quinta-feira, 1 de maio de 2008

BEM E MAL: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA

Nesta semana, dois de meus colegas de trabalho me questionaram a respeito de minha opinião sobre o conceito de Deus e Diabo. Assim, decidi postar algumas reflexões sobre essa questão. Caso esse pequeno texto lhe traga com algum esclarecimento sobre esse assunto, não hesite em deixar seu comentário.

Vamos falar um pouco dessa dualidade tão presente em nosso mundo sublunar: Bem e Mal; Amor e Ódio, Deus e Diabo... Para isso, imaginemos nosso ancestral, ainda desconhecedor do fogo, necessitava da luz solar para caçar, se alimentar, se aquecer e se defender. Em contrapartida, as noites eram habitadas por ruídos completamente apavorantes e seres estranhos, monstruosos, dos quais ele via apenas vultos. Mas ao romper do dia, com a luz do Sol, esses sons e vultos desaparecia (ele desconhecia a existência de predadores notívagos).
Assim, quando o manto escuro da noite descia, encobrindo a Luz, nosso antepassado era invadido por uma sensação de medo, desconforto, insegurança; sensações estas completamente opostas as que experienciava durante o dia. Dessa maneira, foi fácil para ele associar as sensações e qualidades boas à luz, e as qualidades más à escuridão.
Essa antítese harmoniosa formada pela luz e sombras marca o primeiro dualismo, cuja maravilhosa síntese é o conhecimento que distingue os homens dos animais; a sabedoria que permite representar uma idéia através de símbolos. E, como praticamente toda função mental é simbolizadora, ele empregou símbolos com a intenção de “instruir” e “lembrar” as impressões que essa dualidade lhe suscitava. A partir desse ponto nosso antepassado Erectus começou sua ascese rumo ao Sapiens. Penso que,possivelmente com essa necessidade de transmitir uma impressão ou uma descoberta, surgiu o primeiro professor.
De lá, das cavernas até os tempos modernos, pouca coisa mudou com relação à percepção do Bem e do Mal, exceto que com o advento das religiões o Mal passou a ser uma sombra terrível dominando a vida do homem. Mas, como dizem os budistas, essa condição reside na ignorância de que onde há trevas também há luz, pois o Mal é apenas uma manifestação da dualidade do Cosmos. De fato, tudo em nosso universo tem dois pólos, e aquilo que atinge seu ponto máximo se transforma em seu oposto, portanto, num certo sentido o Mal é a escuridão necessária para que a Luz possa ser percebida.

*A imagem é de Eliphas Levi, e representa Baphomet, o bode sabático. Encontra-se no seu Ritual e Dogma da Alta Magia

Um comentário:

Mariana Malato disse...

Franz, esse é um assunto diferente, mas, bem gostoso de se ser lido.
Parabéns =)

Gosto muito dos seus textos, e obrigada por tantos elogios. Fiquei espantada por você ter lido um texto tão grande que geralmente não parece ser de grande interesse. Esse foi o meu presente pra ela, já que eu ainda não trabalho heheheeh =)

Seu blog está ótimo, nunca pare de escrever. Beijos
Mari

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