Eu não sou do tempo da palmatória, nem de pôr chapéu de burro, nem de ajoelhar no milho de cara para a parede. Mas sou do tempo em que o castigo era ficar depois da aula escrevendo 1000 vezes no caderno alguma frase do tipo: “Não devo colar na prova!” ou “Devo respeitar os colegas!”. Não sei se funcionava, mas raramente alguém ia para a Direção por indisciplina. Enquanto hoje...
Sou do tempo que alunos levantavam quando o professor (ou uma visita) entrava na sala, e durante a aula todo mundo ouvia calado o que ele dizia, anotando no caderno tudo que escrevia no quadro. Sou do tempo da tabuada, do caderno de caligrafia e da famigerada prova oral. Do tempo em que havia questionários com dezenas de perguntas, às vezes 100, que a gente respondia (e tentava decorar) porque iria cair na prova (principalmente de Geografia, História). Aprendi a fazer contas de cabeça, a desenhar o mapa do Brasil, com os estados, idem; era bom na leitura e nunca esqueci a fórmula de Báskara.
Hoje, a pedagogia mudou muito, evoluiu, não exige que o aluno memorize mas que compreenda, que construa conceitos e significados, contudo, ainda não entendo como um aluno chega ao ensino médio sem saber realizar contas de multiplicar/dividir por dois ou três números e a escrever com coerência e de forma legível. Como todo educador atual condeno uma educação baseada na memorização, na mecanização, na decoreba pura e simples, mas acho que o exercício de memorizar, de ler a mesma coisa várias vezes, pode exigir algum esforço intelectual e, até, levar o aluno a entender/compreender aquilo que lê. E, uma vez construído o conceito, que mal faz decorar?
Hoje, a pedagogia mudou muito, evoluiu, não exige que o aluno memorize mas que compreenda, que construa conceitos e significados, contudo, ainda não entendo como um aluno chega ao ensino médio sem saber realizar contas de multiplicar/dividir por dois ou três números e a escrever com coerência e de forma legível. Como todo educador atual condeno uma educação baseada na memorização, na mecanização, na decoreba pura e simples, mas acho que o exercício de memorizar, de ler a mesma coisa várias vezes, pode exigir algum esforço intelectual e, até, levar o aluno a entender/compreender aquilo que lê. E, uma vez construído o conceito, que mal faz decorar?
NOTA: Etmologicamente, decorar não tem nada a ver com "trazer na mente". Decorar vem do latin "Cord"= coração. Decorar é trazer no coração.
4 comentários:
É, meu caro amigo Franz!
Hoje os alunos não estão decorando e estão sabendo cada vez menos. :-(
Taí... Gostei do Etmologicamente, onde o ato de Decorar é trazer no coração. Quem sabe não é isso que está faltando nas nossas autoridades educacionais?
Abraços aqui deste Rio de Janeiro, cheio de sol!
Eu, sinceramente, não defendo a decoreba, apenas sugiro que se encare como mais um recurso auxiliar de fixação de alguns conteúdos, após compreendidos. Acho que não acontece aquele negócio de "entrou por uma orelha e saiu pela outra", até porque, nem que seja por atrito alguma coisa deve ficar, não é? (Rsss!!!...)
Franz
Acho que a "decoreba" tem sua importância quando o conteúdo "faz sentido", "tem significado" para o dia-a-dia. Então, jamais se esquece.
Saudações paraenses!
Léa.
Olá, professor!
Interessante essa questão.
Por experiência posso dizer que decorei muita matéria e por intermédio desse processo, incorporei muitos conhecimentos. De tanto ler, reler, decorar, acaba interiorizando e me apropriando do conhecimento.
Na minha opinião, é uma forma válida como saída para algo que não compreendemos de início.
Um forte abraço!
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