Li o texto do Marcelo Freixo sugerido pela Cleodana Souza, companheira do grupo Blogs_Educativos. Freixo tem 40 anos,é educador em Niterói-RJ, ex-militante do PT e deputado estadual (PSOL-RJ) e concedeu esta entrevista ao Fazendo Media. Que você pode conferir no link ao lado.
O texto é excelente, principalmente para trabalharmos o poder da mídia, que chamam de "o 4º Poder" (há, inclusive, um filme do Costa Gravas se não me engano, com esse título), mas que para muitos já é o primeiro poder. E, na linha do post anterior, me peguei refletindo: como lutar contra esse status quo? Como combater a influência maléfica da mídia, que determina nossos gostos e paixões?
Sinceramente, não sei. Acho que no mundo contemporâneo não temos chance, pois para enfrentá-la, necessariamente fazemos uso dela. É combater fogo com fogo! Ou seja, o atacante alimenta o atacado ao atacar. Irônico, né? Penso que é tolice enfrentar o 4° Poder, mas se não posso vencer, por outro lado não significa que devo me render e, com perdão da analogia, arriar as calcas pra ele. O que faco, então?
Well, primeiro devo querer buscar a verdade. Isso não é tarefa fácil, pois sob o manto da moral e da ética tendemos a esconder nossas verdadeiras intenções, a disfarçar muito o outro ser que habita em nosso interior. Logo, dificilmente mostramo-nos como verdadeiramente somos. Evidentemente que estou falando do que chamamos Ego. Ah! Você não concorda? Tudo bem, mas seria capaz de afirmar que nunca agiu de forma preconceituosa ou injusta com alguém? Que não usou de algum tipo de violência desnecessária nalgum instante? Então, pode atirar a primeira pedra.
Querer a verdade não é ser verdadeiro, mas é estar no caminho. Ham? estou indo pelo caminho do misticismo? Desculpe.
Bem, e como identificar a verdade, se o indivíduo não desenvolveu eficientes processos metacognitivos, mecanismos de reflexão (análise, seleção e depuração) sobre a informação que recebe dos meios de comunicação? Isso é quase uma impossibilidade aristotélica. Veja-se o exemplo da jornalista Salete Lemos, âncora do Jornal da Cultura que ao vivo, durante o telejornal, mostrou o real papel dos repórteres: falou a verdade sobre a política econômica do governo e o protecionismo aos bancos privados (veja aqui o vídeo). Ela foi demitida.
Como diria Boris Casoy: Isso e' uma vergonha!
Por outro lado, como uma sociedade onde se compra/vende abertamente CDs e DVD piratas ou pagam ao guarda de trânsito para lhes retirar a multa recebida por alguma infração (pra falar do mínimo que quase todos fazemos, gente!) pode querer mudar sua realidade, reclamar de seus bandidos e de sua polícia?
Temos milhões de indivíduos que preferem um programa idiotizante feito o BBB, onde tudo que é exibido é manipulado (sei que não acontece apenas no Brasil, note bem, mas falemos dele, Ok?) e que os transforma em puros e escrachados vouyers, denominados telespectadores, os quais deixam milhões de reais nos cofres da emissora a cada semana, APENAS pra ouvir as 'pérolas intelectuais' que os participantes do BBB dizem entre si; ou perdem tempo olhando suas tolices (conheço uma pessoa que acorda de madrugada para ficar olhando os participantes do BBB pelo canal a cabo. E muitas das vezes eles estão dormindo e ela ali, olhando-os!!...), ou pior ainda, pagam para apontar aquele participante que querem que ganhe o prêmio de 1 milhão de reais (??!!!). Ja' pensaram nisso? O sujeito liga pra dizer quem ele quer que ganhe 1 milhão. E paga pra isso!!!! Como, então, lutar contra o 4º Poder e mudar para uma sociedade mais justa?
Acredito que ao propor que os alunos construam blogs e podcast na escola, e alimentem com suas próprias produções, podemos contribuir para ampliar sua cosmovisão e com isso desenvolver uma leitura mais reflexiva sobre as informações que recebem e/ou divulgam.
O texto sugerido pela Cleo me fez pensar tudo isso. Muito obrigado.
PS: Mifo de verde, amarelo, azul e branco, mas não me rendo (Heheeee....)!
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