Estou lendo...
Por volta dos meus 10/11 anos conheci os escritores que influenciaram sobremaneira
meu gosto pela literatura, pelo romance de aventura em especial, bem como impactaram bastante minhas preferências pelas coisas do povo, pelo folclore. Primeiro foram dois estrangeiros, o americano Mark Twain (1835-1910) e o francês Júlio Verne (1828-1905), ambos estavam na mesma ordem de influência e importância; e, finalmente, mas não menos importante, o brasileiro Monteiro Lobato (1882-1948).
Twain e Verne li-os da estante de meu pai, enquanto Lobato eu só travaria um contato mais profundo com a coleção da biblioteca do Colégio Afrânio Peixoto (Nova Iguaçu/RJ), onde meu pai era o secretário. No CAP estudávamos eu e meus irmãos, e lá fiz apenas a primeira e a segunda série ginasial. Mas nesse intervalo li os 15 volumes do Sítio do PicaPau Amarelo.
Lembro-me bem de ter lido Tom Sawyer e Huck Finn antes de Pedrinho e Narizinho. Depois de Twain, vieram os clássicos “Viagem ao Centro da Terra”
e “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (não lembro qual o primeiro, mas isso não importa). Júlio Verne me fez ver a importância de uma boa e cuidadosa pesquisa.
E a troco de que essa postagem?
Bem, estou lendo um dos livros que comprei na XIII Feira Pan-Azônica do Livro, ocorrida em novembro passado aqui em Belém. É o primeiro livro de Júlio Verne a retratar uma
aventura fluvial de Iquitos até Belém, sobre o rio Amazonas.
Trata-se de A Jangada-800 léguas pelo Amazonas (Editora Planeta, SP. 2003), que comprei pela bagatela de R$ 15,00. Uma merreca, se considerarmos que o livro é novo, o papel é de boa qualidade e os quase 40 desenhos de Benett ilustram magistralmente a publicação. Afora que o Posfácio enriquece o leitor de informações históricas complementares, tanto sobre o romancista quanto sobre o romance em si.
Como se sabe, Verne nunca veio ao Brasil, muito menos á Amazônia, onde é ambientada sua história, e acredito até que nunca tenha visto uma jangada nordestina de perto. Mas esse romance, publicado originalmente em 1881, ele descreve uma imensa jangada onde instalaram a casa do dono (com varanda e jardim), alojamentos para seus empregados, uma igrejinha, mercearia e outras construções. Na verdade é mais uma pequena ilha flutuante que uma embarcação.
A Jangada conta a história de uma viagem empreendida pela família de um próspero fazendeiro instalada em Iquitos. O objetivo confesso: ir a Belém para casar Minha, a filha, com um colega de estudos do irmão. Mas João Garral tem também suas razões secretas: conseguir, correndo o risco da sua efetiva execução, a revisão da sentença
que o condenou injustamente à morte pelo caso de um roubo de diamante vinte e seis anos antes, enquanto ele trabalhava, sob a sua verdadeira identidade de Dacosta, nas minas imperialistas brasileiras. Com o objetivo de se deslocar, visto que o projeto era familiar, o herói não imagina outro meio senão construir uma gigantesca aldeia flutuante que se deixará levar pela correnteza do rio... (da orelha do livro).
2 comentários:
Oi Franz!
Grata surpresa: eu não sabia que Júlio Verne havia escrito livro com ambientação na Amazônia. Também fui leitora ávida de sua obra, entre os 9 e 10 anos... Comecei com uma apresentação em quadrinhos de Os Filhos do Capitão Grant, e fui incentivada pelo meu tio a ler sua coleção. Comprei uma versão recente de 20 mil Léguas Submarinas para o meu filho, mas ainda sou eu quem mais gosta de suas histórias...
Valeu a dica.
Oi, Conceição.
Eu tb fiquei surpreso quando encontrei esse livro, pois não sabia que J.Verne havia criado uma aventura na Amazônica. Eis porque fiz essa postagem.
Obrigado pela visita.
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