
Ney Alberto Gonçalves de Barros - 1971/2
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José era um vendedor de bilhetes de loteria de NI. Certo dia ele apareceu no IHGNI e Ney levou-o a um fotógrafo numa sala no mesmo andar. |
Ney Alberto Gonçalves de Barros era professor e filho de professor. Seus pais eram donos de um dos principais colégios de Nova Iguaçu, o Colégio Leopoldo. Formou-se em História, antes passando pelo serviço militar. Serviu na Brigada Aeroterrestre. Foi um paraquedista do Exército Brasileiro, um PQD, como somos mais conhecidos (ele me incentivou a também ser PQD, em 1971). Ele foi, sempre, e na acepção da palavra, um educador.
Entre 1968/9 junto com Waldick Pereira -meu saudoso pai-,Ney Alberto fez um curso de Arqueologia no Museu Nacional, e bem mais tarde se formaria em Direito. Ele e meu pai não tinham só a arqueologia em comum. Apaixonados pela história iguaçuana, no começo dos anos 1960 se uniram em torno de um ideal: pesquisar a história do município de Nova Iguaçu, defender o patrimônio histórico, artístico e cultural iguaçuano e lutar pela sua preservação.
Juntamente com o advogado e fotógrafo Zanon de Paula Barros, Samyr Hajj, os professores Ferenc Zamolyi e José de Almeida Nobre (por sinal esses 2 foram meus professores no Colégio Afrânio Peixoto), Telmo Cardoso de Matos e outros abnegados, fundaram o Instituto Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu-IHGNI (do qual também sou sócio efetivo). Waldick foi seu presidente até seu prematuro falecimento aos 54 anos (1984) e Ney o Secretário. Depois Ney assumiu a presidência do Instituto.
Ney e Waldick eram amigos inseparáveis e protagonistas de muitas histórias que eu participei, e de um número muito maior antes que eu começasse a andar com eles. Em 1969, com 17 anos e estudando Edificações na ETF Celso Suckov da Fonseca, ingressei na equipe do IHGNI e comecei a participar dos acampamentos na Serra de Tinguá, Angra dos Reis e outros lugares. Certa vez, para ajudar um amigo vendedor de barracas para acampar, eu e Ney montamos acampamento numa barraca montada como demonstração,no terreno da antiga Câmara Municipal, na Av. Mal. Floriano Peixoto
Ney sempre foi um pólo de atração de humor e alegria. E tinha um riso contagiante. Nos acampamentos, ao redor da fogueira, era comum nos reunirmos para contar histórias.Eu, evidentemente, apenas ouvia. Ouvia e ria... Certa feita,em Angra, na Ilha 2 Irmãs pedi ao Ney que contasse uma história engraçada. E ele disse: Ah! Você quer rir, né?! E começou a rir sozinho. Em pouco tempo todos estávamos rindo muito, rindo gostoso.
Não quero prolongar mais essa postagem. Poderia fazer um blog apenas contando das viagens que fizemos, dos acampamentos, uma ou outra aventura pitoresca. Recordar é viver, já disse alguém... mas também é sofrer.
A última vez que falei com Ney foi a uns 27 ou 28 anos... Meu Deus!!! Nos 30 anos que moro em Belém, voltei pouquíssimas vezes à Nova Iguaçu. E NI mudou muito. Quase não a reconheço quando a visito. Minha rua, a 13 de Maio, mudou de nome. Meus referenciais estão desaparecendo...
Entre 1968/9 junto com Waldick Pereira -meu saudoso pai-,Ney Alberto fez um curso de Arqueologia no Museu Nacional, e bem mais tarde se formaria em Direito. Ele e meu pai não tinham só a arqueologia em comum. Apaixonados pela história iguaçuana, no começo dos anos 1960 se uniram em torno de um ideal: pesquisar a história do município de Nova Iguaçu, defender o patrimônio histórico, artístico e cultural iguaçuano e lutar pela sua preservação.
Juntamente com o advogado e fotógrafo Zanon de Paula Barros, Samyr Hajj, os professores Ferenc Zamolyi e José de Almeida Nobre (por sinal esses 2 foram meus professores no Colégio Afrânio Peixoto), Telmo Cardoso de Matos e outros abnegados, fundaram o Instituto Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu-IHGNI (do qual também sou sócio efetivo). Waldick foi seu presidente até seu prematuro falecimento aos 54 anos (1984) e Ney o Secretário. Depois Ney assumiu a presidência do Instituto.
Ney e Waldick eram amigos inseparáveis e protagonistas de muitas histórias que eu participei, e de um número muito maior antes que eu começasse a andar com eles. Em 1969, com 17 anos e estudando Edificações na ETF Celso Suckov da Fonseca, ingressei na equipe do IHGNI e comecei a participar dos acampamentos na Serra de Tinguá, Angra dos Reis e outros lugares. Certa vez, para ajudar um amigo vendedor de barracas para acampar, eu e Ney montamos acampamento numa barraca montada como demonstração,no terreno da antiga Câmara Municipal, na Av. Mal. Floriano Peixoto
1970-Numa pesquisa arqueológica com o Prof. Calazans, do IAB (chapéu de explorados). Eu, sem camisa, abraço ao Telmo Cardoso de Matos e Ney é o barbudo. |
Ney sempre foi um pólo de atração de humor e alegria. E tinha um riso contagiante. Nos acampamentos, ao redor da fogueira, era comum nos reunirmos para contar histórias.Eu, evidentemente, apenas ouvia. Ouvia e ria... Certa feita,em Angra, na Ilha 2 Irmãs pedi ao Ney que contasse uma história engraçada. E ele disse: Ah! Você quer rir, né?! E começou a rir sozinho. Em pouco tempo todos estávamos rindo muito, rindo gostoso.
Não quero prolongar mais essa postagem. Poderia fazer um blog apenas contando das viagens que fizemos, dos acampamentos, uma ou outra aventura pitoresca. Recordar é viver, já disse alguém... mas também é sofrer.
A última vez que falei com Ney foi a uns 27 ou 28 anos... Meu Deus!!! Nos 30 anos que moro em Belém, voltei pouquíssimas vezes à Nova Iguaçu. E NI mudou muito. Quase não a reconheço quando a visito. Minha rua, a 13 de Maio, mudou de nome. Meus referenciais estão desaparecendo...
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Eu, Ney e meu pai, na Faz. São Barnardino, na escada que levava à senzala. |
Com a morte de Waldick, e agora com a de Ney, não somente desaparecem os primeiros guardiões da história iguaçuana, como também se vai pouco de minha própria história. Sei que os dois devem estar acampados nalgum recanto do mundo invisível.E chegará o dia em que me unirei a eles...