quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Vem aí a avaliação de desempenho dos professores da SEDUC

Educação, Saúde e Segurança é o tripé social de todo bom governo, de qualquer governo que se prese. O governo anterior teve sérios problemas nessas três áreas, por conta de suas alianças e de algumas decisões mal orientadas ou mal assessoradas. 

Pesando os prós e contras eu ainda acho que seus pontos favoráveis pesam mais, mesmo que digam a governadora Ana Júlia (PT) deveria ter tido mais pulso, segurar com mais força o timão do barco que comandava, combater melhor os escândalos e crises que espocaram etc e tal.

Novo Secretário de Educação promete avaliar os Professores da SEDUC
Mas, meu foco é a educação, que está muito da capenga e coxeando bem antes do governo petista.

Já manifestei aqui minha preocupação com os rumos que as políticas públicas em Informática Educativa, instituídas na gestão passada,  sofresse alguma desaceleração no novo governo, posto que no passado esse mesmo governo não teve bons olhos para essa área. Contudo,  a escolha do  novo titular da Secretaria de Estado de Educação, o Prof.Dr. Nilson Pinto (PSDB), que provou ser um excelente administrador quando reitor da UFPA, me deixou com  boas expectativas. Credibilidade e bagagem ele tem, e de sobra.

Segundo li no jornal, Nilson Pinto vai promover a melhoria da qualidade do ensino estadual (educação básica) com as seguintes ações: 1-formação de professores; 2-condições adequadas para a prática do ensino; 3-boas condições de trabalho para o servidor e 4-estímulo ao desempenho. 

Bem, que o caminho é esse não há dúvidas (inclusive nessa mesma ordem), até porque vejo a presença das Tecnologias da Informação e Comunicação, com ênfase na Informática, imbricadas nas quatro ações, sendo que na última (estímulo ao desempenho) acho que ele poderia retornar com o antigo projeto "Computador do Professor", e quem sabe instituir o "Laptop do Professor".

Mas... sempre há um "mas", não é mesmo? Essas  suas duas frases “Queremos estimular a criatividade, o conhecimento e valorizar o mérito” e  “A avaliação não é um instrumento de punição, é um instrumento de superação de deficiências”, me deixaram ressabiado.

Acredito que a criação de um sistema de avaliação do servidor se faz necessário,  e que pode ser uma ferramenta poderosa para promover as ansiadas melhorias, mas porque abandonar o  já aprovado Plano de  Cargos e Carreira dos  Profissionais da Educação-PCCR da SEDUC? 

A responsabilidade é só dos Professores?

E mais, num sistema de avaliação de desempenho o grande problema fica por conta dos critérios de avaliação. Pelo que entendi, haverá metas a serem cumpridas. E me peguei pensando que critérios poderíamos ter: a) melhoria nos indicadores do SAEB? b) maiores notas na Prova Brasil, ENEM? c) Maior número de alunos aprovados ao fim do ano?  d) Prova aplicada aos professores lotados em sala de aula, conforme o famigerado modelo de São Paulo, que só responsabiliza os professores? (leia sobre AQUI e AQUI)

Sei que há maus profissionais na educação, maus professores, maus diretores e (des)orientadores pedagógicos, como os há em outros setores e profissões, e que permanecem por conta da estabilidade no serviço público. Porém, esses mesmos profissionais, quando estão no serviço privado são exemplares, ou fingem ser (eu já conheci alguns, você não?). Nesses, um pouco de pressão pode resultar em melhorias no comportamento profissional dentro da escola pública, contudo isso não garante que a aprendizagem de seus alunos será melhor. Ou garante?

E, nessa linha de avaliação, como esperar que alunos e professores de escolas situadas em bairros carentes e problemáticos, como Terra Firme (para pegar um exemplo da capital), tenham o mesmo desempenho de  alunos e professores de escolas situadas no corredor da Almirante Barroso ou no centro de Belém?

Torço pelo seu sucesso, professor Nilson Pinto. Torço de coração. Torço e rogo que não haja injustiças para esses já tão injustiçados profissionais. 

Boa sorte e Feliz 2011, 2012, 2013, 2014... para o senhor e todo o povo do Pará!

Crédito da imagem: Veja AQUI

2 comentários:

Anônimo disse...

Será que a meritocracia será implantada? Se essa medida for isolada, certamente a melhoria da educação não será alcançada. Acho que a carreira (?) precisa ser promissora para atrair bons profissionais.

Bem, tomara que as ações sejam implantadas, talvez reconduzidas. E continuadas. Acho que vou adiar minha aposentadoria...

Abraço.

esteblogminharua disse...

Oi, Profª Léa, já vivemos numa sociedade meritocrática, principalmente no setor privado. Acho a meritocracia um sistema honesto. Acho justo que os professores que fazem a diferença, que se esforçam mais, que se destacam, os melhores, mais haptos etc, sejam mais valorizados, da mesma forma que o aluno que estuda mais tira melhores notas.
O problema está nos critérios, na ética de quem avalia e no conceito moderno de meritocracia, que parece se contrapor a democracia. Só nos resta aguardar.
Muito grato pela visita e comentário.

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