terça-feira, 28 de julho de 2009

Um Baobá no Nordeste.

Caro leitor, ainda da série "Cenas de ruas", trago um pouco do que vi nas ruas do Rio Grande do Norte. Dessa vez falarei de um ser que nos impresionou sobremaneira nessa viagem: um Baobá.

Você sabe o que é um baobá? Eu e Leca, pelo menos, só o conhecíamos através do Pequeno Príncipe, o livro de Saint-Exupéry. Por sinal, no livro os baobás são apresentados como uma ameaça, um perigo terrível e assustador. Aliás, a primeira vez que li sobre ele e vi um desenho seu foi na página 25 deste livrinho. Eu já era um adolescente, mas fiquei tremendamente impressionado.
Imagine, então, nossa surpresa quando topamos com um verdadeiro baobá a poucos quilometros de Natal, no Rio Grande do Norte. Foi assim:
Saímos de Ponta Negra, em Natal, pela Rota do Sol e fomos em direção ao litoral Sul. Nosso destino: a Praia de Pipa, em Timbau do Sul. No caminho passamos por diversas praias, cada uma mais bonita que a outra, como por exemplo as Praias do Cotovelo, de Pirangi - onde mais uma vez fui admirar o maior cajueiro do mundo - e de Búzios.
Mas foi no município de Nísia Floresta que, de repente, topamos com o danado do Baobá, ao lado da Pizaria Baobá. Seu nome científico é Adansonia Digitata , seu tronco pode atingir 20 metros de diâmetro e sua idade pode chegar aos surpreendentes 6 milênios!!...
O Baobá é uma das árvores mais antigas da terra. No Brasil existem apenas 20 espécimes. 16 em Pernambuco, 3 no Rio Grande do Norte, 1 no Ceará e 1 no Rio de Janeiro.
Segundo dizem, foi no Rio Grande do Norte que Saint-Exupéry pousou seu avião e, tal como nós, viu pela primeira vez um baobá. Ficou tão impresionado que fez dele um dos personagens de seu mais famoso livro e um dos piores temores do Pequeno Príncipe. Uma árvore como a que vimos em Nísia Floresta me pareceu ter um tronco de uns 10 metros de diâmetro, e pode ter cerca de 4 mil anos de idade. Imagine encontrar um ser que testemunhou tantos anos de história e que irá permanecer aqui por alguns milênios mais. É emocionante!
Ele pode, até, ser capaz de observar a estupidez do homem tornar esse planeta um ambiente impróprio para a vida humana ou, ao contrário, vê-lo superar sua própria e natural tendência à destruição.
No livro, o Pequeno Príncipe teme que as sementes adormecidas no solo de seu planetinha, se transformem em árvores robustas e acabem por destruir o planeta. Mas esse baobá me fez temer a semente má do homem, espalhada pelo planeta Terra.

2 comentários:

Adinalzir disse...

Caro Franz

Como vai? Ando meio sumido, mas aqui estou...

Realmente o baobá impressiona. Aqui no Rio de Janeiro, se eu não me engano, uma dessas árvores fica nas matas do Pico da Pedra Branca, entre os bairros de Bangú e Jacarepaguá. Quem me disse foi o meu grande professor já falecido Carlos Manes Bandeira, um grande especialista em botânica e espeleologia e profundo conhecedor daquela região e da serra do Mendanha. Graças as pesquisas que fazia quando trabalhava no Ministério da Agricultura, isso lá pela década de 1980.

Abraços, aqui deste Rio de Janeiro chuvoso e frio.

Anônimo disse...

Franz,

Somente aqui no nordeste do Brasil encontramos estas maravilhas de extremos - secas, enchentes, baobás...

Lamentável é que as espécies exóticas são mais valorizadas que as nativas, principalmente no paisagismo.

Também sou apaixonada pelo 'Pequeno Príncipe'.

Abraços nordestinos!

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