Daí que, desde o início desta semana, iniciei um projeto pessoal de montar a "memória" da minha relação com a tecnologia digital, com Informática Educativa e, em paralelo, criar uma espécie de Museu da Informática Educativa no Estado do Pará.
Aqui em Belém, o uso de computadores na Educação começou com o antigo Proninfe, há 20 anos (em 1988), quando se criou o Departamento de Informática Educativa-DIED e a E.E. Centro de Informática da Educação-CIED. O Proninfe virou o Programa Nacional de Informática Educativa-Proinfo (MEC/SEED), que em 1997 realizou, em caráter nacional, sua 1ª especialização em Informática Educativa. No ano seguinte esses especialistas fundaram, por todo Brasil, os Núcleo de Tecnologia Educacional-NTE. Assim, aqui em Belém, foi fundado o NTE da SEDUC e da SEMEC.
Resgatar essa memória para ulteriores pesquisas é um projeto antigo (acho que apresentei a idéia em 1999, mas você há de convir que em se tratando de Informática 10 anos é um século). Aliás, ainda temos alguns aqui alguns desses precussores. São professores que dizemos, carinhosamente, pertencer ao período jurássico da dita Informática Educativa; de quando o MSX (saiba a história do computador MSX AQUI) era um dos computadores mais vendidos e os programas educacionais não vinham em CD, mas em fitas K7 ou, pasmem, em cartuchos! Lembra dos jogos do Atari (sim, eu já tive um)? Pois é, os cartuchos do MSX eram igualzinhos.
Assim, estou me divertindo em meio a poeira, ácaros fundos e cupins que empestam os livros e documentos da antiga biblioteca de apoio do CIED, e outros materiais diversos, como os cartuchos do LogoWriter (que rodava em DOS), fitas K7s do velho HotBit, disquetes (inclusive os de 5 1/4", da Nashuatec), hardwares antigos. Todo esse material veio do velho prédio para cá com a mudança e agora estão atirados no chão do nosso auditório, enquanto não encontramos lugar para colocá-los.
Penso que seria muito interessante ter uma exposição permanente dos recursos tecnológicos computacionais empregados no processo educativo da rede pública estadual em Belém, durante os últimos 20 anos. Essa exposição poderia contribuir para suscitar reflexões sobre o computador na Educação, e ajudaria a traçar um paralelo entre a evolução dos computadores no processo educativo e os avanços no/do processo de ensino-aprendizagem; entre as evoluções na construção e socialização de conhecimentos e as melhorias na transmissão de conteúdos disciplinares; entre as modernas ferramentas educomputacionais e o seu emprego em sala de aula, e finalmente entre o aprendiz de ontem e o de hoje.
Infelizmente, muito da história do DIED se perdeu. Arquivos guardados nos computadores foram deletados, alguns dos veteranos saíram do mundo real e do virtual, e agora estão no mundo imaterial, e os velhos computadores já não mais existem. Estou tentando reunir o que ainda existe dessa história e seus protagonistas, porque só a reflexão sobre o passado nos garante a confiança no futuro.
7 comentários:
Olá Franz, retribuindo a sua indicação, principalmente por ser o que mais visitamos,indiquei seu blog ao prêmio dardos,
abraços!!!
Caro Franz
Adorei a sua postagem "Ego de Blogueiro", já que me enquadro justamente quando você diz que: "Blogueiro não é só o cara quem tem um blog, mas o que visita e que lê e que escreve num blog." Confesso que eu nunca me preocupei por quantas pessoas vou ser lido, já que escrevo num blog porque gosto. Quanto a criação do Museu da Informática Educativa de Belém do Pará, achei ótima a iniciativa. É uma preocupação com a memória e com a História da educação. Digna de um historiador. Meus parabéns e conte comigo no que precisar.
Saudações cariocas! Aqui com muito calor e praia!
Caro Franz, parabéns pela iniciativa de resgatar estas memórias. Eu também usei muito tempo um HotBit da Sharp e naquele tempo, paguei em 24 vezes. Também já naquele tempo, Eu era o único que tinha um micro destes e uma Praxis 20 (impressora eletromecânica da Olivetti) que adptada com uma interface paralela, era comandada pelo HotBit. Parecia mágico imprimir a 16cps por minuto. Aprendi planilha de cálculo (hoje em dia tem outro nome que confunde planilha com um nome comercial). Com o HotCal Eu demorava muitos minutos para gravar ou recuperar um arquivo da fita cassete que comprava sempre as melhores que era um meio de garantir mais leituras e gravações antes de perder dados. O mesmo fiz com editores de texto que rodava direto da fita cassete, primeiro lia o programa para a memoria (ou seria vaga lembrança?) e depois disso, lia os arquivos que na época já fazia contratos sociais. Bom tempo aqueles e naturalmente estes onde podemos reviver nossas histórias.
Abraço
Tudo por Belém do Pará.
Não sou paraense, nunca fui ao Pará mas sei ou intuo que é aí, onde estão as autenticidades do país, as mais intocáveis.
Nas pessoas.
(Será que é a água de cheiro?)
Tudo por Belém do Pará.
Não sou paraense, nunca fui ao Pará mas sei ou intuo que é aí, onde estão as autenticidades do país, as mais intocáveis.
Nas pessoas.
(Será que é a água de cheiro?)
Tudo por Belém do Pará.
Não sou paraense, nunca fui ao Pará mas sei ou intuo que é aí, onde estão as autenticidades do país, as mais intocáveis.
Nas pessoas.
(Será que é a água de cheiro?)
Histórias cara....aqui acontece td que acontece ai.....
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