terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Revolução do Software Livre

Neste final de semana acabei a leitura do romance  "O Complexo de Di", do escritor chinês Dai Sije. O livro conta as peripécias de Muo, o primeiro psicanalista da China, apaixonado pelas teorias de Freud.  Muo, que tem 40 anos e é virgem,  estudou na França e retorna ao seu país para tentar salvar sua amada da prisão e da condenação à morte, imposta pelo juiz Di.  Para isso o quixotesco Muo precisa encontrar uma virgem para o juiz. 
Com humor, criatividade e muita competência, Dai Sijie apresenta uma China pós-revolução cultural, miserável, em confronto com uma China tradicional, onde a cultura medieval ainda impera em vários recantos.  A leitura é um tanto pesada, por conta do excesso de descrição e detalhamento, pelo ir e vir no tempo e no espaço, mas é muito interessante pelas informações sobre hábitos e costumes locais.

Terminado esse, que recomendo, comecei a leitura (um tanto tardia, confesso) de "O Homem que Matou Getúlio Vargas", do consagrado Jô Soares (Cia. das Letras, 1999) e A Revolução do Software Livre (Comunidade SOL; Manaus, 2009). E é sobre este último que trata esse post. 

A Revolução do Software Livre é um livro que pode ser obtido enviando um email para a ONG Comunidade SOL (http://www.comunidadesol.org/).  Fiz o pedido em nome do Núcleo de Informática Educativa Prof. Washington Lopes (NTE Belém) e do Núcleo de Informática Educacional - NIED, e na sexta-feira passada o livro chegou no NIED. Quero agradecer de público ao Tiago de Melo por nos ter presenteado com a obra.

O livro é uma coletânea organizada por Tiago Eugenio de Melo, fundador e diretor-geral da ONG Comunidade SOL Software Livre, responsável pela públicação da obra. Reúne 10 autores, todos especialistas em TI e usuários compulsivos de softwares livres. Alguns, inclusive, são desenvolvedores e colaboradores atuantes da comunidade GNU/Linux.  Cada autor é responsável por um capítulo, distribuídos em 366 páginas. Veja abaixo a relação dos capítulos e seus autores:

Cap. I  - Estudando o Software Livre - Marcelo Ferreira
Cap. II -  Liberdades, Exclusão e Licenciamento de Software Livre e outras Obras Culturais - Alexandre Oliveira
Cap. III - Creative Commmons, Software Livre e Cultura Livrte - Pedro Mizukami
Cap. IV - Software Livre e Inovação - Rubens Queiroz
Cap. V - Reflexões sobre Algumas Respostas Psicológicas a Forças de Mercado - Pedro Rezende
Cap. VI - O Crescimento Econômico com Software Livre: Uma Visão para Micro e Pequena Empresa - Paulo Michelazzo
Cap. VII - Modelos de Negócio em Software Livre: Quem Disse que não se Ganha Dinheiro com Software Livre? - Cezar Taurion
Cap. VIII - Desenvolvimento Colaborativo - Christiano Anderson
Cap. IX - O Lado Técnico da Lioberdade: Soluções, Mitos, Desafios e Alternativas - Jansen Sena
Cap. X - GNU/Linux em seus Diversos Sabores - Tiago de Melo

Como ainda não terminei de lê-lo, trago um breve olhar sobre alguns capitulos, a guiza de estímulo para que você, leitor amigo, possa se interessar por sua leitura. Considero o livro leitura imprescindível para a comunidade e/ou interessados em SL.

O Capítulo I é um excelente artigo sobre o SL. Simples, didático e rico de informações e história. Além de oferecer uma linha do tempo,  esclarece os principais conceitos, licenças e siglas da Comunidade GNU. Muito bom para quem não conhece ou está se aventurando no GNU-Linux.  O Capítulo X pode complementar, em muito, suas informações.

O Capítulo II é muito interessante e criativo. Trata de direitos autorais e produtos culturais com humor e originalidade, apresentando um páis fictício chamado Pãn'k (Pânico), onde adoravam um deus chamado T'Pãn e cuja principal indústria é o pão, o alimento essecial da população. Então, alguém desenvolve uma fantástica máquina capz de copiar qualquer objeto ou substância, e esse produto essencial passa a ser copiado e vendido.  A partir dessas analogias, o autor revela como são criadas as leis de proteção aos interesses mercadológicos, marcas e patentes, os selos de qualidade, garantias e a pirataria.  É o capítulo mais longo, começa na página 61 e vai terminar na página 123. Mas se lê praticamente de um fôlego só, tal sua criatividade e humor.

O Capitulo III trata das licenças Creative Commons, que também protege os post desse blog e de tantos outros. Você sabia que, "a partir do momento em que determinada criação intelectual é fixada em uma base física, ela é submetida ao regime legal dos direitos autorais (Lei 9.610/98 - art. 7)"? Você sabia que as licenças CC só eram válidas nos Estados Unidos da América, que o Brasil foi o terceirto país a adotar as licenças CC, e que hoje são 50 países que as adotam? Sabe o que é copyright e copyleft?

O Capítulo IV é o menor do livro, começa na página 177 e termina na 183. Trata da experiência de criação do sistema Nou-Rau, da UNicamp. O sistema foi desenvolvido para o gerenciamento de bibliotecas da Universidade e hoje está disponível na Web e pode ser empregado por diversas outras instituições. Os demais capítulos tratam de questões práticas e mercadológicas do Software Livre. Mas, para mim, a principal mensagem do livro é a filosofia do software livre: "Just for Fun".

* Créditos das imagens: 1- radio-com.blogspot.com; 2 - wireleess.ictp.it/school_2006

2 comentários:

Márcio Proença disse...

Franz, quero parabenizá-lo pelo belo texto. Rapaz, não sei trabalhar com software livre, mas agora, depois de ler esse seu post vou encontrar tempo para me informar melhor sobre isso. Acredito que estamos andando para essa liberdade. Ontem, aqui na faculdade em que estudo, tivemos uma palestra sobre gestão de conteúdo e conversamos muito sobre softwares livres e já fiquei interessado em dar início a ampliar meus horizontes adquirindo conhecimentos sobre Linux e cia (rsrsrs). Quem sabe esse seu texto também veio reforçar esse meu interesse, não é mesmo? Blogs como o seu são super úteis e vem somar para o conhecimento e a informação. Já falei que você escreve como um jornalista, lembra? Outra coisa, amigo, estou fazendo uma pesquisa em meu blog em que peço para os internautas comentarem - se quiser - sobre: "Onde a MPB é americanizada?". Acredito que seja um tema amplo de discussão, mas mesmo assim interrogo. Isso vai me ajudar a anexar essa pesquisa para minha monografia que é AMERICANIZAÇÃO DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA. Se você quiser deixar seu comentário ele será bem-vindo. Um grande abraço do amigo Márcio Proença. Força sempre!!!

Software Point of Sale disse...

Obrigado por falar neste assunto andava à procura desse livro e não achei em lado nenhum. Sou apaixonado por software livre e gostaria de obter esse livro A Revolução do Software Livre. O professor pedio o livri em em nome do Núcleo de Informática Educativa Prof. Washington Lopes (NTE Belém) e do Núcleo de Informática Educacional - NIED, será que eu como pessoa individual posso fazer o mesmo?

Obrigado pela postagem

Cumprimentos

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