quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O que motivou o 11 de setembro

Neste 11 de setembro de 2011 comemorou-se os 10 anos do atentado que destruiu o Word Trade Center e a prepotência, a auto-confiança, a arrogância e o orgulho do Tio Sam.
Minha saudosa mãe sempre dizia que "quem aqui faz, aqui paga". Naquela manhã de 2001, ao ver ao vivo e a cores o choque dos aviões e acompanhar a tragédia, disse com meus botões: "Eles estão colhendo o que semearam". Mas como todos, fiquei chocado e entristecido pela cena e pelas vítimas.

Conhecendo a ganância desenfreada e o espírito belicoso do governo dos EUA, algumas teorias da conspiração se alastram feito catinga ao vento e deixam a impressão de serem verdades. Há, inclusive, quem considere o suposto atentado terrorista às torres gêmeas uma farsa norte-americana (a esse respeito leia uma excelente provocação AQUI).

Mais tarde, no mesmo dia, na lista de discussões EDUTEC (Educação e Tecnologia - ver mais AQUI), fundada em 1998 pelo professor Eduardo Chaves (da qual fiz parte por uns 2 anos) aconteceu outra consequência daquele ataque terrorista: insatisfeito com certas considerações expressas por alguns listeiros, eu inclusive, o coordenador e fundador da lista, num ato de censura, decidiu encerrá-la, apesar do protesto geral.

Hoje, recebo por e-mail um texto de Leonardo Boff que me estimulou a fazer essa postagem e reminiscências. Não é prática desse blogueiro apresentar textos alheios, mas ás vezes é imperioso fazê-lo. Convido-o, pois, a ler o texto abaixo com a mente e alma dessarmada de preconceitos.

O que motivou o 11 de setembro
por Leonardo Boff

Alguém precisa ser desumano para não condenar os ataques de 11 de setembro contra as Torres Gêmeas e o Pentágono por parte da Al-Qaeda e cruel ao não mostrar solidariedade para com as mais de três mil vítimas do ato terrorista.

Dito isto, precisamos ir mais fundo na questão e nos perguntar: por que aconteceu este atentado minuciosamente premeditado? As coisas não acontecem simplesmente porque alguns tresloucados se enchem de ódio e cometem tais crimes contra seus desafetos políticos. Deve haver causas mais profundas que a persistir continuarão alimentar o terrorismo.

Se olharmos a história de mais de um século, nos damos conta de que o Ocidente como um todo e particularmente os EUA humilharam os países muçulmanos do Oriente Médio. Controlaram os governos, tomaram-lhe o petróleo e montaram imensas bases militares. Deixaram atrás de si muita amargura e raiva, caldo cultural para a vingança e o terrorismo.

O terrível do terrorismo é que ele ocupa as mentes. Nas guerras e guerrilhas precisa-se ocupar o espaço físico para efetivamente triunfar. No terror não. Basta ocupar as mentes, distorcer o imaginário e introjetar medo. Os norte-americanos ocuparam fisicamente o Afeganistão dos talibãs e o Iraque. Mas os talibãs ocuparam psicologicamente as mentes dos norte-americanos. Infelizmente se realizou a profecia de Bin Laden, feita a 8 de outubro de 2002: “os EUA nunca mais terão segurança, nunca mais terão paz”. Hoje o país é refém do medo difuso.

Para não deixar a impressão de que seja anti-norteamericano, transcrevo aqui parte da advertência do bispo de Melbourne Beach na Florida, Robert Bowman, que antes fora piloto de caças militares e realizara 101 missões de combate na guerra no Vietnã. Endereçou uma carta aberta ao então presidente Bill Clinton que ordenara o bombardeio de Nairobi e Dar es-Salam onde as embaixadas norte-americanas haviam sido atacadas pelo terrorismo. Seu conteúdo se aplica também a Bush que levou a guerra ao Afeganistão e ao Iraque e continuada por Obama. A carta ainda atual foi publicada no católico National Catholic Reporter de 2 de outubro de l998 sob o título: “Por que os EUA são odiados?” (Why the US is hated?) tem esse teor: 

O Senhor disse que somos alvos de ataques porque defendemos a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Um absurdo! Somos alvo de terroristas porque, em boa parte no mundo, nosso Governo defende a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos de terroristas porque nos odeiam. E nos odeiam porque nosso Governo faz coisas odiosas. Em quantos países agentes de nosso Governo destituíram líderes escolhidos pelo povo trocando-os por ditaduras militares fantoches, que queriam vender seu povo para sociedades multinacionais norte-americanas!

Fizemos isso no Irã, no Chile e no Vietnã, na Nicarágua e no resto das repúblicas “das bananas” da América Latina. País após país, nosso Governo se opôs à democracia, sufocou a liberdade e violou os direitos do ser humano. Essa é a causa pela qual nos odeiam em todo o mundo. Essa é a razão de sermos alvos dos terroristas.

Em vez de enviar nossos filhos e filhas pelo mundo inteiro para matar árabes e, assim, termos o petróleo que há sob sua terra, deveríamos enviá-los para reconstruir sua infra-estrutura, beneficiá-los com água potável e alimentar as crianças em perigo de morrer de fome. Essa é a verdade, senhor Presidente. Isso é o que o povo norte-americano deve compreender”.

A resposta acertada, não foi combater terror com terror à la Bush, mas com solidariedade. Membros das vítimas das Torres Gêmeas foram ao Afeganistão para fundar associações de ajuda e permitir que o povo saísse da miséria. É por essa humanidade que se anulam as causas que levam ao terrorismo.

Leonardo Boff é autor de "Fundamentalismo,Terrorismo, Religião e Paz", Ed. Vozes, Petrópolis 2009

Crédito da imagem: http://usurpadores.blogspot.com

terça-feira, 13 de setembro de 2011

CENAS DE BELÉM 11

CENAS DE BELÉM é uma série de postagens que faço desde o ano passado, sempre ao final de cada mês. Entretanto, nos últimos três meses deixei de fazê-las por falta de algo que valesse a pena. Até que dia desses vi esse deficiente mendigando bem no meio do cruzamento de duas avenidas movimentadas de Belém.

Note a tranquilidade do cabra. Carros e motos  passam ao seu lado e ele nem... A fleuma britânica, a pachorra ou estupidez do pedinte é digna de ser registrada como uma das mais interessantes cenas de Belém que já vi e postei aqui. Confiram.

Ah! Não o vi mais no meio da rua, nem nas imediações...

A outra cena fica por conta de uma placa que anuncia a venda de um freezer, ou "frizer" apenas a quem realmente está precisando. É curiosa essa preocupação do vendedor. Veja abaixo.

As últimas POSTAGENS RELACIONADAS
Cenas de Belém 10
Cenas de Belém 9
Cenas de Belém 8

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A escola de antigamente era excludente?

Na Lista Blogs Educativos, da qual já falei na postagem anterior, rola uma discussão cujo tema foi "MEC vai distribuir tablets para alunos da escola pública em 2012" (veja mais AQUI). Dei minha contribuição com um texto que postei aqui ontem (veja postagem anterior). Um companheiro listeiro respondeu com as considerações apresentadas nos trechos negritados abaixo. Eu retruquei lá, mas faço nova postagem aqui, com igual teor, por considerar essa discussão interessante. E você, concorda ou discorda? 


"A escola de antigamente era um território de violentissima exclusão social. A escola de antigamente era uma escola proibida para pelo menos metade da população brasileira em idade escolar.
O problema desse argumento, que chamo de "argumento da vovó" (ah, no meu tempo...) esquece simplesmente isto. Esquece simplesmente esta base histórica, social e econômica de fortíssima, violenta exclusao social da escola de antigamente."

A escola de antigamente era excludente? Não sei se ele estudou em escola pública, mas eu sim. 


Nesse "tempo da vovó" não havia tantas escolas particulares, e mesmo em alguns municípios só existiam escolas públicas. Não havia essa pedagogia que engessa, não havia merenda escolar, nem bolsas disso ou daquilo (não estou condenando essas ações sociais, viu?), nem tantas drogas, nem tanto desrespeito ao professor e ao outro, nem bulling (que naquela época chamávamos simplesmente de "encarnação"), e ninguém era promovido sem estudar. Havia mais respeito e consideração em geral.

Era um tempo em que os pais se preocupavam mais com o estudo dos filhos sim. Os professores eram rígidos e às vezes injustos, é verdade, mas muitos eram excelentes e só sei que eu aprendia. E pelo que me lembro, meus colegas também. E havia Zero às pencas. 

Ah, sim! Era decoreba, né? Decorar é uma ação que julgamos ser relativa ao cérebro, ou seja: decorar é guardar na memória, mas em verdade não é. Decorar vem do latim "Cord" = coração -(cord ad cord loquir tum= o coração ao coração fala). Decorar é, pois, trazer no coração. É por isso que quem viveu nesse tempo sente saudades 

As coisas eram simples como soe acontecer nas coisas essenciais. As desigualdades sociais não eram tão gritantes e imorais, e pobre ou rico, todos tinham chance de mostrar seu valor através dos estudos.

Ah! Em tempo. Entre 1967 e 1969 eu fui com minha mãe e irmãos para Maceió, para um bairro paupérrimo chamado Vergel do Lago, na Vila São José, perto da Lagoa Mundaú. Era uma rua sem saída, sem saneamento e nossa casa nem água encanada tinha. Lá fiz meu curso ginasial  numa escola pública municipal. Nem havia escola particular no bairro. E fui concluir o ginásio no Colégio Guido de Fontgalland, que era um colégio marista, mas o turno da noite era cedido para o ensino público. E olha que eu já trabalhava de dia e estudava à noite. 

"Esta e' a base histórica, social e economica do suposto 'sucesso' da escola de antigamente." 

Suposto? Suposição a partir de que, de números? Naquela época havia menos estudante que hoje? É por aí que se mede o SUCESSO da educação, pelos números? Onde alguns enxergam apenas números eu vejo pessoas. 

E o que vejo só me entristece e me dá uma puta saudade da educação do tempo da vovó.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Não há pedras no caminho, as pedras SÃO o caminho

Essa postagem vai a propósito de uma discussão que estamos realizando na lista Blogs Educativos, (grupo de discussão criado no Yahoo há 5 anos e que reúne quase 1000 professores blogueiros) sobre o projeto do MEC de doar Tablets aos estudantes da rede pública em 2012, e que já tratei aqui numa postagem bem recente (Clique AQUI para ler). Um listeiro disse que "a escola deve aprender a fazer o feijão com arroz". O que se segue é a minha contribuição à essa discussão na lista, que socializo aqui.


Fazer o feijão com arroz? Sim, concordo plenamente, mas porque não com um tempero das TDIC? Com Sazon, com "amor" (para remeter a uma propaganda conhecida)? Para mim esse feijão com arroz é exatamente o Português (letramento) e as operações básicas da Matemática (Matematização). Isso é o que a escola de antigamente fazia, e parece que o fazia bem, a julgar por todos os testemunhos e por minha própria experiência. Antigamente um estudante não passava de ano nem saía da escola sem ler e escrever, and now...

Certo é que a modernidade trouxe as TDIC, com toda a gama de mídias que enriquecem a comunicação, a interação, a socialização, a auto-expressão. Nunca habilidades de falar e escrever suas impressões, suas reflexões sobre um assunto esteve tão em evidência e foi tão exigida do indivíduo. Em contrapartida as competências para isso não foram desenvolvidas na mesma proporção. E cabe à escola esse papel.

Será que as TDIC aplicadas no chão da escola vieram tornar mais difícil esse trabalho? Porque, apesar de o país contabilizar quase uma geração inteira com a informática na educação os resultados são tão pífios, senão ridículos, risíveis?

Há muita discussão, muitas reflexões, muitos trabalhos acadêmicos, e tão pouco resultado prático no contexto da educaçao pública nacional... E ainda não sabemos onde está o fulcro da questão, se no professor resistente aos códigos da modernidade, se no aluno carente de formação familiar e doméstica, se na escola despreparada para seu papel na construção da cidadania, se num governo cada vez mais corrupto e incapaz de olhar para o social com o devido respeito, se...

Certa vez, numa palestra minha, uma professora me perguntou porque havia tantas pedras no caminho do professor, e eu respondi que não há pedras no caminha... as pedras são o caminho

Crédito da imagem: http://www.tablets.com/uncategorized/auburn-maine-school-district-proposes-to-bring-ipad-2s-into-classrooms/

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Blogs Educativos na XV Feira Pan-Amazônica do Livro

Este blogueiro foi convidado para participar do Seminário Leitura e Escrita na Era da Internet, que aconteceu ontem, domingo, no Auditório Dulcinéa Paraense, durante a XV FEIRA PAN-AMAZÔNICA DO LIVRO.
MInha breve palestra teve como tema "Blogs: um desafio ao desenvolvimento da leitura e escrita", onde busquei apresentar os blogs educativos e seu papel no desenvolvimento de habilidades e competências no ensino do Letramento nas escolas da rede pública.

Tomaram parte junto comigo da mesa redonda a Profª. Drª Lília Silvestre Chaves (UFPA) -que coordenou a mesa- e Jéssica Souza, autora do Blog Repórter de Sandália, que tratou do tema "Blog: uma nova literatura?"
 
Foto: Lenise Oliveira

sábado, 3 de setembro de 2011

TABLETS PARA ALUNOS DA ESCOLA PÚBLICA EM 2012

Leio a notícia que o Ministro da Educação, Fernando Haddad, durante palestra a editores de livros escolares, na 15ª Bienal do Livro, anunciou que o MEC vai distribuir tablets – computadores pessoais portáteis do tipo prancheta, da espessura de um livro –  para alunos de escolas públicas a partir de 2012. O objetivo, segundo o ministro, é universalizar o acesso dos alunos à tecnologia. Leia na Íntegra AQUI

Na minha opinião, os resultados que todos esses investimentos em material tecnológico, alem da criação de repositórios de material didático digital etc, não tem causado o que esperamos na melhoria da educação nacional.

Não deprecio nem condeno esses esforços governamentais para melhorar o aparato tecnológico das escolas, equipar os estudantes e facilitar que tenham acesso às Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação-TDIC, mas condeno esse olhar caolho que o governo tem sobre a educação pública, de que basta dar a ferramente certa que o cara vai conseguir executar a tarefa corretamente e da melhor forma possível.

Eu chamo isso de "Síndrome do Compasso", ou seja, o governo acredita que se der um compasso para o indivíduo ele deve instantaneamente, necessariamente e obrigatóriamente ser capaz de traçar uma circunferência de círculo perfeita.

O que quero dizer é que o problema da educação não será resolvido dando Laptops para alunos (e agora tablets), dando computadores para escolas e professores, instalando projetor multimidia Arthur e lousa digital nas salas de aula etc. É preciso que se ataque o fulcro da quetão, que é o letramento e a matematização, que deveria acontecer no ensino básico e simplesmente NÃO OCORRE! Até parece que a escola tornou o processo de leitura e matematização um castigo para o aluno...

Urge rever uma série de conceitos que engessam a ação educativa e pedagógica, tais como uma presença mais participativa de pais e responsáveis no chão da escola; melhor formação inicial de professores (papel das Universidades) e de gestores escolares, para que a formação continuada, que muitas vezes exige tempo e $ do profissional, não seja tão cobrada dele; respeito maior pelas necessidades de aprendizado do aluno, e não impingir uma grade de conteúdos curriculares tão abarrotada de conhecimentos que ele pouco ou nunca usará.

E, fundamentalmente, melhorar a auto-estima de professores e agentes de educação (incluíndo aqui os pais e responsáveis). Isso não siginifica, necessariamente, dar um salário de parlamentar ao professor (o que seria mais do que justo), mas não permitir que parlamentares semi-analfabetos ou não, ganhem num mês o que um professor leva 1 ano para ganhar. Nem que outros servidores, muitas vezes sem formação superior, mas ligados às casas do poder legislativo e judiciário, recebam salários dignos de professores com doutorado e até pós-doutorado, de cientistas renomados, de pesquisadores que produzem ciência e conhecimento; estes sim é que fazem este país crescer e ser respeitado.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Problemas com o Blog

Pessoal caminhante desta rua...
Estou tendo problemas com a configuração do Layout deste blog. Por alguma razão a SIDEBAR foi para o final das postagens.

Estou tentando corrigir o problema e restaurar a posição original da Sidebar, mas sem obter sucesso. Mesmo alterando as colunas no Design, o resultado  não tem funcionado e nem é visualizado no Layout.

Já lancei um pedido de ajuda aos amigos, mas até agora nenhum resultado positivo me chegou. Se algum passante contumaz ou turista incidental souber e puder ajudar, agradeço muito.

Crédito da Imagem: www.efetividade.blog.br

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ESCOLHENDO JOIO INVÉS DO TRIGO

É cada vez mais vergonhoso para a nação brasileira o comportamento de seus parlamentares. Um exemplo recente deu-se ontem na Câmara dos Deputados.

Em votação SECRETA (sim, secreta!), como soe acontecer sempre que os nossos dignos deputados querem esconder a cara quando o corporativismo os conclama, foi rejeitado o pedido de cassação do mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) feito pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).  

Em 2006 Jaqueline foi flagrada recebendo um bolo de dinheiro de Durval Barbosa, no rumoroso caso do mensalão do DEM. Em sua defesa alegou que não poderia ser julgada por isso porque foi algo que ela fez antes de ser deputada.  Quer dizer que, se um cabra cometer delitos, quaisquer que sejam, e virar deputado ele pode charlar e flanar entre os probos e íntegros exatamente como se fora um igual?

Para o Conselho de Ética da Câmara parece que sim, pois um "Fato praticado fora do exercício do mandato parlamentar não tem o poder de configurar ato atentatório à ética e ao decoro parlamentar". Essa decisão respaldou o advogado da deputada, José Eduardo Alckmin, e justificou a decisão da plenária.
O cinismo impera e o mau exemplo se alastra, se espraia e é sustentado exatamente por aqueles que deveria combatê-lo. 

Pobre, pobre povo; tolo povo. Povo idiota, que crê e vota. Que vota cego, e desmemoriado. Povo burro, porquanto prefere ter o joio ao trigo.  
               Crédito da imagem: http://g1.globo.com

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Les Petits Livres à l'école

Livrinhos que ajudam a ler e escrever
Há algumas semanas um participante do grupo Blogs Educativos pediu informações sobre algum programa/software que possibilitasse aos  alunos criarem livros virtuais. Enviei, como sugestão, uma experiência que desenvolvemos aqui no Núcleo de Informática Educativa-NIED/Belém e no  Projeto ALFAMAT. Como alguns companheiros do Blogs Educativos me indagaram sobre dificuldades com a confecção do livrinho, e, principalmente, por ser uma técnica poderosa de estimulo à leitura e escrita, que pode ser trabalhada nos mais diversos níveis de ensino, resolvi prestar alguns esclarecimentos nessa postagem.

O Projeto Livrinhos (ou Les Petits Livres no original francês) foi elaborado pelos professores da Escola Federico Garcia Lorca de Vaulx-en-Velin (sudoeste da França), e foi trazido até nós pela professora Rosistela P. de OLiveira, nossa companheira de trabalho no NIED. Os livrinhos têm sido um sucesso entre os professores participantes das oficinas e entre alunos, posto que os professores aplicam em suas salas de aula o que aprendem nessas oficinas.

"Em 2007 - explica a professora Rosistela - o projeto “Les petits Livres” ganhou o prêmio de Inovação educativa. Em 2008 foi criada, sem fins lucrativos, a editora cooperativa “Les Célestines” visando apoiar logisticamente as atividades de produção escrita realizadas pelos alunos, divulgar as técnicas de elaboração dos livrinhos e favorecer a difusão dessas publicações dentro e fora da escola. Essa editora está sob a égide da Creative Commons quanto ao respeito à autoria dos livrinhos."

Os livrinhos são feitos em uma única folha de papel A4, que depois de impressa é especialmente dobrada em oito partes. A técnica de construção dos livrinhos é extremamente simples, prática e barata, e baseia-se nos recursos de caixa de texto dos editores de textos do sistema Windows ou Linux.

O TRUQUE
No editor de textos (Word ou Writer) a folha A4 é configurada para "Paisagem". Depois são inseridas 8 caixas de texto com 6,61cm X 9,00cm, distribuídas em duas linhas e quatro colunas, conforme desenho abaixo. Note que no desenho as linhas pontilhadas representam onde se deve dobrar e a linha pontilhada dupla onde deve-se cortar.

Clique na imagem para aumentar

Também são inseridas as caixas de texto para os números de páginas. E aí é que vem o interessante: as caixas superiores (no desenho numeradas de folhas 3 a 6) são invertidas. Isso se consegue clicando com o botão direito do mouse dentro da caixa de texto e buscando a opção "Posição e Tamanho" (BrOffice.org). Ali, configure o  ângulo de Rotação para 180º. Pronto! Ao dar-se 2 cliques na caixa ela assume a posição correta para a digitação, depois volta a ficar de ponta cabeça.

No Windows7 basta inserir uma caixa de textos e rotacioná-la com o mouse sobre a bolinha amarela que aparece acima da caixa, ou ir em Opções de Layout e configurar a Posição para 180º.

Mas todo esse trabalho é poupado se você simplesmente empregar  a matriz do livrinho disponível no site oficial das Edições Celestines ou clicando AQUI.

E faça bom uso dos Livrinhos. Divirta-se e mostre aos seus alunos o potencial criativo e autoral que eles possuem. Garanto que não vão se arrepender de experimentar esse fantático projeto Les Petis Livres.

HOMENAGEM PÓSTUMA A UM BLOGUEIRO

Estamos participando da blogagem coletiva a Rolando Palma, iniciativa apresentada pelo Eduardo P. Lunardelli, do consagrado Varal de Idéias e Tertúlia Virtual.

Este blog quer participar dessa homenagem póstuma, porém não conhece este moço Rolando Palma. Entretanto, não conhecê-lo não é motivo para não participar dessa iniciativa, que gostei deveras. Talvez, quando eu me for também, algum amigo da blogosfera decida fazer o mesmo por mim...

Fui pesquisar: Rolando Palma é (infelizmente devo conjugar o verbo no seu tempo certo: foi) um blogueiro de Portugal, autor do Blog ENTREMARES e também participante do Tertúlia Virtual. Foi assassinado no dia 3 passado.

Seu blog, o Entremares, traz uma série de pequenos contos de sua autoria. Li-os com grande satisfação, porquanto são originais, curiosos e dão o que toda leitura deve dar: prazer. De seu conto Efemerus pincei este trecho. Veja se não tenho razão:

- Descobri, meu companheiro de aventuras… que valeu a pena. Que um dia, uma primavera, um ano, um milénio… não alteram rigorosamente nada do que somos, ou do que vivemos… ou do que deixámos de viver. Amanhã… e disto tenho a certeza absoluta… eu, tu, todos os nossos amigos, seremos simplesmente memórias no baú de lembranças dos que vierem depois de nós. Portanto, meu querido Efemerus… valeu a pena, não concordas?


Creio que se o conhecesse também ficaria satisfeito, talvez da mesma forma que seus amigos que hoje iniciaram, nessa blogagem coletiva, a derradeira homenagem, homenagem digna de um blogueiro.
No TOP BLOG 2011 ficamos entre os 100 melhores da categoria. Pode ser pouco para uns, mas para mim é motivo de orgulho e satisfação.
Sou muito grato a todos que passaram por essa rua que é meu blog e deram seu voto. Cord ad Cord Loquir Tum

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Petição por uma Internet Democrática