quinta-feira, 30 de agosto de 2012

E A GREVE DAS FEDERAIS? CONTINUA, PÔ!...

Eu não gosto de greve

Eu não gosto de greves. Penso que nenhum professor que se prese goste.  Professor gosta de estar em sala de aula, ensinando e formando cidadãos. E cidadania - disse um professor hoje na Assembléia - não é ter Carteira de Trabalho assinada, é ter seus direitos respeitados. Como pode, então, um professor ensinar sobre cidadania se, após mais de 100 dias em luta pelos seus direitos, aceita a ideia de sair de uma greve pior do que entrou? Isso é desonroso e fere moralmente o profissional.

Hoje, na hall da Reitoria da UFPA, aconteceu mais uma Assembléia Geral reunindo o significativo número de 190 professores, além de alunos e representantes de outras entidades que vieram dar seu apoio aos professores da Universidade Federal do Pará, e das mais de 50 Universidades Federais paralisadas. A Assembléia votou pela continuação da greve.

A greve das Instituições Federais de Ensino-IFEs completa exatos 105 dias e, se depender da Presidenta, vai continuar. Sim, se depender da Presidenta, sim. Porque ela se mantém intransigente. Fechou as negociações após assinar um acordo com o PROIFES-Federação - um dos quatro (repito: 1 dos 4) representantes dos grevistas que estavam à mesa de negociações com o Governo. Entretanto, apesar desse acordo, "a greve dos docentes segue forte em 80 IFE - entre Universidades e Institutos Federais", informa o Jornal ADUFPA (agosto/2012). Donde se depreende que o tal acordo, que o Governo diz ter firmado, não foi aceito por quase todas as instituições em greve. 

Dilma teima em não reabrir as negociações com os professores, nem flexibilizar com a categoria, apesar dos apelos que chovem de todos os lados. Em audiência pública no Senado, ocorrida ontem (dia 29/08), os senadores foram unânimes em  pedir ao Governo para retomar o diálogo com os  professores. 

O Senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), que foi Ministro da Educação no Governo Lula, foi enfático ao afirmar que entende as dificuldades orçamentárias do Governo, mas lembrou que, apesar disso, o governo concedeu mais de R$ 20 bilhões em incentivos fiscais às montadoras de automóveis. E isso sem considerar os 10 bilhões de dólares oferecidos aos países em crise na Europa...

Os Senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Ana Amélia (PP-RS) e Paulo Pain (PT-RS) reconheceram a grandeza da greve dos docentes, e apelaram para a Presidenta reabrir as negociações.

Daí eu fico me perguntando: Se os próprios senadores do governo percebem que a greve da categoria não chegou ao fim, e também apelam para que a Presidenta reabra as negociações, não será porque reconhecem que o acordo que o Governo fez com o Proifes-Federação não é válido, ou que não foi aceito pela categoria? Ou será que há algo de podre no reino da Dinamarca?


2 comentários:

Unknown disse...

Estou longe daí do Para, mas, aqui também foram dias e dias sem uma resposta aos professores tento das federeis como dos estaduais, o governo do estado cedeu por pressão dos pais dos alunos como eu e os das instituições federais ainda em negociação porém já quase em êxito dos docentes.
Gostei da contundência da sua publicação.
Abraço

esteblogminharua disse...

Obrigado, amigo.

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