domingo, 17 de julho de 2011

FILHO DE BOTO NÃO VESTE OPALANDA DA ACADEMIA

                                    

Nesta sexta-feira passada, dia 15 de julho, quando a Lua iluminou o pátio superior de minha casa, encontrou um pequeno grupo de "lunáticos" reunidos para mais um sarau organizado pelo amigo e poeta Luciney Vieira.

Como se sabe, os Saraus são manifestações de natureza artistica e sócio-cultural que reunem teatro, dança, música, poesia e, modernamente, podemos acrescentar o vídeo (cinema). Sarau é, pois, toda reunião festiva, geralmente realizada em casa de amigos, onde as pessoas se reunem para a recitação e audição de trabalhos em prosa e verso, para cantorias e performances artísticas.

Num papo regado a suco, cerveja, vinhos e acepipe todos curtiram as trovas e poemas do nosso consagrado e multipremiado poeta parauara Antonio Juraci Siqueira (carinhosamente apelidado de "Filho do Boto"), do também premiadíssimo triatleta e poeta Rufino Almeida, do poeta e educador Luciney Vieira, além de poemas de mostros sagrados da poesia nacional, como Augusto dos Anjos .
 
Nesta noite fiquei pasmo ao saber que Antonio Juraci Siqueira, nosso Totó, poeta e trovador dos mais condecorados e com vasta obra publicada, "um dos mais importantes escritores da literatura de expressão amazônica da atualidade"(1), e que concorria a cadeira de número 32 da Academia Paraense de Letras, havia perdido para ninguém menos que o colunista social de O Liberal, Pierre Beltrand (ou Ubiratan de Aguiar), autor de um único livro de amenidades do hight society paraense. 

Ao dar preferência ao status social de um em detrimento da inteligência literária de outro, a APL deu um exemplo que deve ter envergonhado alguns intelectuais, mesmo entre os 22 que votaram contra o status intelectual e contribuição à cultura paraônica de Juraci Siqueira. Mas Totó diz pra gente: Eu já sou imortal: não tenho onde cair morto. E abre aquele sorriso tão seu, ancho e largo como seu Marajó.

Será que não escolheram o Totó porque consideraram que ele ficaria horrível com as vestes cerimoniais academicas (a opalanda) e seu indefectível chapéu de filho do boto?

ARTE POÉTICA (A.J. Siqueira)

Hoje,
amanheci meio peixe,
meio pássaro.
Estou aprendendo a nadar,
tomando aulas de vôo
e aprimorando o canto.
Amanhã,
pássaro pleno,
insofismável peixe,
debulharei meu canto sobre a terra
em nados abissais
e vôos rasantes

Leia mais sobre isso nos links abaixo
http://ananindeuadebates.blogspot.com/2011/06/o-paredao-da-academia-paraense-de.html
http://paginanua.wordpress.com/2011/06/30/340/

 (1) - Marcel Franco da Silva. AS REPRESENTAÇÕES SIMBÓLICAS DO SONETO “INCENSO E MIRRA” DE ANTÔNIO JURACI SIQUEIRA (clique AQUI para ler)

Um comentário:

Nadiege Jardim disse...

A questão, meu amigo não é que o chapéu de Boto é que que não combina com a Opalanda.....kkkk.... Eu quero estar no próximo ou te convidar para um...Bj!

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