Tô meio atrasadão com a notícia, mas vai assim mesmo, afinal o passado também é presente (Rs...). Você conhece o programa Marcelo Adnet ao Vivo? Não! O programa estreou em março (17) e segue uma linha nada original, exceto talvez pelo cenário, que remete ao armazém de interior (em Belém chamamos 'taberna') do antigo programa do Rolando Boldrim na Globo, (lembra?), só que cheio de uma parafernália tecnológica e digital que mais parece o balcão de um depósito de bugigangas. Porém o que importa é que o carisma do Adnet, e seu enorme talento, faz dele um bom programa e garante boas risadas.
No dia 05 de maio Adnet comenta a morte de Osama (faz boa jogada com a palavra osama e derivadas) e a decisão da Câmara dos Deputados que aprovou a criação de um plebiscito para dividir o Estado do Pará em três. Claro que Adnet não iria explorar isso como explorou a morte de Bin Ladem, que dá, ainda, muito mais IBOPE.
Contudo, a decisão de dividir o Pará e se criar mais 2 estados é uma preocupação que deveria fazer parte do TOP FIVE de todo cidadão brasileiro; deveria estar sendo (desculpem o gerundismo) discutida em todo canto, não apenas na região Norte, afinal a conta do plebiscito e da criação dos novos estados (que será alta, podem ter certeza) será rateada por todos nos.
E o que é pior, o surgimento de novos sanguessugas do erário público... Serão mais 2 governadores, não sei quantos senadores e deputados federais e deputados estaduais, criação de Assembleias Legislativas, Câmaras e os cambau a quatro. Serão mais ralos para onde irá escorrer o suado dinheiro do contribuinte. Mas eu não condeno os políticos brasileiros, afinal (e com raríssimas exceções) ser corrupto parece ser da natureza deles. Condeno aqueles idiotas que neles votam e depois ficam reclamando da corrupção que grassa e campeia.
Mas, voltando a questão da divisão do estado. Há benefícios na divisão desse estado continental, por exemplo: o descaso em que o governo deixa alguns municípios do hinterland para se concentrar mais na região metropolitana pode acabar. Como se vê não sou contra a divisão, sou totalmente contra a verdadeira espoliação que estão querendo fazer com ela.
O novo Pará, onde fica a capital Belém, que terá apenas 17% do território atual, ficará com a banda mais pobre do bolo. As grandes riquezas do solo e subsolo estarão todas no novo Estado do Carajás (25%) e do Tapajós (58%). Nas regiões do Sul e Sudoeste do Pará quase não se encontram paraenses; nem a cultura de lá é paraense. O Pará já é um estado dividido.
Acho que o Adnet, o pessoal do CQC, do Casseta & Planeta e outros humoristas ainda farão muitas piadas sobre essa divisão, sobre a incapacidade da bancada paraenses em defender o que é desse povo, sobre a "bondade" do paraense etc. E a gente vai rir um bocado. Mas, como diz uma canção antiga: "O que dá pra rir dá pra chorar, questão só de peso e medida, questão só de hora e lugar. Mas isso são coisas da vida."
3 comentários:
È professor, ainda penso que a união faz a força se ainda não tem imagina separado, concerteza essa divisão irá beneficiar os grandes proprietarios de terra das regioes divididas e os grandes projetos que la estao instalados, aumentando assim o desmatamento e a exploraçao de minérios, mas enfim se houver mesmo o plebicito quem irá decidir será a mídia e por isso é muito importate esse espaço aqui como umas das formas de propagação de informação, parabéns professor, até mais
Oi Fabiano, grato pela visita. Concordo contigo que a união faz a força (para a loura a União faz açúcar-Rss), mas a união que deve existir e fazer força é do povo em torno de uma causa maior, que é ter uma nação mais justa. Uma união para a melhoria de todos. E essa não é territorial. Mas o povo só se une em torno de duas coisas: futebol e religião.
Amigo, quem te falou que no sul e sudeste do pará quase não há paraenses? Aonde fizeste essa pesquisa?
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