terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pequeno passeio pelo Uruguai

Hoje é nosso último dia aqui em Uruguai. Amanhã, eu e Leca retornamos ao calorzinho gostoso de Belém do Pará. Mas antes deixo aqui uma breve descrição de nossa passagem por destas plagas da República Oriental do Uruguai. Confira!

Quem vier (melhor dizendo, for) a B. Aires deve reservar um tempo para visitar Colônia de Sacramento, no Uruguai, do outro lado do magestoso e gigantesco Rio da Prata. Fica apenas a 1 hora de barco. Em linha reta, de margem à margem, Colônia está a cerca de 54 km de B. Aires. Em dia claro se pode ver o contorno dos prédios de B. Aires.
Ruínas da Plaza de Toros de Colônia
Colônia é pequena, com cerca de 22 mil habitantes. É agradável, tranquila, sem poluição, sem violência e sem muitas opções de emprego e renda, pois cerca de 70% da cidade vive turismo. Ali você pode ver uma autêntica “Plaza de Toros”, construída em 1911 mas que teve apenas 8 corridas. Hoje é uma velha e abandonada construção.

O garçon, seus chapéus e Leca
Uma visita à parte velha da cidade, ou como chamam aqui “el casco viejo”, é obrigatória. É o centro histórico e guarda os vestígios da ocupação e colonização espanhola e portuguesa muito bem conservados. Almoçamos em um agradável restaurante onde um dos garçons é, talvez, a principal atração da casa, por conta da sua exótica coleção de chapéus. Ele os trocava a cada instante, além de cantar de vez em quando. Contei 12 chapéus diferentes - e cada um mais maluco que o outro- enquanto almoçávamos. Ao saírmos nos brindou com um sucesso de Zeca Pagodinho: “Descobri que te amo demais...”

De Sacramento a Montevidéu gasta-se cerca de 2,5 horas de ônibus, através de uma excelente estrada, ladeada de fazendas ou ranchos até onde a vista alcança. Todas as casas que vi tinham pequenas chaminés, provavelmente de suas lareiras. Gostei de ver que na zona rural as casas não possuem muros, o que revela uma tranquila e fraterna vizinhança. 

Montevidéu nos recebeu com um Sol alegre e uma temperatura de cerca de 23 graus. A cidade é toda voltada para o Rio da Prata, e recebe esse nome, ao que parece, devido a uma má interpretação de uma anotação numa antiga carta marítima, onde o cartógrafo anotara o 6º monte avistado a Oeste do Rio da Prata assim: “Monte VI de O”. (Há! Essas gostosuras que nos traz a História!...) 

Me decepcionei um pouco com a questão de limpeza das ruas do centro, mas é uma cidade muito arborizada, com predominância de plátanos, árvore símbolo do Canadá (para quem não sabe, na bandeira do Canadá há uma folha dessa árvore). Também tem boas e amplas praças. Um detalhe são as calçadas da cidade. Todas elas são feitas de um ladrilho de cimento quadriculado, e niveladas. Pagando 20 dólares por um citytour você conhece toda costa de Montevidéu e pontos turísticos em pouco mais de 2 horas. E você pode ver o Estádio Centenário, onde aconteceu a primeira Copa do Mundo, em 1938. 

Nos enrolamos no início com o preço das coisas, até descobrirmos que bastava dividir por 10 para ter o valor em reais: 10 pesos uruguaios vale 1 real. Um simples cafézinho custa 35 pesos e um prato de frango e batatas fritas (ou pollo y papa fritas) sai por 280 pesos, ou 28 reais. Aqui, como na Argentina, uma refeição é composta do prato principal (carne, frango ou peixe) e, quase sempre, batatas (ou papas), fritas ou purê. Só! Mas se come bem. 

O mercado de artesanato (ou artesania) nos pareceu melhor que o da Argentina, que é mais de suvenires. Contudo, não há uma miscigenação dos aspectos indígenas, afro e europeu evidenciada na cultura local. Há 7% de cultura afro no Uruguai, mas aqui todos os índios foram exterminados. Dos índios só restou um monumento aos Charruas, numa das praças da cidade. 

Casapueblo e hotel de mesmo estilo e nome
Por mais 38 dólares você faz uma agradável viagem, orientada por um guía, a Punta de Leste, que fica a 140 km de Montevidéu. No caminho deve-se fazer uma parada para conhecer a Casapueblo, do famoso artista Carlos Páez Vilaró, em Punta Ballena (Baleia). Seguramente é sua maior e mais bela escultura. Descrever Casapueblo é difícil, basta dizer que nosso poeta Vinícius de Moraes lhe dedicou um poema musicado que começa assim: “Era uma casa muito engraçada...” 

Punta del Leste, onde as águas do oceano se encontram com as do rio, nos lembrou a Ilha do Marajó. A cidade tem cerca de 8 mil habitantes, mas no verão, que vai de dezembro a maio, sua população chega a mais de 400 mil. Agora é uma cidade fantasma, com magníficas casas e prédios totalmente fechados. Particularmente, eu prefiro assim, apesar do frio e do vento cortante... Se você vier, em qualquer época do ano, certamente vai gostar.

8 comentários:

Joy disse...

oi. desculpe ser chata, mas Buenos Aires fica na ARGENTINA e não no Uruguai. Quanto à Colonia é realmente uma graça de cidade que merece uma visita cuidadosa. Bom retorno pra vocês.

esteblogminharua disse...

Oi, Joyce! Vc não foi chata não, só desatenta na leitura, mas isso acontece. Contudo, reconheço que a redação do primeiro parágrafo PODE induzir a esse erro.
Mas, obrigado pela contribuição e pela visita. Franz

Prof. Nicolau disse...

Valeu amigo....senti até vontade de ir por lá...bjundas

Rocio Rodi disse...

Ei Franz!
Foi muito bom viajar com vocês - e até imaginei os tais chapéus do garçom - por esses países hermanos tão vizinhos do Sul do Brasil. Pensava eu por lá, que não demoraria muito para conhecer, mas, parecia algo tão comum por estar tão perto, e sonhava com outros lugares brasileiros primeiro, a trabalho acabei conhecendo muitas capitais desse nosso brasilzão.
Mas, viajar a dois assim deve ser uma beleza, precisamos tirar umas férias como vocês. Deu invejinha dessa nova lua-de-mel de vocês!
Parabéns ao casal! Sejam bem-vindos nesse retorno às terras paraoaras.

Jamille disse...

Meu primo, vc é ótimo!! rsrsrs Um dia eu vou crescer e ser rápida assim como tu.

ericsiq disse...

Merecido passeio . Parabéns

Anônimo disse...

Vou agora em Uruguai pra uma banca de dissertação... Fiquei entusiasmado com sua descrição - simples e sensível. Parabéns, pois decreve bem. Hiran Pinel, Vitória, ES.

esteblogminharua disse...

OI, Hiran, fico satisfeito que tenha apreciado minha descrição da viagem. Espero que possas visitar Colonia de Sacramento e se puder vá àquele restaurante com o carçon dos chapéus. Vc vai gostar. Tenha tenha uma boa viagem e sucesso na sua banca.
Franz

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