sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

É o fim de mais um ano...

E chegamos ao final de mais um ano. Agora, todos estão pensando, esperando, planejando e desejando para si e para os outros um Ano Novo melhor, mais fecundo, cheio de Paz, Saúde e Prosperidade.

Seja o que for de ruim que se passou nos 12 meses anteriores parece que já se tornou parte de um passado distante, tal o clima de advento que envolve essa época do ano. O Novo Ano é só expectativas, promessas, renovação das esperanças...

Nessa época de fim de ciclo e começo de outro as pessoas tendem a se tornarem mais solidárias, mais afetuosas, pensam mais na paz, na caridade. Todos falam em fraternidade, em partilha com alegria. Todos conclamam à confraternização. Se abraçam, se sorriem, se aconchegam. São rituais que se repetem ano a ano, enquanto perdura o clima natalino.

Em minha vida os momentos de alegria e satisfação no convívio harmonioso e fecundo com as pessoas com quem compartilho saberes, vivências, experiências, são o corolário de meu cotidianos, fazem parte de todos os meus dias, e não simplesmente de um momento da minha vida. 

Que possamos, pois, viver intensamente esses momentos durante TODOS os dias de nossas vida, e não apenas porque estamos envolvidos no clima das festas de fim de ano. Que nossas práticas cotidianas expressem, sempre e sempre, o respeito pelos nossos semelhantes e, sobretudo, por todos os seres viventes. Que nossas práticas diárias sejam revestidas de desvelo e cuidado com nosso ÓIKOS, nosso habitat. Que tenhamos amor por todos, pois jamais encontraremos a paz se não houver amor em nossos atos.

Agindo assim é possível sonhar em alcançar, um dia, o que desejamos sempre todos os Natais: Paz, Saúde e Prosperidade...  para todos, urbi et orbi

domingo, 4 de dezembro de 2011

Antonio Juraci Siqueira e a Divisão do Pará

No clima de campanha separatista em que o Pará vive, com plebiscito para a criação dos estados do Tapajós e Carajás, marcado para o dia 11 de dezembro próximo, meu amigo Antonio Juraci Siqueira, um poeta e escritor paid'égua, nos manda um e-mail que revela o que o verdadeiro caboclo dessa paraônia quer. E faz isso do jeito que ele sabe fazer  melhor: com um brinde ao humor e em versos. Confira:

NEO-SEPARATISMO:
A DIVISÃO DO AFUÁ
Surfando na pororoca
da divisão do Pará,
os caboclos ribeirinhos
pegaram corda por lá
e avivaram sonho antigo
que agora em versos lhes digo:
a divisão do Afuá.
A turma pró-divisão
chegou pronta pra bater
usando o velho argumento:
“Dividir para crescer!”
E, nesse hilário teatro,
em vez de um, seriam quatro
municípios, a saber:
Na campanha eletrizante
feito peixe poraquê,
cada parte caprichava
no tro-ló-ló, tre-le-lê.
E essa divisão patética
seria na ordem alfabética:
AfuÁ, B, C e D.
O Afuá remanescente
seria das bicicletas,
no Afubê , só Jet-skis,
no Afucê , motocicletas.
No Afudê... Oh! Deus do céu,
deu-se o maior escarcéu
com piadas indiscretas.
O padre, no seu sermão,
conclamou filhos e pais,
mostrando, nesse processo,
perdas e danos morais
e afirmava, sem desdém:
– Até Afucê, tudo bem,
mas Afudê, já é demais!
E nesse chove-não-molha,
deu-se o maior bafafá
entre os neo-separatistas
e os puritanos de lá
que incitavam a multidão
e bradavam: – Não e não!
Ninguém divide o Afuá!!!
Antonio Juraci Siqueira
caboclo afuaense juramentado.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Trabalho CTRL+C CTRL+V

No Grupo Blogs Educativos sempre ocorrem excelentes e produtivas discussões. A última, aberta pela Fernanda Tardin, do Blog Utilizando as Mídias na Educação teve como tema o trabalho CTRL+C CTRL+V.  


Em tempos de Internet há um vício presente em muitos trabalhos escolares: a cópia (CTRL+C) e colagem (CTRL+V) de textos ipsis literis. Em alguns casos o estudante sequer dá os créditos; noutros, como já aconteceu comigo, apresenta a "pesquisa" sem nem se dá ao trabalho de retirar do texto os indicativos de link, setas de topo e outros ícones típicos de uma página Web.


E não se pense que é prática de estudantes do fundamental ou do ensino médio, não! Há casos de trabalhos de Graduação e Especialização com trechos retirados da Web sem os devidos créditos, quando não são plágios descarados. 


Convido você a ler a postagem da Fernanda Tardin  (Clique AQUI para ler), e com aperitivo lhe trago dois comentários o tema instigou no grupo. O primeiro, bastante esclarecedor e instrutivo, é do Professor Wilson Azevedo; o segundo, que pretende ser uma contribuição ao primeiro, é deste blogueiro. Confira. 


Trabalho CTRL+C CTRL+V e' tão somente a expressao tecnológica de uma educação CTRL+C CTRL+V: copia do livro cola no quadro, copia do quadro cola no caderno, copia do caderno cola na memória de curto prazo, copia da memória de curto prazo cola na prova.
O CTRL+C CTRL+V esta' impregnado em todo este processo que define muito claramente uma maneira de se fazer educação. Ou seja, trabalho CTRL+C CTRL+V e' apenas um sintoma de uma educação todinha ela CTRL+C CTRL+V.
Não se combate trabalho CTRL+C CTRL+V sem se combater a educação CTRL+C CTRL+V. Ou se muda a educacao para deixar de ser CTRL+C CTRL+V ou então se aceita que trabalho CTRL+C CTRL+V e' parte do pacote, esta' embutido na escolha por este modelo educacional.
Querer impedir uma coisa (o trabalho CTRL+C CTRL+V) mantendo outra (a educação CTRL+C CTRL+V) e' uma completa incoerência. (Wilson Azevedo)



Como combater o trabalho (de sala de aula) CTRL+C CTRL+V, se na formação acadêmica do professor e técnicos ainda impera o tipo CTRL+C CTRL+V? Minha resposta: Com a leitura!
Entendo que para mudar esse rótulo de educação ainda vigente a solução deve ser pela leitura. Como já disse o Ziraldo: Ler é mais importante que estudar. E trabalhar por projetos é, talvez, a melhor opção (o Proinfo tem uma excelente formação nesse particular, que desenvolvemos nos NTE).
Para que o aluno saiba utilizar o CTRL+C CTRL+V de forma criativa (p.ex., copiando e colando o "velho" e realizando as alterações e adaptações para lhe dar nova roupagem, o que podemos chamar de "sincretismo"), é necessário que ele tenha uma razoável leitura. 
Consequentemente, o professor tb deve ter um excelente nível de leitura, de Cosmovisão / cosmoconcepção, para ser capaz da construção do sincretismo.


E você, meu caro caminhante desta Rua que é meu Blog, o que acha?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Greve de Professores no Pará

A greve dos Professores de Rede Pública Estadual Paraense vai para 50 dias, e talvez prossiga, caso o governo Jatene insista em descumprir a ordem federal de pagar o piso salarial da categoria. 

Brincando de Bozo
Acho engraçado o "governo" Federal dizer que os estados são obrigados a cumprir a lei do piso salarial (Lei Federal 11.738), e em seguida afirmar que "NÃO pode obrigar os governadores a cumprir a lei". Ora! Isso é brincar de Bozo com a  categoria, ou não é?

A Lei do Triângulo


Quero lembrar que no governo passado (do PT), quando começou a campanha para Governador, alguns professores (que talvez estejam em greve agora) me afirmaram que votariam no Simão Jatene (PSDB). Na época eu dizia para eles que o  PSDB já havia passado 8 anos no governo (4 do Almir Gabriel e 4 do Jatene), e que no seu governo a educação não foi prioridade (inclusive foi o governo que quase acabou com a Informática Educativa no estado). E arrematava dizendo que só um desmemoriado poderia querer isso de volta. No entanto foi exatamente o que se sucedeu. Repete-se o passado... O que esperavam??? 

Aprendi na Ordem RosaCruz-AMORC que tudo aquilo que acontece uma (01) vez pode nunca mais se repetir, porém se acontecer duas (02) vezes (a reeleição de Jatene, p.ex), certamente acontecerá uma terceira. 


E leio no Diário do Pará, que os pais de alunos desaprovam a greve dos professores (Leia a matéria na íntegra AQUI). Acontece que a reportagem é tendenciosa e agride a inteligência dos leitores. Eis que recebo, via e-mail, a seguinte reflexão sobre essa material. Confira abaixo:

Diário do Pará: Pais de alunos desaprovam a greve dos professores
Leitor: Quantos pais? Qual a pesquisa atestou este posicionamento? Qual a amostragem?
Diário do Pará: e diante da postura irredutível dos profissionais da educação em retomar as atividades
Leitor: Só os professores são irredutíveis? E o governo aceitou pagar o Piso, Implementar o PCCR? Pagar as Horas-atividades? Manter o cálculo das gratificações dos salários?
Diário do Pará: Carlos entrou com um processo contra a categoria na 1ª Vara da Fazenda da capital pedindo o fim da greve, e no Ministério Público do Estado, pelo direito constitucional ao patrimônio público e à educação, solicitando a formulação de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para a reposição das aulas perdidas.
Leitor: reconheço que qualquer cidadão tem legitimidade de buscar seus direitos, mas é lamentável a parcialidade da petição, pois só aciona o MP contra a categoria. Por que não pedir ao MP que posicione-se a favor do pagamento do Piso?
Diário do Pará: “Todo ano é a mesma coisa. Eles entram em greve e nunca repõem as aulas como deveriam. Eles (os professores) fazem o protesto deles, voltam ao trabalho e passam as matérias de qualquer jeito, só para aprovar os alunos.
Leitor: Quem gerencia o ensino não são os professores, quem elabora o calendário escolar é a SEDUC, portanto, as queixas também devem dirigir-se à SEDUC. Lendo o texto do Diário do Pará fico com a impressão que na escola só existe professor e aluno, não existe mais ninguém. Se as aulas não são ministradas como deveriam onde estão os diretores de escolas, gestores de USE e os técnicos da SEDUC?
Diário do Pará: “os professores têm o direito de reivindicar os seus direitos, como todo trabalhador, mas isso não pode prejudicar mais de 800 mil pessoas”.
Leitor: Novamente aqui o jornal insiste em responsabilizar apenas os professores. Por que não responsabilizar também o Governo do Estado, qual o interesse em proteger o governo e a SEDUC?
Diário do Pará: Negociações – As negociações com os professores da rede estadual ocorrem desde o início do ano, a fim de garantir as melhorias que a categoria reivindica. O secretário Especial de Estado de Promoção Social, Nilson Pinto, explica que, das reivindicações da classe, o governo já implantou o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR).
Leitor: Realmente as negociações iniciaram no 1º semestre e em várias oportunidades o governo sustentou que pagaria o Piso Salarial tão logo o STF publicasse o acórdão, fato ocorrido em agosto, porém, o governo não cumpriu sua palavra. A resposta da categoria foi a greve!
E sobre o PCCR o governo implantou “as pressas” uma parte do plano, seu objetivo imediato era se enquadrar nas regras estabelecidas pelo Ministério da Educação para receber a complementação de recursos para o pagamento do Piso. Mas o PCCR feito na marra corroeu os salários dos professores, pois modificou o cálculo das gratificações, implicando em muitos casos na diminuição do salário.
Diário do Pará: A Seduc tem aproximadamente 23 mil professores, e 75% deles são professores de nível superior, que ganham em média R$ 3.800,00 por mês. Professor que tem apenas o nível médio ganha cerca de R$ 2.300,00.
Leitor: Falta o secretário falar que R$3.800,00 é o valor bruto. Ao colocar os descontos da previdência e do Imposto de Renda, o salário diminui consideravelmente. E também é preciso lembrar que os professores com nível superior recebem em média 4 vezes menos que os demais profissionais com a mesma formação.
Diário do Pará: Ele esclarece que no orçamento do Estado para este ano – que sempre é aprovado no ano anterior – não havia previsão de recursos para implantação do PCCR, nem para o pagamento do Piso Nacional.
Leitor: E no orçamento do ano passado havia recursos para comprar aquele hospital que alguns dizer que foi superfaturado? Havia recursos para realizar o jogo do Brasil em Belém? Havia recursos para aumentar o salário do próprio governador, feito no início deste ano?
Diário do Pará: As aulas na rede estadual de ensino já estão normalizadas em quase 60% das escolas do Pará. O último balanço divulgado pela Seduc mostra que 17,7% das escolas estão com suas atividades parcialmente paralisadas, e 23,2% estão sem atividades.
Leitor: Se a greve é tão fraca, tão insignificante porque o governo está tão preocupado? Por que anunciar tanta repressão? Por que gastar tanto com publicidade antigreve?
Diário do Pará: A Secretaria iniciou o levantamento da situação dos docentes que têm faltado ao trabalho. Em seguida, aplicará as sanções determinadas pela Justiça, conforme solicitação do Ministério Público do Estado (MPE). Entre as medidas está o desconto das horas aulas perdidas.
Leitor: Porque tanto afinco em cumprir a decisão do judiciário paraense e nenhum em cumprir a do STF?

 
Arremate do leitor: A matéria do Diário do Pará abre espaço aos pais de alunos, ao governo e nenhum aos professores, foi por este motivo que deixaram de exigir diploma universitário para jornalistas. A regra básica ensinada na academia é ouvir os dois lados, as partes envolvidas, quando não se faz isto, não é jornalismo é publicidade.


Diante dos resultados ridículos e frustrantes dos últimos anos, onde os professores saíam da paralisação sem obter nenhum progresso nas reinvidicações, e ainda satisfeitos por não terem descontados os dias parados, passei a  brigar com outra arma: meu voto: DEFENDO O VOTO LIVRE, o VOTO NÃO OBRIGATÓRIO. E enquanto ele não vem, VOTO NULO!   

terça-feira, 1 de novembro de 2011

MENSAGEM AOS BRUXOS

Eu não gosto do Halloween como cultura imposta em nossas escolas. Há muito mais beleza nas nossas lendas e mitos nacionais, com ênfase nos da Amazônia, do que nos da América do Norte.
Nossa Matinta-Perêra, por exemplo, é mais interessante - e provavelmente mais apavorante - que as bruxas do Halloween; topar com um Mapinguari amedronta mais que encontrar o Jack O'Lantern, posso garantir.

Mas o que vale mesmo é  estimular o imaginário, essa fábrica fantástica de FANTASIA, pois o omem sem fantasia é a mais pobre das criaturas.

Pensando nisso meu amigo Antonio Juraci Siqueira, o "Filho do Boto", grande poeta e trovador desta mangueirosa cidade, nos presenteia com  um poema para o Dia das Bruxas, que reproduzo abaixo.

MENSAGEM AOS BRUXOS
                             
Vinde! Fadas, Encantados,
Gnomos, Bruxos, Duendes,
que o mundo em trevas depende
do lume de vossos fados!
Vinde! Matinta Perera,
Boiúna, Boto, Mãe D’água!
Vinde espantar tanta mágoa
desta vida passageira!...
                                                          
Ó, vinde! Bruxo da Praça,
amigo dos beija-flores,
guardião das plantas, das flores...
Vinde a nós com a vossa graça!
Vinde de todos os lados,
vinde com vossas magias
acalentar nossos dias
tão tristes, tão conturbados!...
Na concha de vossas mãos
trazei poções poderosas
tornando espinhos em rosas,
fazendo os homens irmãos!
Vinde a dançar e a sorrir
na ciranda da poesia,
que a vida, sem fantasia,
não vale a pena existir!
Antonio Juraci Siqueira

domingo, 30 de outubro de 2011

Outra de Wilson Simonal

Madaya, minha filha, foi assistir ao show do Tears for Fears em São Paulo, e me trouxe de presente de aniversário (que foi no dia 15 passado - por sinal Dia do Professor), o livro SIMONAL - Quem não tem swing morre com a boca cheia de formiga: Wilson Simonal e os limites de uma memória tropical, do Gustavo Alonso. Ela, que no Natal passado já havia me dado o livro "Nem Vem Que Não Tem" - A vida e o veneno de Wilson Simonal (Ed.Globo), do Ricardo Alexandre.

O livro do Gustavo Alonso é o resultado de sua dissertação de mestrado em História, na Universidade Federal Fluminense (UFF, 2007). Foi publicado em agosto passado, no Rio de Janeiro, pela Record.
 
Quem me conhece sabe que sou fã incondicional de Wilson Simonal (que só espalhava ALEGRIA, ALEGRIA), que para mim é o astro maior da verdadeira Música Popular Brasileira (tendo por popular aquilo que é do GOSTO DE TODOS), pois não havia quem não se rendesse ao swing do negão, fosse quando estava ele cantando ao vivo num palco, fosse nos discos. 
 
Mas, se foi um artista excepcional, Simonal foi também inigualável (ninguém jamais passou pelo que ele passou) como vítima da inveja e do preconceito. Na história da MPB não há maior demonstração de falso julgamento e de condenação sem provas do que a que ele foi submetido por seus pares do meio artístico e pela imprensa, e, consequentemente, pela população.  

 Por isso, é que com a alma em festa que recebo e leio mais essa obra sobre a vida do meu ídolo, que passou os últimos 30 anos de sua vida exilado em sua própria terra, tentando provar que era inocente.

Por que Simonal não foi para outro país? Era ídolo na Argentina, por exemplo, e certamente seria nos EUA se para lá fosse (talvez topasse com um Sergio Mendes enciumado do seu sucesso? Talvez). Mas, não! O negão escolheu lutar e provar que o que falavam dele era pura calúnia e difamação. Preferiu ser enterrado vivo a aceitar a pecha do que nunca foi: dedo-duro.

Agora, passados mais de 10 anos de sua morte, o artista reaparece em filmes, documentários, programas especiais e livros. Será que na fogueira de vaidades em que vive o meio artístico e na abissal falta de escúpulos e humildade da mídia de outrora (?), o peso da barbaridade cometida já se tornou insuportável de ncarregar?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PAI D'ÉGUA: Patrimônio imaterial paraense


Essa postagem vai a propósito da mensagem que me mandou  o confrade Rufino Almeida, sobre o projeto do Dep. Manoel Pioneiro (PSDB-PA).

O projeto, que foi sancionado pela Assembléia Legislativa-ALEPA, trata da proteção e preservação do patrimônio imaterial paraense no tocante às expressões típicas do falar paraense, contudo não tem nada de original, que me desculpe o parlamentar.

O que o projeto DIZ defender já foi sobejamente, e tonitroantemente, defendido pelo Comendador Raimundo Mário Sobral, na sua imortal obra "Dicionário Papachibé", como muito bem me lembrou o confrade Rufino em sua mensagem.

Se o nobre deputado realmente estivesse preocupado com essa parte da cultura paraônica, bem que poderia comprar uns quantos Dicionário Papachibé e mandar distribuir nas salas de leitura ou biblioteca de cada escola pública.

Ou, quem sabe, poderia apresentar projetos que permitisse a ALEPA a  compra e doação de publicações de escritores paraenses, como os confrades Walcyr Monteiro, Antonio Juraci Siqueira,  Alfredo Garcia e tantos outros excelentes autores.

Ou, ainda, poderia o deputado elaborar projetos para que a ALEPA, ao invés de gastar milhões em pagamento de funcionários fantasmas e outras  cositas,  viesse apoiar e promover concursos literários, artísticos ou musicais de artistas da terra. Pelo sim pelo não, fica aqui a sugestão.

Ah, sumano! quase que esquecia de publicar  o projeto do Dep. Pioneiro, que tratei ao longo dessa postagem. Confira abaixo.

Diário Oficial Nº. 32008 de 28/09/2011

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO

LEI N° 7.548, DE 12 DE SETEMBRO DE 2011


Declara como integrante do patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, a linguagem regional.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e seu Presidente, nos termos do § 7º do art. 108 da Constituição do Estado do Pará promulga a seguinte Lei:
Art. 1° Fica reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial para o Estado do Pará a linguagem regional, nos termos do art. 286, da Constituição do Estado do Pará.
Art. 2° Integra-se ao patrimônio cultural imaterial do Estado do Pará a linguagem regional com as seguintes palavras:
I – pai d’ égua - (excelente);
II – égua – (vírgula do paraense, demonstra a emoção de cada intenção da frase);
III -  “é-gu-a” – (poxa vida);
IV – levou o farelo – (se deu mal);
V -  pitiú – (cheiro de característica do peixe);
VI – só-te-digo-vai! – (expressão usada pelas mães pra chamar atenção dos filhos, quando não às obedecem);
VII – te acoca – (te abaixa);
VIII – tuíra – (pele ressecada);
IX – mas-como-então? – (explique-me);
X – bora logo! – (se apresse).
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
                       PALÁCIO CABANAGEM, GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ, EM 12 DE SETEMBRO DE 2011.
                          DEPUTADO MANOEL PIONEIRO
                           Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará

terça-feira, 11 de outubro de 2011

CONCURSO DE BLOGUES EDUCATIVOS NO NTE DE MARABÁ

Foi com um misto de satisfação e tristeza que recebi o convite para fazer parte da comissão julgadora do  3º Concurso de Blogues Educativos do Núcleo de Tecnologia Educacional de Marabá (clique AQUI para ler mais). 
Explico a tristeza: Para quem fez as primeiras oficinas de criação de blogues de escolas públicas paraenses e criou o projeto dos primeiros concursos  de blogues educativos do estado (no NTE Washington Lopes),  ver agora um concurso que no governo passado mobilizou todos os NTE do estado e  várias dezenas de escolas, neste ano ser realizado por um único NTE é ou não motivo de tristeza?...
 
No blog do NTE de Marabá deixei o comentário abaixo, que foi replicado também no blog Mídias, Educação e Meio Ambiente, do amigo Marcelo Carvalho.
Parabéns ao pessoal do NTE de Marabá por manter acessa a chama dos Blogues Educacionais no estado.

É lamentável que os outros NTE, inclusive o NTE Washington Lopes, onde comecei com esse projeto de blogues não tenha realizado seu concurso neste ano, e mais lamentável ainda é o fato de o CTAE ter abandonado o concurso estadual de blogues, desestimulando a continuidade de um projeto que estava realizando uma verdadeira renovação na relação entre aluno-professor-escola-comunidade.

Tenho esperanças que o CTAE e os demais NTE despertem e retomem os concursos interrompidos ou criem novos, que estimulem o uso pedagógico e educativo de blogues como promotores de melhorias no processo de letramento dos alunos da rede pública. 
LER é a mais importante das ferramentas de cidadania. Tudo começa e advém da leitura. E os blogues contribuem de forma decisiva para despertar as competências e habilidades necessárias para a leitura e escrita, além da pesquisa, do desenvolvimento do senso crítico e seletivo da informação.

Mas se isso não acontecer, ou seja, se a SEDUC não retomar os concursos de Blogues Educativos da rede pública estadual, se não continuar apoiando e estimulando essa ação educativa (como foi feito no governo passado), fico muito contente em saber que o NTE de Marabá não abandonará essa proposta.

Paraônicamente,
Franz

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ESTADOS UNIDOS DO BRASIL ou BRASIL DOS ESTADOS UNIDOS?

Particularmente, detesto usar alguma peça de roupa estampada com palavras em inglês. Nada contra a língua inglesa, que aprecio por sua enorme praticidade e funcionalidade, mas não suporto servir de outdoor ambulante e contribuir para a aculturação de nosso povo. Infelizmente, é isso o que mais se vê, principalmente quando é roupa de jovens.
Acho necessário que o brasileiro domine outro idioma (espanhol, inglês), mas considero um abuso que deve ser combatido o fato de nos impingirem, via vestuário, a língua dos norte-americanos.
Neste fim de semana fomos, eu e Leca,  a uma grande loja  de departamentos comprar uma roupinha para o filho de um amigo que completou 2 anos. Na sessão infantil havia uma profusão de conjuntinhos, blusinhas, camisas e calças iguais as de gente grande. As roupas  infantis de hoje são cópias miniaturizadas das dos adultos ou adolescentes. Parece que acabaram com aquela idéia que roupa de bebê tem de ser fofinha e em tons suaves.

Quase desistindo e decididos a ir procurar noutra loja, descobri um conjuntinho, ainda que com uma frase em português: "Plante árvores." Se é pra criança carregar uma idéia no peito das camisas que seja algo útil... Comprei-o.

Em tempo: o Brasil é o maior país da América do Sul e o 5º maior do mundo em área territorial (47% do território sul-americano) e população, com mais de 192 milhões de habitantes. É o único país falante da língua portuguesa nas Américas e o maior país lusófono do mundo, além de ser uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas do planeta. Sua economia é a maior da América Latina e do Hemisfério Sul e a 7ª maior do mundo por PIB nominal e a 8ª maior por paridade de poder de compra (Fonte: Wikipédia). Quando vai parar com essa mania de valorizar a cultura norte-americana?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O que motivou o 11 de setembro

Neste 11 de setembro de 2011 comemorou-se os 10 anos do atentado que destruiu o Word Trade Center e a prepotência, a auto-confiança, a arrogância e o orgulho do Tio Sam.
Minha saudosa mãe sempre dizia que "quem aqui faz, aqui paga". Naquela manhã de 2001, ao ver ao vivo e a cores o choque dos aviões e acompanhar a tragédia, disse com meus botões: "Eles estão colhendo o que semearam". Mas como todos, fiquei chocado e entristecido pela cena e pelas vítimas.

Conhecendo a ganância desenfreada e o espírito belicoso do governo dos EUA, algumas teorias da conspiração se alastram feito catinga ao vento e deixam a impressão de serem verdades. Há, inclusive, quem considere o suposto atentado terrorista às torres gêmeas uma farsa norte-americana (a esse respeito leia uma excelente provocação AQUI).

Mais tarde, no mesmo dia, na lista de discussões EDUTEC (Educação e Tecnologia - ver mais AQUI), fundada em 1998 pelo professor Eduardo Chaves (da qual fiz parte por uns 2 anos) aconteceu outra consequência daquele ataque terrorista: insatisfeito com certas considerações expressas por alguns listeiros, eu inclusive, o coordenador e fundador da lista, num ato de censura, decidiu encerrá-la, apesar do protesto geral.

Hoje, recebo por e-mail um texto de Leonardo Boff que me estimulou a fazer essa postagem e reminiscências. Não é prática desse blogueiro apresentar textos alheios, mas ás vezes é imperioso fazê-lo. Convido-o, pois, a ler o texto abaixo com a mente e alma dessarmada de preconceitos.

O que motivou o 11 de setembro
por Leonardo Boff

Alguém precisa ser desumano para não condenar os ataques de 11 de setembro contra as Torres Gêmeas e o Pentágono por parte da Al-Qaeda e cruel ao não mostrar solidariedade para com as mais de três mil vítimas do ato terrorista.

Dito isto, precisamos ir mais fundo na questão e nos perguntar: por que aconteceu este atentado minuciosamente premeditado? As coisas não acontecem simplesmente porque alguns tresloucados se enchem de ódio e cometem tais crimes contra seus desafetos políticos. Deve haver causas mais profundas que a persistir continuarão alimentar o terrorismo.

Se olharmos a história de mais de um século, nos damos conta de que o Ocidente como um todo e particularmente os EUA humilharam os países muçulmanos do Oriente Médio. Controlaram os governos, tomaram-lhe o petróleo e montaram imensas bases militares. Deixaram atrás de si muita amargura e raiva, caldo cultural para a vingança e o terrorismo.

O terrível do terrorismo é que ele ocupa as mentes. Nas guerras e guerrilhas precisa-se ocupar o espaço físico para efetivamente triunfar. No terror não. Basta ocupar as mentes, distorcer o imaginário e introjetar medo. Os norte-americanos ocuparam fisicamente o Afeganistão dos talibãs e o Iraque. Mas os talibãs ocuparam psicologicamente as mentes dos norte-americanos. Infelizmente se realizou a profecia de Bin Laden, feita a 8 de outubro de 2002: “os EUA nunca mais terão segurança, nunca mais terão paz”. Hoje o país é refém do medo difuso.

Para não deixar a impressão de que seja anti-norteamericano, transcrevo aqui parte da advertência do bispo de Melbourne Beach na Florida, Robert Bowman, que antes fora piloto de caças militares e realizara 101 missões de combate na guerra no Vietnã. Endereçou uma carta aberta ao então presidente Bill Clinton que ordenara o bombardeio de Nairobi e Dar es-Salam onde as embaixadas norte-americanas haviam sido atacadas pelo terrorismo. Seu conteúdo se aplica também a Bush que levou a guerra ao Afeganistão e ao Iraque e continuada por Obama. A carta ainda atual foi publicada no católico National Catholic Reporter de 2 de outubro de l998 sob o título: “Por que os EUA são odiados?” (Why the US is hated?) tem esse teor: 

O Senhor disse que somos alvos de ataques porque defendemos a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Um absurdo! Somos alvo de terroristas porque, em boa parte no mundo, nosso Governo defende a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos de terroristas porque nos odeiam. E nos odeiam porque nosso Governo faz coisas odiosas. Em quantos países agentes de nosso Governo destituíram líderes escolhidos pelo povo trocando-os por ditaduras militares fantoches, que queriam vender seu povo para sociedades multinacionais norte-americanas!

Fizemos isso no Irã, no Chile e no Vietnã, na Nicarágua e no resto das repúblicas “das bananas” da América Latina. País após país, nosso Governo se opôs à democracia, sufocou a liberdade e violou os direitos do ser humano. Essa é a causa pela qual nos odeiam em todo o mundo. Essa é a razão de sermos alvos dos terroristas.

Em vez de enviar nossos filhos e filhas pelo mundo inteiro para matar árabes e, assim, termos o petróleo que há sob sua terra, deveríamos enviá-los para reconstruir sua infra-estrutura, beneficiá-los com água potável e alimentar as crianças em perigo de morrer de fome. Essa é a verdade, senhor Presidente. Isso é o que o povo norte-americano deve compreender”.

A resposta acertada, não foi combater terror com terror à la Bush, mas com solidariedade. Membros das vítimas das Torres Gêmeas foram ao Afeganistão para fundar associações de ajuda e permitir que o povo saísse da miséria. É por essa humanidade que se anulam as causas que levam ao terrorismo.

Leonardo Boff é autor de "Fundamentalismo,Terrorismo, Religião e Paz", Ed. Vozes, Petrópolis 2009

Crédito da imagem: http://usurpadores.blogspot.com

terça-feira, 13 de setembro de 2011

CENAS DE BELÉM 11

CENAS DE BELÉM é uma série de postagens que faço desde o ano passado, sempre ao final de cada mês. Entretanto, nos últimos três meses deixei de fazê-las por falta de algo que valesse a pena. Até que dia desses vi esse deficiente mendigando bem no meio do cruzamento de duas avenidas movimentadas de Belém.

Note a tranquilidade do cabra. Carros e motos  passam ao seu lado e ele nem... A fleuma britânica, a pachorra ou estupidez do pedinte é digna de ser registrada como uma das mais interessantes cenas de Belém que já vi e postei aqui. Confiram.

Ah! Não o vi mais no meio da rua, nem nas imediações...

A outra cena fica por conta de uma placa que anuncia a venda de um freezer, ou "frizer" apenas a quem realmente está precisando. É curiosa essa preocupação do vendedor. Veja abaixo.

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A escola de antigamente era excludente?

Na Lista Blogs Educativos, da qual já falei na postagem anterior, rola uma discussão cujo tema foi "MEC vai distribuir tablets para alunos da escola pública em 2012" (veja mais AQUI). Dei minha contribuição com um texto que postei aqui ontem (veja postagem anterior). Um companheiro listeiro respondeu com as considerações apresentadas nos trechos negritados abaixo. Eu retruquei lá, mas faço nova postagem aqui, com igual teor, por considerar essa discussão interessante. E você, concorda ou discorda? 


"A escola de antigamente era um território de violentissima exclusão social. A escola de antigamente era uma escola proibida para pelo menos metade da população brasileira em idade escolar.
O problema desse argumento, que chamo de "argumento da vovó" (ah, no meu tempo...) esquece simplesmente isto. Esquece simplesmente esta base histórica, social e econômica de fortíssima, violenta exclusao social da escola de antigamente."

A escola de antigamente era excludente? Não sei se ele estudou em escola pública, mas eu sim. 


Nesse "tempo da vovó" não havia tantas escolas particulares, e mesmo em alguns municípios só existiam escolas públicas. Não havia essa pedagogia que engessa, não havia merenda escolar, nem bolsas disso ou daquilo (não estou condenando essas ações sociais, viu?), nem tantas drogas, nem tanto desrespeito ao professor e ao outro, nem bulling (que naquela época chamávamos simplesmente de "encarnação"), e ninguém era promovido sem estudar. Havia mais respeito e consideração em geral.

Era um tempo em que os pais se preocupavam mais com o estudo dos filhos sim. Os professores eram rígidos e às vezes injustos, é verdade, mas muitos eram excelentes e só sei que eu aprendia. E pelo que me lembro, meus colegas também. E havia Zero às pencas. 

Ah, sim! Era decoreba, né? Decorar é uma ação que julgamos ser relativa ao cérebro, ou seja: decorar é guardar na memória, mas em verdade não é. Decorar vem do latim "Cord" = coração -(cord ad cord loquir tum= o coração ao coração fala). Decorar é, pois, trazer no coração. É por isso que quem viveu nesse tempo sente saudades 

As coisas eram simples como soe acontecer nas coisas essenciais. As desigualdades sociais não eram tão gritantes e imorais, e pobre ou rico, todos tinham chance de mostrar seu valor através dos estudos.

Ah! Em tempo. Entre 1967 e 1969 eu fui com minha mãe e irmãos para Maceió, para um bairro paupérrimo chamado Vergel do Lago, na Vila São José, perto da Lagoa Mundaú. Era uma rua sem saída, sem saneamento e nossa casa nem água encanada tinha. Lá fiz meu curso ginasial  numa escola pública municipal. Nem havia escola particular no bairro. E fui concluir o ginásio no Colégio Guido de Fontgalland, que era um colégio marista, mas o turno da noite era cedido para o ensino público. E olha que eu já trabalhava de dia e estudava à noite. 

"Esta e' a base histórica, social e economica do suposto 'sucesso' da escola de antigamente." 

Suposto? Suposição a partir de que, de números? Naquela época havia menos estudante que hoje? É por aí que se mede o SUCESSO da educação, pelos números? Onde alguns enxergam apenas números eu vejo pessoas. 

E o que vejo só me entristece e me dá uma puta saudade da educação do tempo da vovó.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Não há pedras no caminho, as pedras SÃO o caminho

Essa postagem vai a propósito de uma discussão que estamos realizando na lista Blogs Educativos, (grupo de discussão criado no Yahoo há 5 anos e que reúne quase 1000 professores blogueiros) sobre o projeto do MEC de doar Tablets aos estudantes da rede pública em 2012, e que já tratei aqui numa postagem bem recente (Clique AQUI para ler). Um listeiro disse que "a escola deve aprender a fazer o feijão com arroz". O que se segue é a minha contribuição à essa discussão na lista, que socializo aqui.


Fazer o feijão com arroz? Sim, concordo plenamente, mas porque não com um tempero das TDIC? Com Sazon, com "amor" (para remeter a uma propaganda conhecida)? Para mim esse feijão com arroz é exatamente o Português (letramento) e as operações básicas da Matemática (Matematização). Isso é o que a escola de antigamente fazia, e parece que o fazia bem, a julgar por todos os testemunhos e por minha própria experiência. Antigamente um estudante não passava de ano nem saía da escola sem ler e escrever, and now...

Certo é que a modernidade trouxe as TDIC, com toda a gama de mídias que enriquecem a comunicação, a interação, a socialização, a auto-expressão. Nunca habilidades de falar e escrever suas impressões, suas reflexões sobre um assunto esteve tão em evidência e foi tão exigida do indivíduo. Em contrapartida as competências para isso não foram desenvolvidas na mesma proporção. E cabe à escola esse papel.

Será que as TDIC aplicadas no chão da escola vieram tornar mais difícil esse trabalho? Porque, apesar de o país contabilizar quase uma geração inteira com a informática na educação os resultados são tão pífios, senão ridículos, risíveis?

Há muita discussão, muitas reflexões, muitos trabalhos acadêmicos, e tão pouco resultado prático no contexto da educaçao pública nacional... E ainda não sabemos onde está o fulcro da questão, se no professor resistente aos códigos da modernidade, se no aluno carente de formação familiar e doméstica, se na escola despreparada para seu papel na construção da cidadania, se num governo cada vez mais corrupto e incapaz de olhar para o social com o devido respeito, se...

Certa vez, numa palestra minha, uma professora me perguntou porque havia tantas pedras no caminho do professor, e eu respondi que não há pedras no caminha... as pedras são o caminho

Crédito da imagem: http://www.tablets.com/uncategorized/auburn-maine-school-district-proposes-to-bring-ipad-2s-into-classrooms/

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Blogs Educativos na XV Feira Pan-Amazônica do Livro

Este blogueiro foi convidado para participar do Seminário Leitura e Escrita na Era da Internet, que aconteceu ontem, domingo, no Auditório Dulcinéa Paraense, durante a XV FEIRA PAN-AMAZÔNICA DO LIVRO.
MInha breve palestra teve como tema "Blogs: um desafio ao desenvolvimento da leitura e escrita", onde busquei apresentar os blogs educativos e seu papel no desenvolvimento de habilidades e competências no ensino do Letramento nas escolas da rede pública.

Tomaram parte junto comigo da mesa redonda a Profª. Drª Lília Silvestre Chaves (UFPA) -que coordenou a mesa- e Jéssica Souza, autora do Blog Repórter de Sandália, que tratou do tema "Blog: uma nova literatura?"
 
Foto: Lenise Oliveira

sábado, 3 de setembro de 2011

TABLETS PARA ALUNOS DA ESCOLA PÚBLICA EM 2012

Leio a notícia que o Ministro da Educação, Fernando Haddad, durante palestra a editores de livros escolares, na 15ª Bienal do Livro, anunciou que o MEC vai distribuir tablets – computadores pessoais portáteis do tipo prancheta, da espessura de um livro –  para alunos de escolas públicas a partir de 2012. O objetivo, segundo o ministro, é universalizar o acesso dos alunos à tecnologia. Leia na Íntegra AQUI

Na minha opinião, os resultados que todos esses investimentos em material tecnológico, alem da criação de repositórios de material didático digital etc, não tem causado o que esperamos na melhoria da educação nacional.

Não deprecio nem condeno esses esforços governamentais para melhorar o aparato tecnológico das escolas, equipar os estudantes e facilitar que tenham acesso às Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação-TDIC, mas condeno esse olhar caolho que o governo tem sobre a educação pública, de que basta dar a ferramente certa que o cara vai conseguir executar a tarefa corretamente e da melhor forma possível.

Eu chamo isso de "Síndrome do Compasso", ou seja, o governo acredita que se der um compasso para o indivíduo ele deve instantaneamente, necessariamente e obrigatóriamente ser capaz de traçar uma circunferência de círculo perfeita.

O que quero dizer é que o problema da educação não será resolvido dando Laptops para alunos (e agora tablets), dando computadores para escolas e professores, instalando projetor multimidia Arthur e lousa digital nas salas de aula etc. É preciso que se ataque o fulcro da quetão, que é o letramento e a matematização, que deveria acontecer no ensino básico e simplesmente NÃO OCORRE! Até parece que a escola tornou o processo de leitura e matematização um castigo para o aluno...

Urge rever uma série de conceitos que engessam a ação educativa e pedagógica, tais como uma presença mais participativa de pais e responsáveis no chão da escola; melhor formação inicial de professores (papel das Universidades) e de gestores escolares, para que a formação continuada, que muitas vezes exige tempo e $ do profissional, não seja tão cobrada dele; respeito maior pelas necessidades de aprendizado do aluno, e não impingir uma grade de conteúdos curriculares tão abarrotada de conhecimentos que ele pouco ou nunca usará.

E, fundamentalmente, melhorar a auto-estima de professores e agentes de educação (incluíndo aqui os pais e responsáveis). Isso não siginifica, necessariamente, dar um salário de parlamentar ao professor (o que seria mais do que justo), mas não permitir que parlamentares semi-analfabetos ou não, ganhem num mês o que um professor leva 1 ano para ganhar. Nem que outros servidores, muitas vezes sem formação superior, mas ligados às casas do poder legislativo e judiciário, recebam salários dignos de professores com doutorado e até pós-doutorado, de cientistas renomados, de pesquisadores que produzem ciência e conhecimento; estes sim é que fazem este país crescer e ser respeitado.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Problemas com o Blog

Pessoal caminhante desta rua...
Estou tendo problemas com a configuração do Layout deste blog. Por alguma razão a SIDEBAR foi para o final das postagens.

Estou tentando corrigir o problema e restaurar a posição original da Sidebar, mas sem obter sucesso. Mesmo alterando as colunas no Design, o resultado  não tem funcionado e nem é visualizado no Layout.

Já lancei um pedido de ajuda aos amigos, mas até agora nenhum resultado positivo me chegou. Se algum passante contumaz ou turista incidental souber e puder ajudar, agradeço muito.

Crédito da Imagem: www.efetividade.blog.br

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ESCOLHENDO JOIO INVÉS DO TRIGO

É cada vez mais vergonhoso para a nação brasileira o comportamento de seus parlamentares. Um exemplo recente deu-se ontem na Câmara dos Deputados.

Em votação SECRETA (sim, secreta!), como soe acontecer sempre que os nossos dignos deputados querem esconder a cara quando o corporativismo os conclama, foi rejeitado o pedido de cassação do mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) feito pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).  

Em 2006 Jaqueline foi flagrada recebendo um bolo de dinheiro de Durval Barbosa, no rumoroso caso do mensalão do DEM. Em sua defesa alegou que não poderia ser julgada por isso porque foi algo que ela fez antes de ser deputada.  Quer dizer que, se um cabra cometer delitos, quaisquer que sejam, e virar deputado ele pode charlar e flanar entre os probos e íntegros exatamente como se fora um igual?

Para o Conselho de Ética da Câmara parece que sim, pois um "Fato praticado fora do exercício do mandato parlamentar não tem o poder de configurar ato atentatório à ética e ao decoro parlamentar". Essa decisão respaldou o advogado da deputada, José Eduardo Alckmin, e justificou a decisão da plenária.
O cinismo impera e o mau exemplo se alastra, se espraia e é sustentado exatamente por aqueles que deveria combatê-lo. 

Pobre, pobre povo; tolo povo. Povo idiota, que crê e vota. Que vota cego, e desmemoriado. Povo burro, porquanto prefere ter o joio ao trigo.  
               Crédito da imagem: http://g1.globo.com

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Les Petits Livres à l'école

Livrinhos que ajudam a ler e escrever
Há algumas semanas um participante do grupo Blogs Educativos pediu informações sobre algum programa/software que possibilitasse aos  alunos criarem livros virtuais. Enviei, como sugestão, uma experiência que desenvolvemos aqui no Núcleo de Informática Educativa-NIED/Belém e no  Projeto ALFAMAT. Como alguns companheiros do Blogs Educativos me indagaram sobre dificuldades com a confecção do livrinho, e, principalmente, por ser uma técnica poderosa de estimulo à leitura e escrita, que pode ser trabalhada nos mais diversos níveis de ensino, resolvi prestar alguns esclarecimentos nessa postagem.

O Projeto Livrinhos (ou Les Petits Livres no original francês) foi elaborado pelos professores da Escola Federico Garcia Lorca de Vaulx-en-Velin (sudoeste da França), e foi trazido até nós pela professora Rosistela P. de OLiveira, nossa companheira de trabalho no NIED. Os livrinhos têm sido um sucesso entre os professores participantes das oficinas e entre alunos, posto que os professores aplicam em suas salas de aula o que aprendem nessas oficinas.

"Em 2007 - explica a professora Rosistela - o projeto “Les petits Livres” ganhou o prêmio de Inovação educativa. Em 2008 foi criada, sem fins lucrativos, a editora cooperativa “Les Célestines” visando apoiar logisticamente as atividades de produção escrita realizadas pelos alunos, divulgar as técnicas de elaboração dos livrinhos e favorecer a difusão dessas publicações dentro e fora da escola. Essa editora está sob a égide da Creative Commons quanto ao respeito à autoria dos livrinhos."

Os livrinhos são feitos em uma única folha de papel A4, que depois de impressa é especialmente dobrada em oito partes. A técnica de construção dos livrinhos é extremamente simples, prática e barata, e baseia-se nos recursos de caixa de texto dos editores de textos do sistema Windows ou Linux.

O TRUQUE
No editor de textos (Word ou Writer) a folha A4 é configurada para "Paisagem". Depois são inseridas 8 caixas de texto com 6,61cm X 9,00cm, distribuídas em duas linhas e quatro colunas, conforme desenho abaixo. Note que no desenho as linhas pontilhadas representam onde se deve dobrar e a linha pontilhada dupla onde deve-se cortar.

Clique na imagem para aumentar

Também são inseridas as caixas de texto para os números de páginas. E aí é que vem o interessante: as caixas superiores (no desenho numeradas de folhas 3 a 6) são invertidas. Isso se consegue clicando com o botão direito do mouse dentro da caixa de texto e buscando a opção "Posição e Tamanho" (BrOffice.org). Ali, configure o  ângulo de Rotação para 180º. Pronto! Ao dar-se 2 cliques na caixa ela assume a posição correta para a digitação, depois volta a ficar de ponta cabeça.

No Windows7 basta inserir uma caixa de textos e rotacioná-la com o mouse sobre a bolinha amarela que aparece acima da caixa, ou ir em Opções de Layout e configurar a Posição para 180º.

Mas todo esse trabalho é poupado se você simplesmente empregar  a matriz do livrinho disponível no site oficial das Edições Celestines ou clicando AQUI.

E faça bom uso dos Livrinhos. Divirta-se e mostre aos seus alunos o potencial criativo e autoral que eles possuem. Garanto que não vão se arrepender de experimentar esse fantático projeto Les Petis Livres.

HOMENAGEM PÓSTUMA A UM BLOGUEIRO

Estamos participando da blogagem coletiva a Rolando Palma, iniciativa apresentada pelo Eduardo P. Lunardelli, do consagrado Varal de Idéias e Tertúlia Virtual.

Este blog quer participar dessa homenagem póstuma, porém não conhece este moço Rolando Palma. Entretanto, não conhecê-lo não é motivo para não participar dessa iniciativa, que gostei deveras. Talvez, quando eu me for também, algum amigo da blogosfera decida fazer o mesmo por mim...

Fui pesquisar: Rolando Palma é (infelizmente devo conjugar o verbo no seu tempo certo: foi) um blogueiro de Portugal, autor do Blog ENTREMARES e também participante do Tertúlia Virtual. Foi assassinado no dia 3 passado.

Seu blog, o Entremares, traz uma série de pequenos contos de sua autoria. Li-os com grande satisfação, porquanto são originais, curiosos e dão o que toda leitura deve dar: prazer. De seu conto Efemerus pincei este trecho. Veja se não tenho razão:

- Descobri, meu companheiro de aventuras… que valeu a pena. Que um dia, uma primavera, um ano, um milénio… não alteram rigorosamente nada do que somos, ou do que vivemos… ou do que deixámos de viver. Amanhã… e disto tenho a certeza absoluta… eu, tu, todos os nossos amigos, seremos simplesmente memórias no baú de lembranças dos que vierem depois de nós. Portanto, meu querido Efemerus… valeu a pena, não concordas?


Creio que se o conhecesse também ficaria satisfeito, talvez da mesma forma que seus amigos que hoje iniciaram, nessa blogagem coletiva, a derradeira homenagem, homenagem digna de um blogueiro.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Aos meus 200 seguidores

Mantenho esse blog pelo enorme prazer de escrever, pela necessidade de  compartilhar descobertas e aprendizados -muitas vezes  focando-me na Educação-, e pelo exercício intelectual e criativo que manter um blog com textos próprios exige.

Envolvido com outras tantas coisas, obrigações e chateações tenho deixado de caminhar por essa rua que é meu blog com a frequência que gostaria;  no entanto acompanhava/acompanho o lento, mas progressivo, número de seguidores. Cada novo seguidor é como uma conquista  alcançada, uma medalha a pendurar no pescoço, um troféu a ostentar na estante, um orgulho  inflando o peito.

Há poucos dias observei que meus seguidores se aproximavam do número 200, e passei a aguardar com ansiedade que  o contador atingisse os 200 seguidores. Prometi a mim mesmo fazer uma postagem quando isso acontecesse.


Neste fim de semana percebi que chegara aos 200 seguidores. Hoje, nesse instante, já são 201... Viva!... 

1ª rua de Belém - Google
Para muitos ter 200 seguidores pode até nem ser tão representativo, para um blog com mais de 3 anos, e talvez achem que estou fazendo festa  por pouca coisa. Pouco se me dá... Desde de 2007 ensino e ajudo professores e amigos a criarem blogs. Alguns destes blogs estão com cerca de 700 seguidores alcançados em menos de 2 anos; outros chegam e ultrapassam a casa do milhar.

Mas o que significam os 200 seguidores do meu blog?

Ter 200 seguidores em um blog como esse, que nada mais tem a oferecer que textos e algumas reflexões pessoais, é motivo de grande satisfação e contentamento.

Para o blogueiro seus seguidores representam aquelas pessoas que consideram importante, de alguma maneira, aquilo que  ele lhes oferece  na forma de textos e imagens. Por isso escolho com esmero  meus textos e as imagens ilustrativas, que embora obtidas da Web, algumas vezes edito-as para que tenham algo de original, de meu.
200 não é apenas um número num contador. Onde outros enxergam números eu vejo pessoas. São 200 pessoas que me "cobram" a cada postagem.  E agora são 201, que encontraram algo de bom naquilo que escrevo. E isso não só aumenta minha responsabilidade, como também exige minha melhora como blogueiro, como autor e como cidadão.
Meus seguidores, sem saber ou se dar conta disso, me tornam uma pessoa melhor. É por isso que venho nessa postagem  agradecer, de coração.
No TOP BLOG 2011 ficamos entre os 100 melhores da categoria. Pode ser pouco para uns, mas para mim é motivo de orgulho e satisfação.
Sou muito grato a todos que passaram por essa rua que é meu blog e deram seu voto. Cord ad Cord Loquir Tum

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