quinta-feira, 8 de abril de 2010

Aprendendo de Clic em Clic no JClic

Particularmente, acredito que o professor que entra nessa área da educação mediada pelas TIC e emprega ferramentas computacionais em sua ação educativa, aprende a ver o mundo da educação de outra forma e,  dificilmente , retorna à velha prática. Mostrar ao professor como fazer isso, e ao mesmo tempo contribuir com esse processo pessoal de mudança de paradigma,  é o desafio que nós, multiplicadores e dispersores das políticas públicas em Informática Educativa lotados nos Núcleos de Tecnologia Educacional-NTE  (estaduais e/ou municipais) nos propomos desde que o Proinfo foi implantado.

Assim, nos NTE vivemos realizando cursos e oficinas de formação continuada e em serviço para professores das redes  públicas. Um destes cursos  é  o "Construção de Objetos de Aprendizagem Utilizando o Software JClic" , que realizamos no NTE Prof. Washington Lopes (SEDUC - veja AQUI), com carga horária de 40h e 2 encontros semanais.  Mas, apesar das inscrições iniciais contarem  com 15 a 17 participantes em cada uma das três turmas ofertadas, infelizmente  apenas cerca de 1/5 dos inscritos estão comparecendo. Isso levou, inclusive, ao cancelamento da turma da manhã, enquanto a minha, no turno da tarde, corre o risco de também ser fechada por falta de participantes. 

Outro curso que  teve uma turma cancelada por falta de alunos foi o de  Elaboração de Projetos (40h-Proinfo), que acontecia  nas noites de quinta-feira. Eram 27 inscritos, mas também mantinha-se na casa dos  20% de  frequência.  Vejo que muitos dos que abandonam os cursos são professores veteranos. Não entendo porque tantos se inscrevem, inclusive tomando a vaga de  candidatos mais interessados, para depois abandonar após a primeira aula, ou simplesmente nem aparecer. É frustrante preparar um curso para duas dezenas de professores e só encontrar 4, 5 ou 6...

Por outro lado, no NIED (SEMEC) um curso semelhante, mas com carga horária de 12h, também está acontecendo para quase 70 participantes (todos professores de salas de Informática) distribuídos em 2 turnos e três turmas em cada turno. Esse curso acontece na HP (hora pedagógica), um benefício que garante aos professores da rede municipal 1 dia na semana para  suas ações de estudo e aperfeiçoamento, que DEVE ser cumprido na escola ou no NIED. Os professores da rede estadual não são contemplados com HP.

Penso que a Secretaria Estadual de Educação-SEDUC, que já instituiu a Bolsa Mestrado, Bolsa Doutorado, deveria seguir o exemplo da Secretaria Municipal de Educação-SEMEC e, também, garantir ao seu professor um dia, ou um turno, dentro de sua carga horária semanal mas fora da sala de aula para ele, OBRIGATORIAMENTE, investir nas formações oferecidas pelos NTEs.

Com isso, acredito, teríamos mais e mais professores inseridos no mundo digital, mais e mais professores fazendo uso da Informática em suas aulas,  mais e mais professores conhecendo Objetos de Aprendizagem, mais e mais professores olhando a educação de outra forma e abandonando as velhas práticas.  

Ah! Você conhece o JClic?
Ele é um software de autoria da comunidade de software livre, desenvolvido na plataforma JAVA e disponível no site Zona Clic (acesse AQUI). Serve para a criação de atividades pedagógicas interativas, que permite montar 7 tipos de atividades, como Quebra-Cabeça, Jogo de Memória, Palavras Cruzadas, Sopa de Letras e atividade de Completar e Ordenar palavras ou frases. Com elas você pode criar até 16 variações, possibilitando montar projetos com dezenas de atividades diferentes, e que podem atender a diversas áreas curriculares, do ensino fundamental ao médio. 

O material  do curso foi baseado no Tuturial JClic, disponível para download aí na barra lateral.

6 comentários:

Marcelo Carvalho disse...

Franz, gostei de sua reflexão sobre a frequência dos professores nos cursos do NTE.

Também defendo a criação da HP para os professores da rede estadual e para os professores das demais redes municipais.

Ainda sobre a HP, lembro que esta vantagem foi garantida aos professores no 1º mandato do prefeito Edmilson Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores, mesmo partido de nossa atual governadora Ana Júlia.
Acho que esta é uma medida que deve ser garantida em nosso PCCR.

Marcelo Carvalho

Alexandre R Soares disse...

Fico tristeliz ou triste e feliz, Franz.
Feliz por saber da oferta de cursos de jClic. Triste por saber das evasões. Independente de estímulos governamentais, achava que professores deveriam investir em si mesmos. É o argumento que uso com meus alunos do Ensino Médio. Se não invisto em mim mesmo, não poderia esperar muito de outros.

Adinalzir disse...

Franz, achei muito interessante o texto sobre os professores que frequentam os cursos do NTE.

Aqui no Rio de Janeiro também acontece o mesmo problema. Vejo muito pouco interesse, por parte dos nossos colegas professores, que ainda insistem em adotar os mesmos métodos de sempre. E o pior é que muitas vezes, ainda criticam os alunos.

É lamentável, meu caro amigo!

esteblogminharua disse...

Pois é, Adinalzir, Alexandre e Marcelo, continuamos enfrentando uma inexplicável resistêwncia dos professores com relação as TIC em sua práxis. Contudo, observamos que os novos professores, os que entraram no último concurso, chegam com mais disposição em aprender coisas novas, em dominar novas ferramentas e ampliar seus horizontes profissionais. Tenho como certo que os antigos professores, os que permanecem resistindo ao computador como aliado no processo de ensinar-aprender, estão em extinção. E espero que seja um processo rápido, pois já estamos em quase uma geração com informática na edsucação e é inaceitável encontrarmos professores voltando às costas a esse auxiliar tecnologico..

Conceição Rosa disse...

Oi Franz

Ontem uma colega me disse que era um absurdo que uma professora como eu fosse aposentar. Tomei isto como um elogio, pois estávamos terminado uma atividade (nos computadores)com sua turma em que os resultados foram animadores. Ela não é tão nova no magistério, mas está começando a utilizar as TIC agora, e neste sentido estou sendo a intermediária, pois proponho as atividades, já que a professora não sabe ainda como desenvolvê-las. Estamos fazendo uma oficina,nós duas somente: eu oriento, ela questiona, e assim vamos aprendendo. Não é oficial, não consta em registros, não aparece e não dá nome a ninguém. Mas nos satisfaz na perspectiva de que outros poderão se beneficiar com nossas aprendizagens.
No entanto, por questão de uma política de resultados sou cobrada somente quanto às presenças no Laboratório de Informática e quanto à necessidade de trabalhar com ferramentas e recursos que dêem visibilidade à escola. Também estou desenvolvendo tarefas burocráticas que em nada lembram aqueles cursos que fiz no NTE...
O que me motiva e me mantem interessada nas TIC e no trabalho ainda são as questões pedagógicas. Por isso quase me senti ofendida com as palavras "veteranos", "antigos professores" e "extinção" aqui neste contexto...
Mesmos os resistentes às TIC, novos ou antigos, podem ter histórias do fazer pedagógico impregnadas de cuidado com o ser humano. São estes que ainda fazem o chão da escola, apesar de.
Tanto como esta colega que aprende agora, tive uma colega de cabelos brancos me solicitando que propusesse atividades para utilizar as TIC com seus alunos - porque ela mesma não sabia como fazê-lo. Aposentou-se triste e chateada porque chegou a conclusão de que não era mais competente para fazer o seu trabalho, apesar de toda a humanidade que compartilhava com os alunos.
Não acho justo nada disso...

esteblogminharua disse...

Oi, "Ceição"!
Ser considerado um veterano não é para se sentir ofendida/o, muito pelo contrário. Eu me sinto muito satisfeito quando alguém, ou um professor, quer aprender algo que eu sei. Mas no NIED (Prefeitura) tenho encontrado alguns que estão participando dos cursos a contragosto, por obrigação da SEMEC. Estes/as, geralmente veteranos, demonstram uma p* má vontade em aprender, e quando fazem algo (atividade) quase sempre é reclamando.
Esse tipo de professor eu não tolero.
Franz

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