Texto adaptado do original, publicado na apostila do Curso de Linux Educacional 2008, do Núcleo de Informática Educacional-NIED/Belém.
É condição indispensável para lidar com o paradigma educacional emergente ser um professor com espírito reflexivo, criativo e pesquisador. Franz.
Diante das novas configurações de mercado e das interações sócio-culturais desencadeadas pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC), com ênfase nas mídias baseadas em rede de computadores, o modelo de escola vigente encontra-se em uma posição incômoda: de um lado sustenta uma arcaica estrutura fracassada e desinformadora, que finge ser formadora de cidadãos críticos e participativos; de outro, pretextando acompanhar a modernidade, tenta adotar novas maneiras de pensar e de conviver na sociedade do século XXI a partir da inclusão da Informática no chão da escola. Essa postura conservadora ante o inevitável avanço das TIC no processo educativo é danosa para o projeto político-pedagógico da escola, pois muitas vezes o uso da sala de informática está muito distante de seu caráter pedagógico.
De acordo com as teorias sócio-construtivistas de Piaget, Vigotsky, Ausubel e outros, a tecnologia Informática apresenta uma gama de recursos capaz de contribuir para transformar a escola num espaço que privilegia a construção colaborativa de conhecimento e a relação professor-aluno, enquanto oportuniza ao professor oferecer uma aula mais dinâmica e produtiva, ao mesmo tempo em que amplia as oportunidades para o aluno apresentar uma performance maior como aprendiz. Sem falar que tende a desenvolver algumas das inteligências múltiplas apontadas por Howard Gardner. Porém, um dos grandes problemas para quem lida com a informática aplicada a educação é a seguinte questão: como associar um rico conteúdo didático a um programa que ensine e divirta ao mesmo tempo?
Isso exige conhecimentos que vão além da formação tradicional do professor, e para os quais as próprias Universidades ainda não estão preparadas. Eis porque a formação continuada é tão importante e necessária! Nessa perspectiva surgiram os programas de caráter didático-pedagógico, como os Softwares Educativos e Objetos de Aprendizagem.
Softwares ou Programas Educativos
Um “software educacional deve ser conceituado em referência à sua função, e não à sua natureza” (leia o original), mas de forma geral, podemos considerar software educativo todo programa de computador que utiliza uma metodologia que o contextualize no processo ensino-aprendizagem. Porém, há aqueles criados para outros fins que acabam servindo aos propósitos pedagógicos como, por exemplo, o editor de texto e a planilha eletrônica.
Por outro lado, um objeto de aprendizagem(OA) pode ser considerado "qualquer entidade, digital ou não digital, que possa ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o aprendizado suportado por tecnologias" (esse é um conceito muito amplo que ainda está em construção), mas nessa perspectiva podemos afirmar que todo software instrucional é um objeto de aprendizagem.
Na Wikipédia lemos que: “Um objeto de aprendizagem pode ser usado em diferentes contextos e em diferentes ambientes virtuais de aprendizagem, para atender a esta característica, cada objeto tem sua parte visual, que interage com o aprendiz separada dos dados sobre o conteúdo e os dados instrucionais do mesmo. A principal características dos objetos de aprendizagem é sua reusabilidade, que é posta em prática através de repositórios, que armazenam os objetos logicamente, permitindo serem localizados a partir da busca por temas, por nível de dificuldade, por autor ou por relação com outros objetos”.
Noutro site (acessado em 12/04/2007), encontramos que há diferentes modalidades de classificar os softwares usados em educação, uma delas é apresentada por como Tutor, Ferramenta e Tutelado: Como Tutor, o computador dirige o aluno, desempenhando praticamente o papel do professor. Esta modalidade foi e ainda é bastante utilizada e desenvolveu-se a partir dos pressupostos da Instrução Programada. Como Ferramenta os alunos aprendem a usar o computador para adquirir e manipular informações, utilizando muitas vezes softwares de uso genérico em outras áreas, como: processadores de texto, planilhas, banco de dados, etc. Já na forma Tutelado seriam classificados os softwares que permitem ao aluno ensinar o computador.
Outra classificação considera alguns softwares enquadrados em dois modelos: Tutorial e Exercício-e-Prática. No primeiro, o aluno recebe informações sobre o tema e segue linearmente as instruções até obter resultados pré-estabelecidos, geralmente em termos de certo ou errado. O segundo se caracteriza por apresentar uma seqüência de exercícios com respostas imediatas cujo objetivo é a fixação de conteúdos, ou seja, meros exercícios num “livro digital”, algo como o antigo “arme e efetue”.
Ao desenvolver atividades pedagógicas com suporte computacional, é recomendável trabalhar na perspectiva de projetos, que nos parece melhor possibilitar a ocorrência do ciclo “descrição-execução-reflexão-depuração”, descrito por Valente
(1993) como um conjunto de ações que o aluno realiza na aquisição de novos conhecimentos, e acontece quando diante de um problema ele descreve o que pretende fazer para resolvê-lo, executa esses passos ou planejamento, reflete sobre dos resultados obtidos, busca novas informações para melhorar ou depurar os resultados, finalmente faz nova descrição. O ciclo se repete cada vez que ele rever a ação.
A proposta desse pequeno texto é oferecer uma visão introdutória sobre classificação e características de softwares educacionais e objetos de aprendizagem, instrumentalizando o leitor para que possa empregar as tecnologias baseadas em artefatos computacionais em suas atividades de ensino-aprendizagem. Contudo, é importante registrar que nenhum software educativo ou objeto de aprendizagem pode ser considerado, por si só e em termos absolutos, didática e pedagogicamente bom. É a maneira como o professor irá empregá-lo que determinará a exploração de todas as suas potencialidades pedagógicas e seus efeitos na superação das dificuldades de seus alunos.
10 comentários:
Pois então Franz, é essa pergunta que não quer calar.
??????
Com todos esses materiais didáticos tecnológico chegando às escolas, o que os professores tem feito para mudar a forma de ensinar e aprender? E o que os alunos estão levando para o seu aprendizado?
Abraços
Márcia Alves
Pois então Franz, é essa pergunta que não quer calar.
??????
Com todos esses materiais didáticos tecnológico chegando às escolas, o que os professores tem feito para mudar a forma de ensinar e aprender? E o que os alunos estão levando para o seu aprendizado?
Abraços
Márcia Alves
Olá indicarei essa leitura aos acadêmicos da disciplina de Novas Tecnologias e Mídias do curso de Pedagogia.
Recomendarei essa leitura aos acadêmicos do curso de pedagogia.
Já tive oportunidade de ver como os OA contribuem positivamente para a melhoria da aprendizagem de alunos com dificuldades diversas de aprendizagem. Recentemente usei o mais simples e fácil de ser encontrado: o word. Meu aluno tinha muita dificuldade em juntar as letrinhas e formar as silabas. Digitando no word ele aprendeu tudo e está lendo quase perfeitamente. Sou fã dos OA e espero que sejam cada vez mais difundidos nas escolas.
Já tive oportunidade de ver como os OA contribuem positivamente para a melhoria da aprendizagem de alunos com dificuldades diversas de aprendizagem. Recentemente usei o mais simples e fácil de ser encontrado: o word. Meu aluno tinha muita dificuldade em juntar as letrinhas e formar as silabas. Digitando no word ele aprendeu tudo e está lendo quase perfeitamente. Sou fã dos OA e espero que sejam cada vez mais difundidos nas escolas.
Eu sou a favor de introduzir softwares educativos nas aulas,para as mesmas se tornarem mais interessantes e dinâmicas, mas sei da dificuldade que é de colocar isso em prática, pois sabemos dos desafios que os professores enfrentam nas escolas, principalmente pela falta de recursos físicos e de estrutura.
Eu sou a favor de introduzir softwares educativos nas aulas,para as mesmas se tornarem mais interessantes e dinâmicas, mas sei da dificuldade que é de colocar isso em prática, pois sabemos dos desafios que os professores enfrentam nas escolas, principalmente pela falta de recursos físicos e de estrutura.
Eu sou a favor de introduzir softwares educativos nas aulas,para as mesmas se tornarem mais interessantes e dinâmicas, mas sei da dificuldade que é de colocar isso em prática, pois sabemos dos desafios que os professores enfrentam nas escolas, principalmente pela falta de recursos físicos e de estrutura.
Cabe aos educadores ampliar seus conhecimentos e utilizar essas ferramentas no cotidiano contextualizando conteúdos em que os alunos tem dificuldades, penso eu que este seja um bom exemplo.
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