Todo mundo sabe que nada é melhor para aprender e apreender coisas novas do que uma viagem. Eis, pois, que eu e Leca viemos passear por Buenos Aires, Colônia de Sacramento e Montevidéu (Uruguarai). A postagem a seguir retrata um pouco do que vimos na Argentina.
Chegamos a Argentina no dia 21 de setembro. Do avião observo Buenos Aires. Plana e com ruas e avenidas formadas por paralelas e transversais, a cidade
vista daqui de cima se parece com uma gigantesco tecido quadriculado, até parece que os portenhos não gostam de curvas. As quadras, como o nome mesmo diz, são quadriláteros sempre em
ângulo reto, mas o
conjunto me passa uma sensação de ordem, de organização e
planejamento que a gente não ve nas grandes cidades do Brasil,
exceto Brasília.
B.Aires
parece uma cidade bucólica, envolta em melancólica, mas sem ser
triste. A temperatura baixa faz com que o povo sempre esteja
elegante: homens em seus casacos de couro e as mulheres em seus
cachecóis, exarpes e botas de cano longo. Pensei que veria os
argentinos usando os clásicos e charmosos chapéus de abas curtas,
típico nos dançarinos de tango, mas exceto por mim não vi mais
ninguém, o que me fez crêr que só turista se veste feito
argentino.
Do aeroporto de Ezeiza
pagamos 120 pesos (R$ 60 reais) para um taxi nos levar ao
Hotel Castelar, no bairro central de Caballitos. Percorremos 38 Km em
excelentes autovias e passando por dois pedágios, onde o motorista pagou 3,5 pesos argentinos em
cada.
O
Castelar Hotel & SPA é um 4 estrelas com 80 anos de fundação e
atmosfera retrô. Sua excelente localização, na Av. de Mayo 1152, quase
esquina com a Av. 9 de Julho, e a 4 quadras do famoso obelisco,
símbolo postal da Argentina, nos permitiu percorrer diversos pontos
turísticos com facilidade e rapidez. O
obelisco é um monumento de 67 metros de altura e domina a cidade.
B. Aires
é agradável, bem conservada e gostosa de se vê, mas parece
guardar uma saudade de uma época e de um lugar distantes no espaço
e no tempo. Nunca estive em Paris, mas quase tudo aqui lembra Paris. Não é a
toa que a cidade é
a mais francesa das cidades das Américas. Aliás, uma das coisas que mais a gente vê
aqui são cafés que reproduzem aquele ar parisiense, seja do lado de
dentro quanto do lado de fora.
Por onde quer que se vá antigos prédios de estilo
europeu nos espiam com sua alvenaria cheia de detalhes, suas fachadas cheias
de sacadas ou balcões de ferro e cornijas quase todas numa mesma
altura ou plano. Esse efeito arquitetônico é proposital, para que
essas construções não fiquem mais altas que o obelisco. Isso revela um
planejamento meticuloso e dá à cidade um
ar de espaço urbano pronto e acabado.
Por toda cidade há praças e parques, onde várias árvores agora estão
sem folhas e mostram galhos retorcidos, embora já tenha começado a
primavera. Todas
as suas ruas são asfaltadas e sem buracos. As calçadas são relativamente limpas,
largas e sem poeira. Não observei casas térreas nem edifícios ou prédios em
construção, como é frequente nalgumas capitais brasileiras, como Belém. O
patrimônio arquitetônico da cidade se mantém em excelente estado
de conservação, e os portenhos economizam até na pintura de suas
antigas construções, pois a maioria tem a cor cinzenta do cimento e
da pedra. Creio que aqui a construção civil está passando por dificuldades.
O povo parece guardar com carinho sua história e venerar seus heróis,
como Simon Bolívar - o Libertador-, Evita Peron e Maradona. É comum
encontrar imagens do craque por todos os pontos turísticos. Os
brasileiros deveriam aprender com os protenhos a respeitar e
conservar sua memória, e a agradecer aos seus heróis e ídolos.
Uma
visitra obrigatória para o turista é o secular Café Tortoni, na
Av. de Mayo, a poucas quadras do Castelar Hotel. O Café Tortoni foi
fundado em 1858 e por ali passaram grandes nomes do cenário
artístico e político da Argentina e de outros países. Havia fila
na porta quando chegamos, perto das 21 horas. Pagamos o
correspondente a R$ 40 reais por pessoa para assistir a um ótimo
show de tango, saboreando um excelente capucino e uma “media
luna”, ou croissant.
Há muita coisa para se ver em B. Aires, como o acervo do Museu Nacional de Belas Artes, com as obras impactantes de Antonio Berni e alguns trabalhos de Picaso e de A. Rodin, dentre outros grandes mestres.
Mas alerta, amigo turista, quando tomar taxis. Nossa experiência nesse último dia em B. Aires foi desastrosa. Fomos lesados duas vezes por motoristas de taxis. No primeiro caso, por causa de uma confusão de troco, perdemos 100 pesos, e no segundo caso o motorista nos deu uma nota de 50 pesos FALSA. O pior foi quando fui pagar a conta no restaurante onde almoçamos. Dei duas notas de 50 pesos e, pouco depois, o garçon retornou dizendo que a nota era falsa...
3 comentários:
Meus parabéns pela viagem!
Seu minucioso relato mostra muito bem o quanto precisamos aprender com los hermanos. Quanto aos motoristas de taxi, nota zero para eles, Infelizmente, nem tudo é perfeito!
Um grande abraço, :-)
Pois é, amigo Adinalzir, mas pior foi aí, na Cidade Maravilhosa: fomos parados numa blitz no sábado 18, no carro de meu sobrinho, que estava com o selo quebrado e ele não tinha percebido. Para não ser rebocado o policial exigiu 100 reais. Pagamos pg meu sobrinho é médico, trabalha em vários hospitais, estava de plantão no dia seguinte e depende do carro pra trabalhar.
Fala, primo viajandeiro!! Como geógrafa me deliciei com a minuciosa descrição dos aspectos culturais e paisagísticos de B.A. Daria pra utilizar a sua postagem pra fazer um excelente trabalho com os alunos (profº é fogo, não consegue viver sem enxergar formas de trabalhar, né? rsrs). Não deixe de publicar suas impressões ricas das novas paragens pra gente aproveitar por aqui.
Abração pra vc e Leca.
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