História da Matemática e a Numerologia - I
Essa é a primeira de uma série de 5 postagens que intenciona mostrar que o conhecimento dos pitagóricos sobre a interpretação mágica dos números pode se tornar mais um elemento didático do professor de Matemática.
A História das Matemáticas (assim mesmo no plural) é um dos ramos mais interessantes da Educação Matemática. Conhecer a origem das coisas das Matemáticas torna seu ensino e aprendizagem mais prazeroso, mais significativo.
Nesse particular, os algarismos, símbolos que representam quantidade, guardam muito mais significado do que a simples idéia de número. O estudo da simbologia encerrada em cada número, e nalgumas operações efetuadas com eles, como adição, permuta e combinação, é denominado Numerologia.
Esse conhecimentos fazem parte de milenares práticas matemáticas em diversas culturas, e por si só já se enquadram no que é tão bem defendido e estudado por Ubiratan D'Ambrósio, pai da Etnomatemática no Brasil, por Paulus Gerdes em Moçambique e Teresa Vergani em Portugal; apenas para citar três grandes pesquisadores.
Muito embora se encontre referências a numerologia em obras clássicas como as do matemático marroquino Georges Ifrah*, tais saberes matemáticos não são transmitidos nos cursos de formação inicial ou formação continuada de professores de Matemática.
Talvez os educadores matemáticos se interessem pelo estudo da Numerologia como mais uma proposta de incremento pedagógico e de reforço didático para o ensino de Matemática, algo que torne o ensino dessa disciplina mais empolgante e interessante. Confesso que ainda é uma idéia em construção e aceito sugestões.
Penso que, talvez, fosse possível ao professor de Matemática desenvolver um novo olhar sobre universo dos números e ensinar isso ao seu aluno. Ensinar um olhar diferente daquele que aprendeu a ter -e retransmitir- desde que se alfabetizou matematicamente.
Ele aprendeu -e ensina- que o 0 (zero) e 1 são apenas dois algarismos que representam a dezena, e/ou que o triângulo é tão somente uma figura geométrica de três lados e a primeira figura poligonal fechada. Mas há algo mais que isso no universo dos números. Há mágica e magia nos números, e isso pode ser um elemento poderoso no ensino da Matemática.
A partir dessa postagem quero dar início a esse projeto propondo um olhar axiomático sobre alguns entes primitivos e conceitos Matemáticos tendo por base a Numerologia.
(continua na próxima postagem - Acima)
* Confira em "Letras,
Algarismos, Magia, Mística", pgs.221 a 227 de Os Números: a
história de uma grande invenção, e em "Algarismos, Escritas, Magia, Mística e Advinhação", Capítulo XX de História Universal dos Algarismos.
Referências
Ifrah, Georges. Os Números: a história de uma grande invenção. Rio de Janeiro. Ed. Globo, 1989.
____________ História Universal dos Algarismos. Rio de Janeiro,
Nova Fronteira, 1997.
4 comentários:
Caro Franz
Acho ótima idéia. Mesmo sendo professor de História, eu sempre achei que a Matemática deveria ser ensinada dessa forma. O maior problema é convencer certos professores. Infelizmente, ainda falta a muitos deles, mais conhecimento da história da própria ciência.
Obs: Quanto as fotos. Me envie assim que puder, pois sou um fanático por fotos antigas do Rio.
Um grande abraço! :-)
Nada é mais difícil que mover o conservadorismo, caro Adinalzir. Muitos professores que conheço não abrem mão disso.
Através de um comentário recebi uma indicação de leitura sobre discalculia.
Bem, como já havia lido sua primeira postagem sobre Matemática também faço a sugestão. Trata-se de uma matéria num jornal de Minas intitulada "Sem habilidade com números":
http://www.exkola.com.br/scripts/noticia.php?id=34579041
Abraço.
OI, Léa. Muito obrigado pela sugewstão de leitura. A matéria é realmente interessante.
E obrigado pela visita. Passei no seu blog e tb deixei um comments.
Franz
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