejam que nele não aparece nenhum parlamentar brasileiro. O que diria, por exemplo o ANTONIO PALOCCI para explicar como seu patrimônio aumentou 20 vezes em 4 anos?

16. MINISTRO-CHEFE DA CASA CIVIL 
(   ) Minhas consultorias não beneficiam empresas com informações privilegiadas do governo
(   ) Minhas consultorias foram bem remuneradas porque as informações foram precisas  
(   ) Minha empresa não negocia com empresas que tem interesses com o governo
(   ) Não me inveje. Faça como eu: trabalhe.


Crédito da imagem: eramos6.com.br

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Mapa Conceitual do PITEC

O Curso de Elaboração de Projetos (C.H. 40h/Proinfo) realizado pelo NIED encerra no próximo dia 17. O Guia do Cursista* explica que o curso está estruturado em três eixos (Projetos, Currículo e Tecnologia), e tem por objetivos “propiciar um aprofundamento teórico sobre o conceito de projetos e suas especificidades no contexto escolar, bem como a articulação das práticas pedagógicas baseadas em projetos de trabalho com aspectos relacionados ao currículo e à convergência de mídias e tecnologias de educação existentes na escola”, que em outras palavras significa trabalhar a metodologia de projetos relacionada com o contexto educacional e tecnológico; enquanto promove a integração das TIC ao currículo de sala de aula, através de um Projeto Integrado de Tecnologia no Currículo (PITEC).

Durante os eixos 1 e 2 cada cursista foi criando, desenvolvendo e executando seu PITEC. Agora no eixo 3 eles devem elaborar um mapa conceitual de seu PITEC. Para aprenderem sobre mapeamento conceitual, nas duas últimas sextas-feiras (dias 03, 10) e amanhã (dia 17) temos apresentado a técnica de construção de Mapas Conceituais (que chamo de Diagramas Causais ou Algoritmos Semânticos) através do software CMAPTOOLS

Um mapa conceitual é a representação gráfica da rede de conceitos que um indivíduo elabora quando constrói seu conhecimento a respeito de um determinado tema ou assunto.

Como exemplo apresento o mapa conceitual criado pelo Prof. Augusto César para seu projeto Jornal da Turma "Se liga na 8ª".
 
Clique na imagem para ampliar
Postagem relacionada:


* Elaboração de Projetos: guia do cursista. Mª Elisabette B.
PRADO, Mª Elizabeth B. de ALMEIDA (org.). MEC. Brasília 2009. 1ª ed.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Professor com salário de médico?

Cena 1:
Meu sobrinho Bruno é um surfista carioca de 27 anos que cursava Medicina em uma universidade particular do Rio de Janeiro e formou-se no ano passado. Minha irmã tirou leite de pedra para que seu unigênito realizasse tal sonho. Bruno imediatamente consegui bom emprego. Ele trabalha muito, é verdade; atende em três hospitais, mas já começou ganhando muito bem... 

Cena 2:
G., um amigo de infância de meu filho, também com 27 anos, concluiu sua Licenciatura  em Ciências  na UFPA e passou no último concurso para professor do Estado do Pará.  Há cerca de 2 anos foi chamado para assumir turmas. Trabalha em 3 escolas com uma carga horária de 200 horas aulas e um salário que, somando a gratificação de nível superior (80%), os abonos (FUNDEB),  vai a pouco mais de 2 mil reais...

Não sou contra o médico ganhar bem. Mas porque um médico deve ganhar um salário inicial de  R$ 6 a 10 mil reais enquanto um professor fica na faixa dos 2 mil?

Se chegar o dia em que um professor como eu seja tão respeitado e valorizado quanto um médico, tenho a mais absoluta certeza que não estarei vivo, e talvez nem você que está lendo esse post.
No TOP BLOG 2011 ficamos entre os 100 melhores da categoria. Pode ser pouco para uns, mas para mim é motivo de orgulho e satisfação.
Sou muito grato a todos que passaram por essa rua que é meu blog e deram seu voto. Cord ad Cord Loquir Tum

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