Atirado nessa espécie de limbo, ou antesala do inferno, sob a acusação injusta de colaborador e "dedo-duro" do regime militar, Wilsom Simonal acabou execrado pela mídia, odiado pelos colegas de profissão, desconhecido da nova geração e, quase totalmente, esquecido de seu outrora gigantesco público.
Vítima maior - e única - da inveja, do preconceito, do rancor e da hipocrisia que habitam os porões da mídia institucionalizada e do meio artístico, esse artista único morreu, ou "viajou fora do combinado" (conforme costuma dizer Rolando Boldrim), em 25 de junho de 2000.
E me vem à lembrança um início de 1972, quando eu era vendedor de livros. Minha equipe fazia a área do Jardim Botânico. Estávamos em frente ao prédio da Rede Globo, e do outro lado da rua vi dois sujeitos saíndo da Vênus Platinada. Logo reconheci Simonal, num terno branco. Me aproximei e pedi um autógrafo. Foi o único artista a quem já pedi um autógrafo, mas infelizmente perdi.
Hoje, resolvi começar a ler o livro "Nem vem que não tem - A vida e o veneno de Wilson Simonal", presente de Natal de Madaya, minha filha.

Mas hoje comecei a lê-lo. Curiosamente, hoje o grande Simona, o maior cantor/ artista negro do Brasil estaria completando 71 anos de idade...
Com o livro aberto aqui ao lado, onde acabo de ler a origem do nome "Simonal", reflito sobre as homenagens (mais do que justas e merecidas) que começaram a espocar desde 2009 com o documentário "Ninguém sabe o duro que dei". E me lembro que no próximo mês de junho já serão passados 10 anos de seu falecimento!...
Parece que o tempo passou depressa... mas só depois de sua morte.