Começo aqui a apresentar uma leitura da origem dos números, e da própria criação, à luz da Numerologia. Embora pareça fantasioso, devo dizer que a maioria dos ensinamentos mais importantes foram/são transmitidos de maneira fantasiosa. Isso ajuda a fixar o conhecimento.
Be-Rasit/No início
No 1 temos o início dos números...
Modo Comentário ON: Sabemos que o Zero, como número e
numeral para a ausência de quantidade, só apareceu muito depois, na
Idade Média, por volta do Séc. VI ou VII.(veja artigo sobre a evolução do conceito de Zero AQUI).
Modo Comentário OFF
A mônada ou Nous, é a
Unidade, o princípio de todas as coisas. Porém, a Unidade por si só não
pode gerar coisa alguma: é estéril! Entretanto, guarda em si o princípio do
hermafroditismo. Assim, é necessário que se oponha a si mesma,
bipartindo-se e se fecundando, sendo ao mesmo tempo imagem e reflexo.
Isso aparece na Bíblia, no Gênesis (2-26), quando lemos: “Façamos o
homem a nossa imagem e semelhança.”
Quando a
Unidade (1) se biparte faz surgir a Díade, o Dois (2), e com ele toda a classe de
oposto. O 2 é a Lei da Polaridade expressa no mundo dos números. Em Geometria temos a imagem do Ponto que se desloca formando a Reta.
Considerando
o algarismo 1 como o Ser e o algarismo 10 como o Universo, produzido e
criado pelo “Princípio Único” (1) do “Relativo Nada” (0), temos os
dois pólos entre os quais tudo se manifesta.
Modo Comentário ON: Na Numerologia o
1 é associado a Divindade Suprema, ao Sol e a Luz; enquanto o 2 é
correlatado com a Lua, com as Trevas, as Sombras.
Enquanto o 1 é divino, posto que a Unidade é atributo do Incriado, o plano humano é representado pelos “muitos”, nesse caso os números compostos (as dezenas). Porém o Um torna-se Muitos e os Muitos unem-se para formar o Um.
Enquanto o 1 é divino, posto que a Unidade é atributo do Incriado, o plano humano é representado pelos “muitos”, nesse caso os números compostos (as dezenas). Porém o Um torna-se Muitos e os Muitos unem-se para formar o Um.
Modo Comments OFF.
A representação simbólica para o
exposto acima pode ser obtida construindo-se um círculo com um ponto no
centro. O ponto representa o Um e a circunferência o Nada relativo (o
Nada absoluto não existe), o Ovo Cósmico (e numerológico). A união de
ambos, conforme foi expressa, representa a Década e simboliza o Criador e
a Criação, Deus e o Universo.
Modo Comentário ON: Como todos sabemos pela geometria euclidiana, o ponto é
admensional; não tem espaço dentro de si; não significa nada e pode
representar tudo: todas as coisas vistas à distância aparecem como um
ponto, seja um homem ou um planeta.
Modo Comentário OFF:
Modo Comentário OFF:
Ao se deslocar, o Ponto (1) dá origem a
uma linha ou Reta (2). A reta, tendo fixado um ponto numa das
extremidades, desloca-se originando uma figura de três lados, gerando a
primeira figura geométrica fechada (3); e surge a Tríade. Nesse ponto a
Consciência toma forma, contudo ainda não é a forma em si, mas o seu
significado.
Modo Comentário ON: O Três é obtido pela união do Um
(a energia criadora) com o Dois, seu reflexo e complementar. A Unidade é
o ativo, a Dualidade o passivo. A junção de duas forças opostas
apresenta no seu cruzamento ou intersecção, uma terceira, a neutra. Eis a
tradução do símbolo representado pela Cruz.
Modo Comentário OFF:
O Ponto e a Circunferência
Deus é uma
esfera cujo centro acha-se em toda
parte e a circunferência em lugar
nenhum - B. Pascal
Mas, ao nível de Universo manifestado, até
esse momento ainda não temos o surgimento da matéria nem do Homem.
Estamos apenas no estágio da preparação. O Espírito Criador está
estático e só; a Consciência permanece adormecida no interior do Grande
Ovo Cósmico. Ainda não há nada, apenas o Cosmo, a Ordem Suprema, a
imobilidade absoluta.
De
repente, o Espírito se moveu. E esse movimento desequilibrou a ordem estabelecida. Com a desordem surgiu a
agitação e instaurou-se o Caos. Inicialmente de forma tímida, até
atingir um nível de agitação capaz de produzir um SOM (OM ou AUM). O som
despertou a Consciência e esta percebeu que o movimento, a vibração e o
som deram origem a uns agrupamentos singulares de partículas extraídas
de sua própria substância constituinte, durante a fase anterior.
Então a Consciência se viu multiplicada nesses agrupamentos. Eles eram a existência potencial que daria origem à matéria condensada e que viria a constituir o mundo no qual surgiria o Homem primitivo (Adão).
Então a Consciência se viu multiplicada nesses agrupamentos. Eles eram a existência potencial que daria origem à matéria condensada e que viria a constituir o mundo no qual surgiria o Homem primitivo (Adão).
Outras leituras similares
para o parágrafo acima:
1 - No
início a Divindade repousava no Caos do Universo até o momento da
Criação. O Ser dormia no interior do Ovo Cósmico. Então a Divindade
manifestou um pensamento que vibrou, e vibrando converteu-se em ação. E
pela Sua vontade (1) e imaginação (2), criou (3) o mundo objetivo (4) através da multiplicidade (10) de si mesma. E do relativo nada (0) surgiu o todo completo (10) e a graça perfeita (12).
NOTA: A vontade é o poder masculino e a
imaginação o poder feminino.
2 – No princípio as Trevas
cobriam a face da Natureza. E o éter pairava sobre a superfície do Caos.
Quando a Grande Luz brilhou no firmamento, e o abismo fugiu diante da
Luz. (Sepher Ietzirah).
3 – As
trevas cobriam o Abismo, e o Espírito de Deus se moviam sobre as águas
primordiais. E Deus disse: Fiat lux, e a luz se fez. (Gênesis)
4 – Tudo era Trevas antes de surgir a Luz. A
luz, porém, não veio das trevas, pois as trevas são a ausência da luz.
(texto RosaCruz)
Pelo exposto podemos começar a
entender o sistema numerológico apresentado pela bruxa ao amigo de
Mefistofeles. De forma análoga podemos compreender também o pensamento
dos discípulos de Pitágoras em relação aos números (da unidade a
multiplicidade, do divino ao mundano).
Quanto a Cabala hebraica, na
parte referente aos sistemas numerológicos (Gematria, Temurah e
Notaricon), a análise apresentada oferece uma pálida introdução,
suficiente apenas para o leitor obter um entendimento que cada número
(do 1 ao 10) representa uma emanação do Criador. Eles são os protótipos
de todas as coisas, sejam espirituais ou materiais, existentes nos
quatro planos de existência, e estão sintetizadas na Árvore Sephirotal.
Na próxima postagem, a última da série, o simbolismo dos Números
Um comentário:
E viva a Matemática! Quando ela é bem ensinada colhemos os frutos.
Abraços! :-)
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