quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A INUTILIDADE DAS REGRAS GRAMATICAIS NA WEB

Lanço nesta postagem uma provocação: você é daqueles que prima pela escrita escorreita do Português? Eu sou (pelo menos tento. Rsss). Você é daqueles professores que exige que seus alunos escrevam corretamente? Eu sou. Você é daqueles que acha absurdo alguém com nível superior comunicar-se gramatica e ortograficamente errado no seu idioma? Eu também. Para finalizar, você acha que vale a pena exigir do estudante o cumprimento de tantas regras e normas no escrever, quando o que importa é se fazer entender? Eu começo a crer que não.
Agora, convido-o a ler os pequenos textos abaixo e, depois, refletir comigo sobre a seguinte questão: Escrever corretamente é besteira?

O nosso cérebro é doido !!!
De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea,
não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso,
a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê nida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Gsotu? Não é Sohw de bloa?


Agora, fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54 R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

Bem, muito provavelmente você já deve ter lido esses textos antes, posto que correm pela Web faz algum tempo. E também pode peceber que, apesar de subverterem completamente as regras da gramática normativa, foram lidos com relativa facilidade. Assim, refletindo sobre isso com minha mulher, chegamos a algumas conclusões que começaram a mudar certas concepções minhas quanto a nossa maneira de escrever corretamente, e que talvez devessem ser objetos de atenção dos estudiosos de plantão. Senão vejamos:

1 - Esses dois textos mostram que as regras gramaticais, principalmente as ortográficas, são uma grande besteira no contexto discursivo da comunicação escrita. Elas tornam a aprendizagem e o domínio da nossa língua escrita um trabalho cansativo, enfadonho e desinteressante;
2 - O poder criativo e interpretativo da mensagem independe da forma como as palavras foram escritas (ortografia), mas de conceitos pré-estabelecidos que são acionados no exato instante em que a imaginação se antecipa a razão e pressupõe a existência da palavra escrita onde ela não existe;
3 - A nossa nova ortografia é tão útil quanto um pinguim de geladeira, logo toda essa discussão a respeito das novas regras é uma inutilidade que só agrada aos teóricos da área, mais preocupados com o aspecto formal do que o funcional da língua nos gêneros textuais;
4 - A Academia, e muita gente intelectualizada e culta, dá mais valor as regras com as quais o discurso científico é descrito do que o conteúdo do mesmo;
5 - Essa "forma de ler" nos mostra que tendemos a tomar o reflexo pela imagem real, o semelhante pelo igual, aquilo que aparente ser pelo que É . Por conseguinte, nossa maneira de agir como ensinante e aprendente, como indivíduos sociais, como educadores, deve privilegiar também esses aspectos da 'realidade'. Ou seja, devemos estar cientes que aquilo que temos como real pode ser mera criação do cérebro.Mas isso já é outra história e papo para outras postagens.

Agora tomemos como outro exemplo a seguinte frase, escrita num diálogo via MSN: VC TBM FK BLZ, BB!
Se você também foi capaz de traduzir essa sequência de consoantes aparentemente sem sentido, é capaz de aprender a ler hebraico. Você sabia que nessa língua as vogais não são escritas, e por isso é considerada a língua sagrada?
Mas o fato é que escrever de forma abreviada é mais difícil que escrever por extenso. A habilidade para isso só é possível para aqueles que já dominam as estruturas da escrita normativa e da semântica, pois sabem quando e onde devem fazer as abreviações.
Agora o que você faria se numa prova seu aluno responde como se estivesse no MSN? Embora a resposta estivesse correta, seria certo lhe dar ZERO?
Como educador começo a refletir se o que interessa mais é a forma ou o conteúdo da mensagem. E quanto a qualidade da mensagem fico na dúvida se deve estar na forma, no conteúdo ou em ambas.
Não pense que estou condenando a educação formal da língua escrita. Ela é fundamental para que o indivíduo possa ser capaz de "ler" textos como esses acima e outros mais, principalmente agora com a revolução possibilitada pela comunicação mediada por computadores em rede. Entretanto, as cobranças e a ênfase que se dá a certos aspectos da comunicação baseada no texto impresso me parecem ganhar outras dimensões diante das novas formas de interação social e de comunicação via Web. Aliás, onde há comunicação há entendimento entre o emissor e o receptor, off curse! E isso é o que importa, não é?.
E você, o que acha?

sábado, 21 de fevereiro de 2009

100% INTRADUTÍVEL

Registramos mais um selo recebido por "Este Blog...". É o selo 100% Intradutível, que nos foi dado pela querida amiga Thaíza, professora apaixonada por Química que mantém o Kimilocos. Meu muito obrigado, Thaíza. E como manda a regra, devo indicar 5 blogs para receberem a mesma distinção. Vou aproveitar que estou devendo as indicações ao "Olha que Blog Maneiro" e farei tudo nesta postagem. Os indicados devem adicionar o sêlo em seu blog, devem fazer um link ao blog que o indicou, devem indicar outros e informar aos indicados.












Para o selo Olha que Blog Maneiro meus indicados:
Blog Jovem Repórter
Blog do J. Bosco
Blog do Galo
Blog da Profa. Enguimara
Blog Saiba História, do Adinalzir
Blog Brasil: História e Ensino, da Profa. Natania Nogueira
Blog do Haroldo Baleixe
Veja mais sobre o selo AQUI.

Para o selo 100% Intradutível meus indicados
Blog Jovem Repórter
Blog Brasil: História e Ensino, da Profa. Natania Nogueira
Blog do Prof.Haroldo Baleixe
Blog da Escola D. Helena Guilhon

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Educação Iguaçuana: a tristeza da Fazenda São Bernardino

Essa postagem vai falar da falta de educação, da ignorância, da estupidez, da burrice, do descaso e da falta de respeito das autoridades iguaçuanas com a memória histórica, artística e cultural de Nova Iguaçu (RJ). Embora eu observe que aqui em Belém essas mesmas características também estiveram presentes em governos passados, essa postagem trata de minhas reminiscências iguaçuanas, principalmente coisas que me deixam triste e indignado com a atitude de algumas autoridades do município de Nova Iguaçu, na baixada fluminense (RJ).

Estou falando da falta de interesse das autoridades na preservação de antigos prédios e outros espaços que contavam a história do municipio, como é o caso da Fazenda São Bernardino. É triste ver como nosso povo trata de sua memória.
Conheci a Faz. S. Bernardino em 1969, quando ainda nela morava Giácomo Gavazzi, seu último proprietário antes da desapropriação. Ele era um velho italiano ranzinza, que não deixava ninguém se aproximar da construção, mas era amigo de meu pai. Naquela época cheguei a ver alguns cartazes na entrada da fazenda, ás margens da estrada de Tinguá, que ameaçavam de tiro qualquer um que entrasse na propriedade,e na primeira vez que fui lá ele ainda nos recebeu com uma espingarda nas mãos.
Tive a primazia de ver aquela fazenda de pé, ainda com alguns móveis. Apreciei o grande espelho e o lustre do salão pricipal, subi a escada que levava ao andar superior, encimada por uma bela cúpula de vidro, e cheguei ao quarto do sotão, de onde pude apreciar a vista das palmeiras imperiais que originalmente adornavam a estrada que levava à fazenda.
No final dos anos 1960 ainda estavam praticamente intactas a senzala e o engenho, que ficavam num plano inferior do terreno, tomando a parte lateral direita (senzala) e a parte dos fundos (engenho) da casa grande. Em princípio dos anos 1970 acompanhei dois arquitetos do IPHAN que faziam um levantamento da área, com vistas a desapropriação, e um deles observou que a escada e uma plataforma de madeira existente no engenho era de pinho de riga, madeira importada.
Em meados de 1980 um suspeitoso incêndio destruiu o que restava daquela maravilhosa construção, único exemplar de seu estilo. Hoje nao sei o que me dói mais, se é contemplar as ruínas de S. Bernardino e ver que o esforço de meu pai e seus amigos foi em vão, ou saber que a geração passada e as vindouras jamais experimentarão a satisfação de contemplar a História de Nova Iguaçu diretamente de seu berço, se contentando com notícias impressas e fotos envelhecidas.Fui várias vezes lá com meu pai, um poeta, professor, arqueólogo, jornalista e historiador, que desde o inicio dos anos 1960 já lutavam pela preservação daquele magnífico exemplo de arte colonial e de outros patrimônios arquitetônicos do municipio; e junto com alguns amigos, como Ney Alberto G. de Barros, Zannon de Paula, Ferenck Zamoly e outros, fundou o Instituto Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu-IHGNI e fez da preservação e defesa do patromônio histórico e da memória iguaçuana sua luta até o fim da vida, ocorrida em 11 de fevereiro de 1984. Seu fiel companheiro e meu querido amigo Ney Alberto continua esse trabalho até hoje, e com essa postagem quero prestar uma homenagem a esses dois homens, a quem devo muito da minha formação de educador e de cidadão.

Ao lado o Prof. Ney Alberto, em sua sala de trabalho - Foto do blog Café História


Leia mais sobre o IHGNI AQUI
Leia mais sobre a Fazenda AQUI
_________________
Créditos das ilustrações
A primeira imagem é um desenho a bico de pena, feito por mim em 1994, a partir da capa de uma lista telefônica de Nova Iguaçu.
As demais já estão com a fonte identificada, exceto as duas onde aparecem eu, meu pai e o Ney, que são do meu arquivo.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Olha que Blog Maneiro

Em meio a multidão de blogs excelentes que conhecemos e visitamos, é sempre uma satisfação quando temos nosso blog indicado a um desses selos que frequentemente são trocados entre blogueiros. Hoje, manhã luminosa de domingo, recebo da Dani Benaion, bióloga paraense do Blog BIOTRANSITANDO, uma indicação ao selo "Olha que Blog Maneiro". Mas só ndicarei meus 10 Blogues maneiros noutra postagem.
As regras para os blogs que recebem este Prêmio são:
1- Exiba a imagem do selo "Olha que Blog Maneiro"
2- Poste o link do blog que te indicou.
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie uma fotografia sua ou de um amigo para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.
8- Só é válido caso as regras tenham sido todas cumpridas.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

ANIVERSARIO DESTE BLOG

Hoje, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009, este Blog completa seu primeiro aniversário. Talvez seja uma atitude pueril de minha parte comemorar o aniversário de um simples Blog. Tem gente que comemora aniversário de bichos (cachorro, gato, papagaio, peixinho), outros comemoram de bonecas e há, até, uns que comemoram aniversário de falecimento da sogra.
De qualquer maneira, achei que devo comemorar esta data. Afinal, manter esse blog por todo esse ano de 2008 tem sido algo que me proporcionou muita satisfação. E cuido dele como cuidaria de uma plantinha, de um bichinho de estimação, mas foi ele quem me tomou pela mão e me levou por mares nunca dantes navegados e por ruas onde nunca andei.
Com ele conheci e participei de um grupo maravilhoso (Blogs Educativos) que viajou de ônibus para Cuba (virtualmente), e foi ele quem me apresentou a um novo amigo, um cabôco holandês que, lá da Holanda, me ensina sobre Bossa Nova. No Natal ele me deu de presente uma 'amiga secreta' que carregarei com carinho para sempre, embora nunca tenha ouvido sua voz. Foi pelas ruas de meu blog que encontrei uma pessoa que gosta do Wilson Simonal mais do que eu. Meu blog me apresentou pessoas maravilhosas, fantásticas mesmo, que me cativaram e se tornaram minhas amigas, confidentes, auxiliares, companheiras, muito embora nunca tenha trocado com elas uma única palavra fora do mundo virtual. Como serão no mundo real?
Então, devo ou não devo homenagear essa data no calendário de datas significativas de minha vida? Quando lançamos um livro é de praxe ter uma pequena festa, e acho que quando um blog atinge marcas significativas deve merecer uma comemoração a altura. Por isso, e porque sexta-feira é o dia nacional da cerveja e o dia internacional do adultério (como dizia o cumpadi Washington, um amigo já falecido), acho que tenho uma bela razão para fazer um churrasco lá em casa (embora eu não coma carne de quadrúpedes) e, evidentemente, tomar umas geladas (embora aprecie, sobremaneira, um campari).
Gostaria de convidar todos os amigos que transitaram por aqui para participar dessa festa de aniversário, mas pela impossibilidade disso acontecer, fiquem certos que estarei elevando um brinde a todos vocês e agradecendo a todos que passaram por esta rua que é meu Blog. Mesmo os que passaram sem deixar seu comentário, que querendo ficar despercebido, invisível. Assim, convido você para assoprar essa velinha comigo. E essa primeira fatia do bolo é sua, com meu muito, muito mesmo, obrigado!

O QUE É PRECISO PARA SER FELIZ E REALIZADO?

Dizem que ao longo da vida o homem, para ser feliz e realizado, deve realizar três coisas: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Talvez essas três condições tenham relação com a realização intelectual (livro), realização espiritual (árvore) e a realização material (filho), mas nunca parei bem para analizar o porque desse ditado. Hoje, porém, me ocorreu estudá-lo um pouco. Assim, descobri que essa trilogia é atribuida ao famoso poeta e escritor cubano José Martí Pérez, que liderou o movimento pela independência de Cuba. .
Mas o fato é que já plantei árvores. Aliás, desde 1969 até hoje, quando viajo de carro ou ônibus, costumo atirar sementes pela janela com a esperança de que brotem às margens das estradas. Mas isso não é plantar. Plantar uma árvore pode ser um ato solitário, mas nunca egoísta. Vai do ato da escolha da muda e do local onde será plantada até cuidados maiores, pois se planto uma mudinha devo me envolver com ela, cuidar de sua evolução e desenvolvimento. Devo preparar o solo, regá-la, defendê-la das pragas, aconchegar-lhe terra ao caule, dar-lhe aprumo no crescimento e, muito e muito depois, colher os frutos. Assim, quando o ditado diz para plantar uma árvore, penso que quer dizer ao homem: aprenda a ser cuidadoso com suas obras, pois outros poderão se beneficiar dela; seja paciente com seus projetos para que durem o bastante para lhe satisfazer, e não perca as esperanças, pois uma árvore é uma floresta em potencial.
O Olho, de Luiz Marcelo Resende. Imagem obtida em flickr.com/photos/resendrix/2593082600/

E escrever um livro? Esse parece ser um sonho de todo mundo. Bem, isso só não basta, é preciso publicá-lo. Já escrevi dois e tenho mais três em andamento. Eis outra ação solitária mas não egoísta. Escrever um livro é uma forma de deixar nosso recado para o mundo, por isso exige coragem para se expor, se deixar transpassar pelo olhar crítico dos outros. Escrever um livro exige pesquisa, dedicação e cautela de artesão para cinzelar a matéria bruta das palavras soltas e fixá-las no papel, cada uma no lugar certo. E isso não é tarefa fácil! É como desenhar a bico de pena: você começa colocando um pontinho aqui, outro ali, outro acolá e só quando juntar todos os pontinhos é que poderá ver a obra pronta.
Aqui o ditado quer dizer que um sonho se realiza pela persistência, que um castelo se constrói pedra sobre pedra. Você não deve desistir de seus sonhos, porém se não o realizou não deve se chatear, pois só o fato de ter lutado pela conquista já terá proporcionado um grande e belo aprendizado, e o tornará uma pessoa melhor.
E chegamos a terceira ponta desse triângulo que, segundo Martí Pérez, conclui a obra de um homem sobre a Terra: filho. Tenho três (o triângulo), mais dois enteados, logo tenho 5 (o pentagrama). Mas não basta ter um filho, é preciso criá-lo e educá-lo no caminho da verdade e da justiça. Se você plantou uma árvore e escreveu um livro antes, está preparado para essa última e talvez a mais árdua das tarefa: ser pai. E se começou sendo pai, plante uma árvore para seu filho e escreva num livro sua mensagem para ele, diga-lhe do que aprendeu com ele. Um filho é teu divisor de águas, muda tudo na sua vida, seu moço. É ele quem traz a revelação de tua existência, te mostra o sentido das coisas sem sentido que já fizestes na vida. Gravitarás em torno dele e descobrirás que, embora sejas o pai, é ele quem te governa, te guia e te ensina.
Para meu filho eu costumava dizer, quando lhe ensinava algo que aprendi com meu pai: Arcthur, sabe quem me ensinou isso? Foi meu pai. Até que um dia, com cerca de 5 anos e depois de um desses momentos, ele me disse muito sério: Pai, já notou que você nunca me ensinou nada... (imagina minha cara de espanto!)... É sempre coisa do meu avô. Foi ai que descobri que, mesmo sendo professor, nunca ensinei nada pra ninguém: não sou mais que um meio, um cano ente a caixa d'água e a torneira (mas me consola a idéia).
É como diz João Nogueira em duas lindas canções, um filho é seu espelho, e o meu medo maior é o espelho se quebrar. Assim, plantei árvores, escrevi livros, tive filhos e minha missão está quase completa. Agora recorro à poesia de Vinicius de Morais e à melodia de Toquinho, em "O Filho Que Eu Quero Ter", que sempre me emociona, para finalizar este post e lhe dizer: Eis porque me sinto realizado.

Quando a vida enfim me quiser levar pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar no derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar num acalanto de adeus
Dorme meu pai sem cuidado, dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado, com o filho que ele quer ter
.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

MUSEU DA INFORMÁTICA EDUCATIVA DE BELÉM-PARÁ

Caro leitor, provavelmente você não sabe, mas se tem uma coisa que gosto é de velharias e antiguidades. Gosto de LP, de ouvir velhas canções e velhas histórias, de objetos e livros antigos, de escutar os comerciais do rádio e da TV de antigamente. Mas, enquanto meu pai era um historiador e arqueólogo, eu não passo de um mero saudosista. Pelo menos herdei do velho Waldick o gosto pela pesquisa, e não sofro de nenhum tipo de alergia.

Daí que, desde o início desta semana, iniciei um projeto pessoal de montar a "memória" da minha relação com a tecnologia digital, com Informática Educativa e, em paralelo, criar uma espécie de Museu da Informática Educativa no Estado do Pará.

Aqui em Belém, o uso de computadores na Educação começou com o antigo Proninfe, há 20 anos (em 1988), quando se criou o Departamento de Informática Educativa-DIED e a E.E. Centro de Informática da Educação-CIED. O Proninfe virou o Programa Nacional de Informática Educativa-Proinfo (MEC/SEED), que em 1997 realizou, em caráter nacional, sua 1ª especialização em Informática Educativa. No ano seguinte esses especialistas fundaram, por todo Brasil, os Núcleo de Tecnologia Educacional-NTE. Assim, aqui em Belém, foi fundado o NTE da SEDUC e da SEMEC.

( Cartuchos do MSX (Logo) e fita K7 do HotBit)

Resgatar essa memória para ulteriores pesquisas é um projeto antigo (acho que apresentei a idéia em 1999, mas você há de convir que em se tratando de Informática 10 anos é um século). Aliás, ainda temos alguns aqui alguns desses precussores. São professores que dizemos, carinhosamente, pertencer ao período jurássico da dita Informática Educativa; de quando o MSX (saiba a história do computador MSX AQUI) era um dos computadores mais vendidos e os programas educacionais não vinham em CD, mas em fitas K7 ou, pasmem, em cartuchos! Lembra dos jogos do Atari (sim, eu já tive um)? Pois é, os cartuchos do MSX eram igualzinhos.

Assim, estou me divertindo em meio a poeira, ácaros fundos e cupins que empestam os livros e documentos da antiga biblioteca de apoio do CIED, e outros materiais diversos, como os cartuchos do LogoWriter (que rodava em DOS), fitas K7s do velho HotBit, disquetes (inclusive os de 5 1/4", da Nashuatec), hardwares antigos. Todo esse material veio do velho prédio para cá com a mudança e agora estão atirados no chão do nosso auditório, enquanto não encontramos lugar para colocá-los.

Penso que seria muito interessante ter uma exposição permanente dos recursos tecnológicos computacionais empregados no processo educativo da rede pública estadual em Belém, durante os últimos 20 anos. Essa exposição poderia contribuir para suscitar reflexões sobre o computador na Educação, e ajudaria a traçar um paralelo entre a evolução dos computadores no processo educativo e os avanços no/do processo de ensino-aprendizagem; entre as evoluções na construção e socialização de conhecimentos e as melhorias na transmissão de conteúdos disciplinares; entre as modernas ferramentas educomputacionais e o seu emprego em sala de aula, e finalmente entre o aprendiz de ontem e o de hoje.

Infelizmente, muito da história do DIED se perdeu. Arquivos guardados nos computadores foram deletados, alguns dos veteranos saíram do mundo real e do virtual, e agora estão no mundo imaterial, e os velhos computadores já não mais existem. Estou tentando reunir o que ainda existe dessa história e seus protagonistas, porque só a reflexão sobre o passado nos garante a confiança no futuro.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O QUE É EGO DE BLOGUEIRO?

Caro leitor, a postagem a seguir foi uma mensagem que enviei para o Grupo Blogs Educativos em janeiro passado, em resposta a outra enviada pelo meu amigo Fernandão, do Blog Bloguetando Educação.

Fernandão fez uma postagem com o título "DESISTO! Blogueiro sem Ego tem mais que sair correndo", e se queixava de não receber comentários naquilo que postava, e assim decidira acabar com o blog. Se foi uma artimanha dele para atrair leitores ou um desabafo da natural frustração que acomete o autor não lido eu não sei, o fato é que o danado recebeu um bocado de comentários (acho até que ecebeu mais num único post que em todo o blog - Rsss..). Mas o fato é que ele decidiu continuar entre nos, e ficamos satisfeitos com isso. É isso ai, Fernandão. Bola pra frente! Ou melhor: Blog pra frente!

Minha Mensagem:
Seguinte: desistir do blog porque poucas pessoas acessam seu blog não me parece uma atitude de blogueiro. Blogueiro não é só o cara quem tem um blog, mas o que visita e que LÊ e que ESCREVE num blog.
Penso que há blogs em que o proprietário sente grande necessidade de escrever, registrar, refletir (postar). E por se sentir bem com isso, por gostar do que escreveu, não se incomoda se vai ser lido por 1 ou 1000 pessoas. É como cantar no chuveiro: pode ser que ninguém aprecie teu canto, mas o cantar te lava a alma, te deixa contente, feliz. Escrever é um impulso incontido que nos dá prazer.
Por isso, penso que escrever pode ser mais importante que ser lido. Escrever é se revelar, expor o EU, e ser lido é permitir que o outro conheça seus pensamentos, suas nóias, suas preferências e temores, seus amados e seus desafetos, suas ambições. Ser lido é ter suas idéias reconhecidas, debatidas e nem sempre aceitas pelo grupo. Mas ser lido é, essencialmente, se fazer ouvir, nem que seja você próprio o ouvinte.
Há tanta gente que engavetada seus escritos, não é? Para elas é mais importante escrever que ser lida. Escrever deve ser como se desnudar para tomar banho, ou seja, um ato íntimo, uma questão de 'higiene' para a mente, e para o corpo. Mas se a pessoa escreve um blog com pretenções de ser escritor então receber comentários, ter milhões de acessos, ser lido, é fundamental.
Há muitos blogs com zilhões de leitores, mas que você visita para ver e não para ler. Por exemplo, blogs sobre sexo: não há nada para se ler! Outros blogs, contudo, tem conteúdo feito de apostilas, tutoriais, dicas e informações técnicas. Seus visitantes nem sempre são leitores interessados nas idéias e reflexões do blogueiro.
É claro que há prazer em ser lido, mas (no meu caso) há muito prazer em escrever. E ser lido ou não e' algo que não me tira a satisfação de escrever, de ler o que escrevi e de postar, para que um dia alguém possa ler.
Desta chuvosa Belém
No TOP BLOG 2011 ficamos entre os 100 melhores da categoria. Pode ser pouco para uns, mas para mim é motivo de orgulho e satisfação.
Sou muito grato a todos que passaram por essa rua que é meu blog e deram seu voto. Cord ad Cord Loquir Tum

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