Há poucos momentos meu colega ligou o computador ao lado e a máquina começou a emitir um BIP curto e repetitivo.
O sinal já nos era conhecido, aliás, o é de quase todos que lidam com um computador: a placa-mãe sinalizava, com aquele apito, que havia problemas na placa de vídeo ou que a memória RAM estava bichada. A geladeira duplex lá de casa também apita assim sempre que a porta fica muito tempo aberta.
Um apito de alerta
Muitas coisas apitam com a finalidade de enviar um recado, um aviso. Desde indicar ao usuário que algo vai indo mal ou que ele cometeu algum erro, até alertar alguém para algo prestes a acontecer, como é o caso dos navios que vão partir, das chaleiras postas no fogo, que apitam para indicar que a água está fervendo, e dos guardas de trânsito quando cometemos uma infração.
Enquanto pensava nisso, nosso técnico de plantão diagnosticou: Isso é problema de memória RAM. Abriu o gabinete, retirou o pente de memória, passou uma borracha, dessas de uso escolar mesmo, nos contatos de metal e espetou a plaquinha de memória de volta em sua baia. Resultado: o computador voltou a funcionar perfeitamente.
A título de piada, disse-lhe: Quer dizer que basta "apagar" as má lembranças para que a máquina volte a funcionar com perfeição? Pode parecer brincadeira ou tolice, mas o fato é que ter esse tipo de memória pode ser o sonho de muita gente. Imagine se fosse possível passar uma borracha e apagar os pesadelos, as recordações indesejáveis, as más lembranças, amarguras e tristezas residentes na memória, que nos trazem sofrimento e que travam a nossa máquina de vez em quando?
Sabemos que só se aprende com os erros. Até mesmo com os animais é assim. E que as lembranças ruins são vestígios de nossas falhas, nossas faltas e erros cometidos, armazenados no inconsciente e disparados sempre que um fato semelhante se aproxima ou tende a se repetir.
Mas, são essas recordações amargas as gestadoras de tormentos, estresses e depressões, e com elas chegam os pensamentos obsedantes, negativos. Com uma memória do tipo RAM, poderíamos guardar o aprendizado e "apagar" com uma borracha as tormentosas e torturantes lembranças. Daí, tudo seria como um eterno e jovial recomeço.Uma pílula da felicidade?
Há muito tempo que o homem busca criar uma "pílula da felicidade", uma droga capaz de apagar um determinado evento traumático da memória. Há diversas pesquisas científicas nesse sentido, e acredito que um dia alcançarão esse estágio. Ai, definitivamente, ficaremos iguais ao computador que agora emprego para fazer este post. É Matrix que se aproxima ou já está instalada?
A título de brincadeira, costumo dizer que tenho uma "memória privilegiada", porque esqueço tudo. É claro que isso é um exagero, mas em verdade minha memória é muito ruim, entretanto não há nada nela que eu queira apagar, nada.
* A imagem foi obtida no Blog News Errado (AQUI) e (AQUI)

Nossa memória nos protege e de repente nos surpreende recombinando e reinventando coisas. Boas intuições criadoras! Somos intensos e aprendemos a relaxar para oxigenar nossos pensamentos. Assim somos felizes, cuidar dos pensamentos e decidir ações, nunca se esquecendo de amar-se, e de buscar compreender o "conhece-te a ti mesmo". Desencucar! Ressignificar-se! Sê cada vez mais assim feliz e autêntico.
ResponderExcluirAbraços!
Maria do Rocio
Excelente texto.
ResponderExcluirA minha memória está cada vez pior. Há fatos que me causam tanto sofrimento que gostaria que ela fosse RAM.
Abraços
Oi, Rodi, que bom recebê-la novamente neste blog.
ResponderExcluirPois é, resignificar as lambranças, 'los recuerdos' para oxigená-las é importante e faz bem.
Franz
Oi, Fátima. Obrigado pelo elogio ao post. Embora tenha sido escrito assim num repente, despretensiosamente, apenas para registrar uma fato corriqueiro e uma piada sobre ele,ficou muito contente por ter gostado.Franz
ResponderExcluirOlá Franz e Fátima,
ResponderExcluirVoltei aqui e gostaria de dizer à Fátima que precisamos energizar de bons fluidos essa memória bichada, como diz o Franz, e assim aprendemos que tudo pode ser diferente do gente que a gente sente-pensa-vive. Parece fácil dizer, mas, a gente aprende a se ressignificar, assim nos tornamos cada vez mais pessoas melhores.
Sorria!