quarta-feira, 25 de março de 2009

A MORTE É O FIM DO NOVELO?

Madaya, minha filha, me enviou um e-mail hoje, dizendo de seu estado de espírito por causa da morte de uma amiga. Tentando consolá-la, enviei-lhe uma mensagem com minhas reflexões sobre a Morte e a Vida. O texto abaixo é essa mensagem, com pequenas correções, para se ajustar a este post. Pode ser que não sirva a mais ninguém, posto que sua finalidade já se cumpriu. Mas pode ser, também, que acabe ajudando mais alguém a compreender e aceitar a morte de uma pessoa querida. Pelo sim, pelo não, abro meu coração...

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Hi, Princess. Lamento por sua amiga.

Nos, os ocidentais, acreditamos que a morte é o fim da vida, mas isso não é verdade. Na natureza só existe Vida. Imagine um mar imenso cercado por uma praia tb. imensa. Quando uma criatura sai da praia ela entra no mar e vice-versa. Mas, para viver num ambiente diferente (o mar ou a terra) a criatura precisa adotar uma nova vestimenta, uma nova forma. Nascimento e morte marcam o instante em que ela passa de um para outro. O Kardecismo diz que "o homem dorme no mineral, acorda no vegetal e movimenta-se no animal".

O universo em que vivemos foi criado, formado e mantido pela Lei da Polaridade. Tudo nele é resultado das vibrações que se manifestam entre dois pólos. Tudo vibra. Eis porque está escrito: E Deus disse! (dizer é produzir vibração, como o sagrado pranava OM).

O que determina a personalidade das coisas é sua frequência de vibração. A matéria é formada por agrupamento de partículas em constante estado vibratório. As partículas (elétrons, prótons e neutros) , que compões tudo no Universo, estão presentes tanto numa pedra quanto na madeira, no aço, na água e nos seres humanos. Mas, se todas as coisas são formadas pelos mesmos elementos, o que as faz tão diferentes? Para uns, existe uma espécie de "inteligência" que mantém essas partículas numa determinada "ordem" ou estrutura, o que confere as características de cada material ou substância. Essa "partícula" inteligente presente em cada coisa que existe pode ser chamada de Deus.

Então, tudo é energia. Tudo vive, sob diversas formas. Tudo vibra neste mundo. Cor, luz, som são vibrações. Uma coisa nos é visível porque a luz, ao incidir nela, produz alterações, perturbações. E enxergamos essas perturbações como formas e cores. Se a luz incidente num objeto não se perturbar, nem retornar aos nossos olhos, ele se torna invisível (já existem pesquisas científicas desenvolvendo materiais que tornarão as coisas invisíveis, sabia?). As interações entre as coisas acontecem por causa de seus campos vibratórios (já ouvistes dizer que os semelhantes se atraem, não é?). Assim, a morte é apenas o momento em que a criatura troca de forma, de sistema, de meio ambiente. Isso acontece quando o corpo físico, habitat da partícula divina, passa a vibrar noutra frequência.

Talvez seja demasiado científica e mistica essa concepção, mas é assim que as coisas são. Ao contrário de considerar isso uma forma fria e sem sentimentos de encarar a morte de alguém, penso que deve ser vista como a mais bela maneira de homenagear o ente que já não está mais visível neste mundo. Qualquer outra forma que o homem crio para manter a memória de quam partiu é válida, sem dúvida, mas é perpetuar o sofrer pela saudade. Por isso o positivismo de Augusto Comte dizia que "os mortos governam os vivos".

Na verdade, choramos não porque uma pessoa morreu, mas porque sentimos a falta do efeito da vibração que sua presença nos causava. Entrar em desespero, chorar sobre o túmulo, lamentar a vida ou maldizer o Criador pelo falecimento de um ente querido é pura ignorância da compreensão que morte e vida são a mesma coisas. O que entristece o homem é que ele é o único animal que sabe que vai morrer.

Beijos do Velho, que quando morrer quer que seus filhos compreendam que ele não está morto, mas apenas vivendo sob outra forma.

* O título é uma frase da música "Desenredo" de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro. "A morte tece seu fio, de vida feita ao averso....(...)... A vida é o fio do tempo, a morte é o fim do novelo..." A imagem foi obtida no endereço www.overmundo.com.br/overblog/a-morte

3 comentários:

Ava disse...

Franz, uma bela explanação sobre a morte. É assim que devíamos ver e agir diante da dor da perda, mas muitas vezs, no desespero diante do inesperado, adotamos uma reação mais emocional que racional...

Desejo que sua filha encontro conforto em palavras tão lindas, escrita por um pai tão especial!


Beijos

Anônimo disse...

Um dia ouvi alguém a falar da morte, e as palavras dessa pessoa tocaram me profundamente, ao ponto de nunca mais as esquecer, e de ainda hoje pensar nelas. As suas palavas foram: Não existe a morte; o que exite são duas vidas ; a morte não se improvisa, mas merece-se com toda a vida ; contra a morte, há apenas um rémedio seguro: ter-se a cada momento uma vida imortal.
Mas as que mais me tocaram foram: a morte não é a noite, mas a luz; não é o fim, mas o principio; não é o nada , mas a eternidade.
Pense e reflita nestas palavras.
tudo de bom.

Anônimo disse...

Belas palavras!
Morte é a transição,fim de um ciclo.
Trazemos do ontem , aprendemos na existência atual e vivencimaos o agora dentro do nosso degrau evolutivo.
Que sua filha possa apoiar-se em você e transcender este ensimanto de missão cumprida de sua amiga.
Abraços!

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